A música que Paul McCartney não toca ao vivo por ter sido "deturpada" em sua ideia original
Por Bruce William
Postado em 29 de outubro de 2025
Paul McCartney sempre evitou transformar show em palanque. Ao longo da carreira, ele preferiu letras pessoais e universais, com raras incursões políticas. Quando se posicionou, fez isso pontualmente, como em "Give Ireland Back to the Irish" e em b-sides de tom social.
O início dos anos 2000 foi diferente. Em 11 de setembro de 2001, Paul estava em Nova York quando os ataques às Torres Gêmeas ocorreram. O impacto do momento o levou a escrever uma faixa de apoio e reconstrução, pensada para soar como abraço público em uma cidade ferida.
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A canção era "Freedom". Lançada logo após o 11/9 e apresentada em eventos beneficentes, ela vinha com refrão simples e marcial, fácil de cantar junto. A intenção era levantar o astral; o efeito posterior acabou destoando do plano original.
Com a escalada da retórica oficial nos EUA e a resposta militar no exterior, a palavra "liberdade" ganhou conotações que nem todos aceitavam. Paul descreveu assim, em entrevista à Pitchfork (via Far Out): "Eu achei que era um ótimo sentimento e, imediatamente após o 11 de Setembro, achei que era o sentimento certo. Mas ela foi sequestrada. E um significado um pouco militarista se anexou a ela, e você via o senhor Bush usando muito esse tipo de ideia de um modo que, eu senti, alterou o sentido da canção."
A leitura política endurecida - com gente levando ao pé da letra versos sobre "lutar pelo direito" - empurrou "Freedom" para fora do repertório. Não foi um rompimento brusco, e sim um movimento gradual: a faixa apareceu em apresentações pontuais no calor dos fatos e, depois, rareou até praticamente sumir.
McCartney não renega a intenção original, só não quer reforçar uma interpretação que discorda do que compôs. O resultado prático é simples: apesar do catálogo gigante e dos muitos momentos de coro coletivo nos shows, "Freedom" virou exceção. Ele prefere deixá-la fora do setlist a ver a mensagem ressignificada em direção que não endossa. Mas não se trata de vergonha pela música ou de censura externa. É escolha de curadoria. Quando a plateia for cantar junto, Paul quer que a canção fale por ele, e não por um discurso que tomou outro rumo.
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