A história insana do dia em que Ace Frehley virou um frasco de perfume no gargalo
Por Bruce William
Postado em 17 de outubro de 2025
No folclore do KISS, há uma história envolvendo Ace Frehley que resume os excessos: preso numa limusine, Ace virou um frasco de perfume pelo teor alcoólico. A anedota volta hoje (16/10/2025), dia em que o guitarrista morreu, aos 74 anos de idade.
Já existiam histórias malucas o bastante sobre Ace Frehley para encher um setlist. Mas poucas são tão absurdas e cruas quanto a do perfume: sem bebida por perto e ouvindo que fragrância tem alto teor de álcool, o "Spaceman" não titubeou: destampou o frasco e engoliu seu conteúdo, relembrou a Far Out.


O episódio não é sobre "ousadia"; é sobre vácuo entre shows. No KISS em velocidade de cruzeiro, havia uma hora de palco para 23 de tédio e cansaço. É nesse intervalo que más ideias encontram oportunidade e, com Ace, às vezes viravam ação em segundos.
A inclinação ao risco não começou com a fama. Frehley saiu das ruas do Bronx com cicatrizes e reflexos rápidos. Essa energia, quando jogada dentro do circo global de uma banda gigante, podia produzir tanto riffs certeiros quanto decisões desastrosas.

Décadas depois, companheiros e entrevistas reconstruíram o contexto: rotina de estrada em piloto automático, hotéis idênticos, mente entorpecida. Não é preciso florear para entender como alguém acha "lógico" beber perfume: é a matemática da exaustão somada ao vício.
Houve viradas. Fora do KISS desde 2002, Ace abraçou a sobriedade em 2006 e passou a admitir a conta que aqueles anos cobraram. Falava disso sem glamour, como quem sabe que o mito só existe porque alguém quase não voltou.
Hoje, com sua morte aos 74, essas histórias trocam de prateleira. Saem do território da piada privada e viram memória de tempero amargo: um lembrete de que o mesmo cara que levou o Bronx à Les Paul baixa também atravessou linhas perigosas e sobreviveu tempo suficiente para influenciar gerações.

No fim, o que fica não é o gosto do perfume, mas o cheiro de época: um rock que confundia resistência com invulnerabilidade. O "Spaceman" partiu; o mito, não.
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