Jimmy Page achava que ninguém era genial no rock, até o dia em que viu algo e mudou de ideia
Por Bruce William
Postado em 27 de julho de 2025
Jimmy Page nunca foi muito fã do uso da palavra "gênio" no contexto do rock. Para ele, o termo deveria ser reservado a figuras como Einstein ou compositores da música clássica, cujo trabalho exigia anos de estudo técnico e estrutura melódica complexa. Mesmo ao comentar sobre músicos que admira profundamente, como Jimi Hendrix, o guitarrista do Led Zeppelin sempre evitou rotulá-los dessa forma.
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Em entrevista à Rolling Stone, reproduzida pela Far Out, Page foi direto: "O único termo que eu não aceito é 'gênio'. Esse termo é usado com muita facilidade no rock'n'roll". Na comparação que ele faz, enquanto o rock funciona no impulso e na energia, a música clássica exige método, formação formal e uma linguagem muito mais sofisticada. "Quando você ouve as estruturas melódicas que os músicos clássicos criam e compara com um disco de rock, o rock ainda tem um longo caminho a percorrer."
O ponto de vista parece soar rígido, mas vamos admitir que é coerente dentro do raciocínio dele. Acha que chamar um roqueiro de gênio seria como igualar uma faísca a uma sinfonia. A exceção, no entanto, viria com alguém que transcende o próprio rótulo de músico. E essa exceção, segundo o próprio Page, é Bob Dylan.

Em um post feito nas redes sociais onde comemora o aniversário de Dylan, Page publicou: "Em maio de 1965, eu experimentei a genialidade de Bob no Albert Hall. Ele se acompanhava com violão e despejava imagens e palavras em músicas como 'It's Alright, Ma (I'm Only Bleeding)' e 'She Belongs To Me' para uma plateia hipnotizada. Foi algo que mudou minha vida." E ao relembrar de um novo show em 2013, Page concluiu dizendo: "Foi intoxicante."
Mesmo que Dylan tenha incorporado o rock à sua obra, sua atuação vai além do gênero, pois ele venceu o Nobel de Literatura, reinventou sua carreira inúmeras vezes e jamais se encaixou em um molde fixo. Para Page, talvez seja esse grau de singularidade que justifica o uso do termo "gênio". No mais, ele prefere manter distância da palavra.

Ainda que muita gente discorde da visão dele, principalmente diante de nomes como Hendrix, Zappa ou até o próprio John Lennon, Page continua defendendo que genialidade no rock é algo raro ou simplesmente inexistente. Pelo visto, com pelo menos uma exceção declarada. E ela atende pelo nome Bob Dylan.
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