A única banda do rock nacional anos 1980 que tem fãs jovens, segundo Regis Tadeu
Por Gustavo Maiato
Postado em 13 de setembro de 2025
O tempo é implacável com artistas e bandas. Não importa o tamanho da fama ou a intensidade de uma geração: cedo ou tarde, a maioria dos grupos precisa encarar o peso de envelhecer junto com seus ídolo. No rock nacional, isso é visível em boa parte das bandas dos anos 1980, que vivem apoiadas na nostalgia e em repertórios cristalizados.
Há, no entanto, uma exceção que intriga até críticos mais severos. O Capital Inicial, formado em Brasília em 1982, atravessou quatro décadas sem se limitar ao passado. Mais do que sobreviver, a banda conseguiu se renovar, atraindo jovens de 15 a 20 anos para seus shows. Quem aponta isso é Regis Tadeu, em vídeo publicado em seu canal: "O Capital Inicial conseguiu algo que sempre pareceu impossível: atrair a molecada dos 20 anos, que nem era nascida quando o Dinho já estava gravando os primeiros discos da banda."
Capital Inicial - Mais Novidades

Segundo Regis, enquanto muitos colegas de geração se acomodaram, o grupo brasilienses fez escolhas estratégicas. "Enquanto tantas bandas lá dos anos 80 viraram peças de museu ou vivem de nostalgia em feiras agropecuárias, esses caras de Brasília conseguiram o impensável: renovar o público", avaliou.
Entre os fatores decisivos, está o papel do vocalista. "O Dinho nunca foi o melhor cantor do mundo, ele não tem alcance vocal, não tem potência. Mas tem carisma de sobra, e no rock isso vale ouro", comentou Regis. Aos 61 anos, o cantor mantém energia de palco e, segundo o crítico, ainda preserva uma imagem que ajuda a atrair público. "Vamos ao elefante no meio da sala: o cara ainda é um sex symbol para a mulherada. E não é de hoje, e aparentemente não vai deixar de ser tão cedo."
Regis Tadeu e Capital Inicial
No entanto, a permanência do Capital Inicial não pode ser explicada apenas pelo carisma do frontman. Regis destacou a importância de Maria Ouro Preto, esposa de Dinho, nos bastidores: "Se o Dinho é o rosto e a voz do Capital Inicial, a Maria é o cérebro. Ela tem um papel fundamental na gestão de carreira da banda, entendendo que para continuar relevante em 2025 é preciso mais do que hits antigos e carisma. É preciso planejamento, visão de mercado e coragem para se reinventar."
Outro ponto citado é a presença constante em grandes festivais, como Rock in Rio e Lollapalooza, dividindo palco com nomes internacionais e artistas pop que atraem público jovem. "Isso coloca o Capital Inicial no radar de quem talvez nunca conhecesse a banda, mas acaba gostando daquela energia ao vivo", explicou.
Mesmo com críticas ao setlist — "não muda desde a Proclamação da República", ironizou Regis —, a experiência de assistir à banda ainda conquista diferentes gerações. "É uma legião de fãs novos que cantam as músicas antigas e as novas com a mesma empolgação", observou.
Na avaliação do crítico, o Capital Inicial representa um caso único entre os contemporâneos. "Enquanto bandas como Ira! e Plebe Rude ainda dependem muito dos seus públicos originais, o Capital conseguiu arregimentar gerações. Isso deveria ser estudado por qualquer banda que quer longevidade."
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
A obra-prima do Dream Theater que mescla influências de Radiohead a Pantera
Os dois bateristas que George Martin dizia que Ringo Starr não conseguiria igualar
Após negócio de 600 milhões, Slipknot adia álbum experimental prometido para esse ano
Graspop Metal Meeting terá 128 bandas em 4 dias de shows na edição de 2026 do festival
Irmãos Cavalera não querem participar de último show do Sepultura, segundo Andreas Kisser
A lendária guitarra inspirada em Jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton que sumiu por 44 anos
Com nova turnê, Guns N' Roses quebrará marca de 50 apresentações no Brasil
Steve Harris admite que a aposentadoria está cada vez mais próxima
O maior compositor do rock'n'roll de todos os tempos, segundo Paul Simon
Youtuber que estava no backstage do último show de Alissa com o Arch Enemy conta tudo
Sacred Reich anuncia o brasileiro Eduardo Baldo como novo baterista
O melhor disco de Raul Seixas, apurado de acordo com votação popular
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"

O vocalista tão "louco" e que, para Slash, deixava Axl Rose no chinelo
As estratégias do Capital Inicial para rejuvenescer seu público, segundo marketeira
Como bandas nacionais dos anos 1980 podiam superar as gringas, segundo Capital Inicial
O álbum favorito do Capital Inicial de Dinho: "Elogiado e pior comercialmente"
Capital Inicial: cinco músicas que foram escritas por Pit Passarell, do Viper


