Quando Mick Jagger perdeu seu interesse pelo rock; "Vi bandas assim em 1959"
Por Bruce William
Postado em 31 de agosto de 2025
No início dos anos 1980, Mick Jagger, então beirando os quarenta anos de idade, já acumulava duas décadas de estrada com os Rolling Stones e começava a enxergar o mundo do rock de maneira diferente. Em entrevista de 1981, o vocalista deixou claro que não sentia mais a mesma conexão com a cena e que seu interesse pelo gênero tinha diminuído bastante.
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O cantor explicou em entrevista com a Rolling Stone que, com a idade, já não se via envolvido nos mesmos excessos da juventude. "Eu posso me comportar muito mal, mas não quero mais ser preso. Isso é tão chato. Terminei com isso e quero fazer outra coisa agora, sem ser preso", disse. Para Jagger, chegava um momento em que era preciso se afastar conscientemente de certos comportamentos: "Você não faz mais isso porque sabe que não é algo honroso a se fazer."
Quando o assunto era a música que dominava a cena britânica, ele foi igualmente franco. "Não me sinto conectado com bandas como o Clash, as bandas que ainda tocam todas as noites. Só consigo vê-las como repetições de tudo que já aconteceu antes. Acho isso um pouco infeliz, mas acho que ninguém discordaria de mim. A maioria dos músicos de fato concorda comigo."

Jagger citou grupos como The Selecter e The Specials, nomes importantes do movimento ska e da chamada second wave do reggae. "São boas bandas, mas também são repetições. Quero dizer, eu vi bandas assim em 1959. É a mesma coisa de sempre, feita de forma ligeiramente diferente."
O vocalista admitiu que ainda assistia a alguns shows e chegou a destacar preferências. "Gostei do show do Pink Floyd - é melhor, de qualquer forma, do que o do Elvis Costello." Mas deixou claro que, de modo geral, não via mais o rock como centro de seu interesse. "Não tenho me interessado por rock há anos - digo, interessado no sentido de querer falar sobre isso. Não é realmente 100% de tudo o que me interessa. Acho que nunca foi."

As declarações revelam um Jagger em fase de distanciamento, não da carreira em si, mas da ideia de viver em função do rock. Em 1981, ele já demonstrava que buscava outros horizontes, enquanto continuava à frente de uma das bandas mais ativas da história, e que até hoje, décadas depois, continua por aí.
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