A canção que Ozzy Osbourne ouviu até gastar o vinil; "Eu não conseguia parar de escutar"
Por Bruce William
Postado em 02 de setembro de 2025
Antes de se tornar o "príncipe das trevas" do heavy metal, Ozzy Osbourne era apenas um garoto inglês apaixonado pelo som que vinha das bandas da chamada British Invasion, a ponto de sonhar ser integrante de uma delas. Beatles, Rolling Stones e outros grupos mostravam que o rock deixava de ser um nicho para virar fenômeno cultural, e foi nesse cenário que Osbourne teve uma das maiores revelações musicais de sua vida.
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Entre esses nomes estava o The Kinks. Embora muitas vezes fiquem um degrau abaixo de Beatles e Stones quando se fala em influência, a banda dos irmãos Ray e Dave Davies deixou um legado inegável. Com composições que iam de retratos poéticos da vida inglesa, como "Waterloo Sunset", até personagens marcantes em canções como "Lola", Ray Davies se firmou como um dos grandes letristas de sua geração.
Mas nada se comparou ao impacto de "You Really Got Me". Ray inicialmente imaginava a faixa em arranjo mais suave, quase jazzístico. Coube ao irmão Dave transformar a ideia em algo visceral, distorcendo o som do amplificador e criando um riff agressivo que muitos consideram a fagulha do hard rock.

Foi exatamente essa sonoridade crua que prendeu Ozzy. "Fuckin' hell, quando eu ouvi 'You Really Got Me', comprei o single e ouvi até não aguentar mais. Eu não conseguia parar de escutar. Eu não sinto mais isso com a música de hoje", declarou o vocalista em fala resgatada pela Far Out, onde ele lembra da intensidade que a faixa lhe causou.
Essa energia logo se refletiria na própria trajetória dele. Se Ray Davies usava sua voz de forma mais delicada, Ozzy adaptou o mesmo espírito para algo muito mais sombrio, especialmente quando se uniu a Tony Iommi e o Black Sabbath para cantar sobre medos, demônios e a escuridão interior.

Décadas depois, "You Really Got Me" ainda é vista como um marco. Além de inspirar incontáveis bandas de rock pesado, ganhou nova vida com a versão explosiva do Van Halen em 1978, que levou o riff para outra geração, embora não tenha sido muito bem digerida pelo autor. Porém, ao revisitar o original, fica claro por que Ozzy ficou obcecado: toda a essência do hard rock já estava ali, comprimida em dois minutos de pura urgência.

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