A limitação que Roger Waters achava ter, mas superou com folga nos palcos ao longo dos anos
Por Bruce William
Postado em 20 de julho de 2025
No fim dos anos 1960, quando o rock começava a explorar novas sonoridades em estúdio, Roger Waters parecia certo de uma coisa: nem tudo o que se grava pode - ou deve - ser levado para o palco. Na época, Pink Floyd ainda buscava seu espaço, e os próprios Beatles acabavam de lançar "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", um disco que reforçava essa ideia de que certas músicas existiam apenas para o vinil.
Roger Waters - Mais Novidades
Waters chegou a dizer, em 1967: "Não achamos desonesto porque não conseguimos tocar ao vivo o que gravamos. É totalmente aceitável. Dá pra imaginar alguém tentando tocar 'A Day in the Life?' E, no entanto, é uma das maiores faixas já feitas. Muita coisa do nosso LP é completamente impossível de fazer ao vivo."
Com o passar dos anos, o próprio Floyd mostrou o contrário, relembra a Far Out. Em vez de aceitar essa "limitação", a banda investiu em palcos cada vez mais elaborados, com recursos que permitiam reproduzir - e muitas vezes expandir - o que faziam em estúdio. Álbuns como "The Dark Side of the Moon" e "Wish You Were Here" ganharam versões ao vivo tão impactantes quanto as originais, apoiadas por músicos convidados, efeitos sonoros e projeções.
Waters foi além. Projetos como "The Wall" e, depois, suas turnês solo, transformaram seus shows em espetáculos multimídia, com direito a cenários colossais, orquestrações e detalhes técnicos que poucos artistas ousaram tentar. Em vez de limitar suas criações ao estúdio, ele elevou o padrão das apresentações ao vivo, chegando a reproduzir álbuns inteiros com riqueza de detalhes.
Até mesmo "A Day in the Life", que ele citou como exemplo de música "inexequível", acabou ganhando os palcos, sendo tocada por Paul McCartney em seus shows, além de incontáveis versões de outros artistas. O próprio Waters nunca hesitou em apresentar ao vivo peças complexas como "Shine On You Crazy Diamond" ou as suítes inteiras de "The Wall", sempre com uma execução impecável.
A frase dita em 1967 fazia sentido para aquele momento. Mas o tempo mostrou que Waters e o Pink Floyd não só derrubaram essa barreira como redefiniram o que um show de rock poderia ser. Entre limitações técnicas e ambições artísticas, a história ficou do lado de quem escolheu ultrapassar os próprios limites.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
Novo disco do Megadeth pode ter cover do Metallica - e a pista veio de Mustaine
O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
Bangers Open Air dá pistas sobre as próximas bandas do line-up
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
O único guitarrista que, para Lindsey Buckingham, "ninguém sequer chega perto"
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
Megadeth terá uma música com "Puppet" no título em seu último álbum
Fabio Lione e Luca Turilli anunciam reunião no Rhapsody with Choir & Orchestra
Axl Rose é criticado por sua voz após Guns N' Roses homenagear Ozzy com cover no Brasil
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"


O álbum do Pink Floyd que David Gilmour acabou detestando por causa do Roger Waters
David Gilmour responde se voltará a trabalhar com Roger Waters no Pink Floyd
Os 12 dias em que o Pink Floyd foi um quinteto
Roger Waters sobre Nobel da Paz: poderia ter sido dado a Donald Trump, não seria menos absurdo
A canção do Pink Floyd que Roger Waters toca toda noite como tributo ao passado
O conselho da mãe de Roger Waters que não vale mais, segundo Humberto Gessinger
Roger Waters toma partido de David Gilmour em discussão sobre lendário solo de guitarra
Por que "Money" só poderia ter origem na mente de Roger Waters, segundo David Gilmour


