Bee Gees For Others - Hits para outros artistas
Por Edsão
Postado em 04 de setembro de 2025
A história dos Bee Gees todo o mundo que aprecia música de qualidade conhece.
Depois dos Beatles, são o maior conjunto musical Pop da história, com mais de 200 milhões de álbuns vendidos, grande número de singles em primeiro lugar nas paradas de sucesso, e ganhadores de dez Grammy Awards,

Barry Gibb, líder e principal vocalista do icônico grupo, é o mais prolífico e segundo maior songwriter vivo (atrás apenas de Sir Paul McCartney).

Em entrevistas, sempre declarou que o maior orgulho na carreira da banda, foi terem sido induzidos ao "Hall da Fama dos Compositores", em junho de 1994, pois consideravam que seu verdadeiro ofício era o de "compor canções".
No fim da década de 1970, o sucesso da Disco Music e dos Bee Gees era tão grande, que grupos de rock e de outras vertentes encamparam campanhas de protesto contra o gênero e o trio.
Sob pressão de todo o meio artístico, a indústria fonográfica decidiu difamar e colocar os Brothers Gibb na geladeira, tal era sua onipresença na mídia e em shows.
Diante deste cenário, eles decidiram sair de cena e, em grande parte dos anos 80, gravaram álbuns solo, escreveram canções para trilhas sonoras e, principalmente, para outros artistas e, não por acaso, estes discos foram os de maior êxito na carreira de cada um destes intérpretes.

No vídeo, de hoje, prestarei reverência e vou comentar um pouco sobre alguns dos hits extraordinários dos Bee Gees registrados na voz de figuras proeminentes do mundo musical.
O ano de 1977 trouxe um fenômeno popular e marco cultural: o blockbuster "Os Embalos De Sábado À Noite", estrelado por John Travolta, que contou em sua trilha sonora com sete canções do grupo, sendo cinco inéditas, e imortalizou o trio na história da cultura Pop.
Já em sua trilha sonora, há duas faixas dos Irmãos Gibb que tiveram registros de outros performers: "More Than A Woman" com Tavares, e "If I Can’t Have You" cover de Yvonne Elliman.
O sucesso do filme e das músicas foi tão avassalador que influenciou o comportamento global dos jovens da época, e é lembrado até hoje.

No fim do mesmo ano, os irmãos começaram a compor para terceiros e contemplaram a cantora australiana, Samantha Sang, com a belíssima balada "Emotion".
A gravação contou ainda com a colaboração dos irmãos Gibb em estupendos backing vocals nos refrões, e a faixa alcançou o terceiro lugar na Billboard Hot 100, em 1978.
Em 2001, "Emotion" foi regravada e alcançou repercussão pelo mundo com o girl group americano. "Destiny's Child".
Em junho de 1978, na esteira do êxito estrondoso de "Saturday Night Fever", John Travolta retornou às telas acompanhado por Olivia Newton John, na película musical, arrasa-quarteirão, "Grease"; conhecida no Brasil, como: "Nos tempos da Brilhantina".
Assinando a faixa título e tema de abertura do longa-metragem, Barry Gibb, emplacou mais um número um nas paradas, desta vez na voz de Frankie Valli, cantor ítalo-americano, do renomado grupo, sessentista, Four Seasons.

Colaborando efetivamente, desde 77, para a bem-sucedida discografia de seu irmão, Andy, no início da década de 1980, os Gibb compuseram dez canções formidáveis. para o que seria, para mim, a obra-prima do caçula deles, "After Dark".
A obra marca, infelizmente, o derradeiro álbum de estúdio da carreira de Andy Gibb, em virtude da morte precoce, aos 30 anos de idade, anos depois.
Comprei o LP de "After Dark", na época, e o ouço, o CD, com prazer, até hoje; trata-se de um dos discos mais bem produzidos da história, pois os instrumentos e vozes captados nas gravações analógicas foram um primor de proficiência técnica da engenharia de áudio em todos os tempos. Impressionante!
Além disso, as performances do cast de músicos envolvidos no trabalho foram extraordinárias; destacando-se o lendário guitarrista de estúdios novaiorquinos, Hugh McCracken, os "sopros" dos jazzistas, Randy e Michael Brecker, a percussão marcante de Joe Lala, e os sintetizadores elegantíssimos de George Bitzer.

Entre os sucessos da bolacha, destaca-se as vocalizações "mágicas" dos Bee Gees nos backing em "Desire", faixa que alcançou a 4ª posição na parada americana Billboard Hot 100, e foi o último single do mais jovem dos Gibb a alcançar o top 10 nos Estados Unidos.
Como curiosidade, tive o privilégio de assistir a execução, ao vivo, deste som, durante um show de Andy, em sua passagem pelo Brasil, no Ginásio do Ibirapuera, aqui em São Paulo, no dia 30 de junho de 1984. Rest in Peace...
Prolíficos e fonte inesgotável de ideias musicais, o incansável trio, ainda em 1980, escreveu nove canções certeiras para o 22º álbum de estúdio da atriz, e consagrada diretora de cinema, Barbra Streisand.

Produzido por Barry Gibb que, inclusive, aparece na capa do disco e divide vocais com Streisand, "Guilty", marca o maior sucesso fonográfico na carreira da cantora.
A música de trabalho do LP, "Woman in Love", tornou-se a música de maior êxito de Streisand e passou três semanas em primeiro lugar na parada de singles da Billboard.
A faixa título, que é um dueto com Barry, ganhou o Grammy de "Best Pop Performance by a Duo or Group with Vocal", em 1981, e alcançou a posição três na Billboard Hot 100.
Um quarto de século depois, em 2005, Barry e Barbra lançaram a sequência de "Guilty", CD com duetos e 11 canções excelentes, intitulado "Guilty Pleasures", com composições de Barry em parceria com seus filhos, Ashley e Stephen Gibb.

Em meados de 82, os Brothers Gibb voltaram à carga compondo e produzindo dez faixas para um novo álbum da diva do adult contemporary, Dionne Warwick, conhecida pelas colaborações com o magistral songwriter e pianista, laureado com 6 prêmios Grammy e 3 Oscar, Burt Bacharach.
O álbum "Heartbreaker" vendeu cerca de três milhões de cópias em todo o mundo. A faixa título, lançada como single, foi certificada na categoria ouro pela Recording Industry Association of America (RIAA) por vendas superiores a 500.000 cópias no formato vinil compacto americano.
O êxito internacional das obras compostas para Streisand e Warwick teve grande repercussão no mercado fonográfico estadunidense, o que consolidou a reputação dos irmãos Gibb como hitmakers for others, e chamou a atenção de estrelas de outros estilos, como foi o caso do astro da música country, Kenny Rogers.

Os Bee Gees, iniciaram 1983 sem férias e motivados para escrever canções "hilbillies" para Rogers (no gênero que os influenciou e pelo qual sempre tiveram apreço).
Compuseram dez faixas para o que viria a ser o memorável lançamento de Kenny naquele ano, "Eyes That See In The Dark".
O LP foi gravado por músicos excelentes da cena local de Nashville, e foi extremamente bem-sucedido comercialmente.
Destacaram-se nas rádios, a pungente balada "You and I", e o clássico "Islands in the Stream"; -um dueto magnífico de Rogers com a musa caipira, e tia-gata, Dolly Parton-, que tornou-se um enorme hit, alcançando a posição nº1 na Billboard pop e adult contemporary charts, e acabou também sendo a música no topo das paradas country por meses.

Num tour de force sem precedentes, os Brothers Gibb, ainda em 83, por obrigações contratuais, colaboraram com cinco faixas inéditas para a original motion picture soundtrack da sequência de "Saturday Night Fever", de 1977, batizada "Staying Alive".
Com John Travolta reprisando o papel do pé de valsa, e ex rei da discoteca, "Tony Manero", o filme foi dirigido, pasmem, pelo Mr. Rambo/Rocky Balboa, Sylvester Stallone.
Apesar do roteiro tacanho com diálogos risíveis, que recebeu críticas universais negativas, o longa alcançou sucesso mundial de bilheteria.
As novas canções dos Bee Gees não alcançaram o êxito setentista, porém uma das músicas presentes na fita, composta por Frank Stallone (irmão mais novo do astro famoso e marombado), chamada "Far From Over", alcançou a posição nº10 na Billboard Hot 100 e nas paradas Cashbox.

No fim das contas, as tracks de "Staying Alive" foram indicadas para "Melhor Álbum de Trilha Sonora Original Escrita para um Filme ou um Especial de Televisão" no Grammy Awards de 1984, sendo derrotada pelas de "Flashdance", composta por Giorgio Moroder e outros.
1985 traria o último projeto dos Bee Gees para outros artistas: o disco "Eaten Alive", décimo sexto álbum de estúdio da cantora Diana Ross, ex vocalista do grupo feminino "The Supremes", expoente da icônica gravadora Motown, nos anos 60.
A produção contou com um time de músicos de estúdio consagrados, como o baterista, Steve Gadd, o guitarrista dos Eagles, Don Felder, o baixista, Nathan East, e o tecladista, Greg Phillinganes, entre outros.

A despeito de a faixa título ter a participação nos vocais do amigo e, grande admirador de Barry e Ross, -ninguém menos que o Rei do Pop, Michael Jackson-, a obra não obteve o sucesso comercial esperado na terra do Tio Sam.
Dois outros singles frequentaram programações radiofônicas da época: o r&b "Chain Reaction", e a balada "Experience"; porém, nenhum deles conseguiu maior notoriedade nas paradas para alavancar as vendas do LP.
Acusando estafa artística, os Brothers Gibb resolveram dar um tempo, para retomar a carreira dos Bee Gees, com o lançamento do álbum "E.S.P", dois anos depois.
Em 1987 retomaram os shows, inclusive, participando do fenomenal tributo internacional a Nelson Mandela, que foi realizado em Londres, no Estádio de Wembley, em junho daquele ano, acompanhados por Phill Collins, na batéra.

O evento que contou com as maiores estrelas do Rock e Pop, foi organizado para celebrar o 70º aniversário do líder humanista e arrecadar fundos para instituições de caridade que lutavam contra o apartheid na África do Sul.
O grupo, como Bee Gees, terminou com a morte de Maurice em 2003; e continuou inativo até o falecimento de Robin Gibb, em 2012.
Barry, o membro remanescente, lançou álbuns solo, incluindo "In the Now" em 2016, e "Greenfields: The Gibb Brothers' Songbook, Vol. 1" em 2021, com releituras de músicas dos Bee Gees com artistas countries.
Em 2023, aos 77 anos de idade, Sir Barry Gibb foi homenageado na 46ª edição do Prêmio Kennedy Center Honors, nos EUA, sendo introduzido na celebração honorária da mais alta honraria concedida pelo país para realizações artísticas.

That’s all, folks! Vida longa ao genial, Barry Gibb, e aos hits dos Bee Gees!

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