O "Jimi Hendrix dos bateristas" para Mike Portnoy; "mestre no que ele fazia"
Por Bruce William
Postado em 02 de setembro de 2025
Em janeiro de 2020 o mundo do rock recebeu a notícia da morte de Neil Peart, baterista do Rush. Entre as inúmeras homenagens, uma das mais emocionadas veio de Mike Portnoy, que além de colega de instrumento foi também amigo próximo de Peart. Portnoy era um dos poucos que sabiam da luta dele contra o câncer nos últimos anos, mas manteve silêncio em respeito à sua privacidade.
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Em artigo publicado na Billboard, Portnoy revelou o impacto da perda: "Mesmo sabendo que esse dia viria, ainda é chocante. Estou tremendo, sem palavras. Você nunca imagina um mundo sem Neil, Geddy e Alex caminhando por ele." A relação entre os dois músicos havia se tornado próxima a partir dos anos 2000. Peart, famoso por sua reserva, abriu espaço para a amizade, trocando e-mails, recebendo Portnoy em bastidores e até convidando seu filho para soundchecks do Rush.
Ao lembrar da primeira vez que ouviu o baterista canadense, Portnoy comentou: "Ele tinha tudo o que eu sonhava em ser. Era um mestre no que ele fazia, comandava aquele kit gigantesco, dominava compassos ímpares e tinha técnica de sobra. Nunca tinha visto nada igual. Ele teve o mesmo impacto para a comunidade de bateristas que Jimi Hendrix ou Eddie Van Halen tiveram para os guitarristas. E assim como milhares de jovens bateristas, fiquei obcecado por ele."
Portnoy recordou que, nos tempos de escola, sonhava em "ser o próximo Neil Peart". O fascínio o levou a mergulhar nos discos do Rush, especialmente nos mais progressivos, como "Hemispheres" e "A Farewell to Kings". Até detalhes triviais, como o uso de um shampoo "Pert", entraram na rotina juvenil de quem enxergava no ídolo quase uma divindade.
Ao falar sobre a musicalidade de Peart, Portnoy destacou o caráter orquestral de sua forma de abordar a música: "Enquanto muitos só marcavam o tempo, Neil tocava como se conduzisse uma sinfonia. Cada fill, cada groove tinha nuances. Não havia ninguém tocando daquele jeito. Ele era a maior influência de air drumming do mundo." Para ele, a execução de "La Villa Strangiato" era a prova definitiva do nível de dificuldade e sofisticação que Peart trouxe ao instrumento.
Mas Neil não foi apenas baterista. Como letrista, escreveu composições inteligentes e poéticas, além de livros marcantes. Portnoy lembrou em especial de "Ghost Rider", escrito após a perda da esposa e da filha, que descreve suas longas viagens de moto e serviu de inspiração para superar adversidades. "Ele viveu a vida ao máximo e foi um exemplo nesse sentido também."
A última memória de Portnoy com o ídolo é de 2015, na turnê de despedida do Rush. Neil não apenas os recebeu no soundcheck, como deixou o filho de Portnoy, Max, tocar sua bateria e levou para casa baquetas autografadas e uma pele usada. "Foi incrível dividir aquele momento com meu maior herói na bateria. Um final perfeito para a nossa história."
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