O megahit dos Titãs que parece bobinho e consegue agradar os dois lados na política
Por Gustavo Maiato
Postado em 23 de setembro de 2025
Os Titãs construíram uma das discografias mais respeitadas do rock brasileiro, com álbuns como "Cabeça Dinossauro" (1986), que se tornou sinônimo de crítica social em forma de música. O disco nasceu em uma época de otimismo econômico, com o Plano Cruzado em vigor, mas trouxe faixas duras como "Polícia", "Igreja" e "Dívidas". Mesmo nesse repertório ácido, uma canção que aparenta leveza acabou se tornando emblemática.
Em entrevista ao podcast Desculpincomodar, Sérgio Britto recordou que "Homem Primata", do mesmo disco, é muitas vezes vista como "bobinha". Porém, segundo o tecladista e vocalista, a música carrega uma mensagem essencial: "É mais 'entre aspas' bobinha e tal, mas fala uma coisa muito séria, que é essa coisa de você não se render, de o único objetivo de qualquer atividade humana ser o lucro. Isso é nocivo".


Titãs e "Homem Primata"
Britto destacou que a crítica presente na letra continua atual, justamente porque não se limita a circunstâncias passageiras. "As nossas músicas daquele disco não são tão circunstanciais quanto parecem, porque tratam de coisas que estão aí e não vão embora", observou.

O músico também contou que se surpreende ao ver como "Cabeça Dinossauro" consegue dialogar com diferentes públicos, mesmo em um país tão polarizado: "Curioso que pessoas à direita e à esquerda se identificam com o disco. É aquela coisa meio que acontece no show do Roger Waters: todo mundo sabe a posição dele, mas você vê que tem muito fã conservador que se identifica com músicas como 'Us and Them'".
Para Britto, a força da música ultrapassa barreiras ideológicas: "A música é mais forte que isso. É mais ampla do que essa dicotomia que as pessoas resolvem: 'meu time é esse' e vão embrutecendo".
Confira a entrevista completa abaixo.

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