As melhores músicas de rock de cada ano dos anos 1990, segundo a Loudwire
Por Gustavo Maiato
Postado em 29 de setembro de 2025
Os anos 1990 marcaram uma verdadeira revolução no rock pesado. Enquanto o glam e o hair metal perdiam força, o grunge tomava de assalto rádios e TVs, abrindo espaço também para o pop punk e para o nu metal, que cresceu no fim da década.
A Loudwire listou as melhores músicas de hard rock de cada ano, entre 1990 e 1999. Para nós brasileiros, entretanto, a lista está mais para "melhores de rock". O resultado é uma viagem completa pela década que moldou a sonoridade de toda uma geração.


1990 – AC/DC: "Thunderstruck"
O AC/DC começava os anos 90 em alta. O single "Thunderstruck", de "The Razors Edge", recolocou os australianos no centro da cena rock mundial. O riff criado por Angus Young nasceu de um exercício de digitação na guitarra e acabou se transformando em um dos mais reconhecíveis da história.
A faixa virou presença obrigatória em arenas esportivas, filmes e comerciais. Como definiu a própria banda, a ideia era criar algo explosivo: "Queríamos que soasse como um trovão caindo na sua cabeça".


1991 – Nirvana: "Smells Like Teen Spirit"
Poucas músicas mudaram tanto a história do rock quanto este single de "Nevermind". Lançada em setembro de 1991, "Smells Like Teen Spirit" derrubou o domínio das bandas de hard rock farofa e inaugurou oficialmente a era grunge.

Com Kurt Cobain gritando versos raivosos e melódicos ao mesmo tempo, a faixa se tornou um hino geracional. "Com 'Smells Like Teen Spirit', abrimos as portas para todos os alternativos que viviam escondidos nas rádios universitárias", reconheceu o Nirvana em entrevistas posteriores.

1992 – Rage Against the Machine: "Killing in the Name"
Misturando rap, metal e ativismo político, o Rage Against the Machine estreou com força total. "Killing in the Name" virou um símbolo de protesto contra racismo, abuso de poder e conformismo.


O refrão, repetindo mais de dez vezes o famoso "F** you, I won't do what you tell me"*, foi censurado em várias rádios e TVs. Ainda assim, a música incendiou plateias. "Era impossível tocar isso ao vivo sem que a galera enlouquecesse", lembrou Tom Morello.
1993 – Smashing Pumpkins: "Today"
A ironia marcou um dos maiores hits da carreira do Smashing Pumpkins. Aparentemente otimista, com o refrão "Today is the greatest day I've ever known", a faixa escondia letras sobre desespero e depressão.
Parte do álbum Siamese Dream, a música capturou o espírito de contradição da época. Billy Corgan admitiu que a escreveu em um de seus piores dias: "É uma canção alegre sobre estar suicida". O contraste a transformou em clássico instantâneo.

1994 – Green Day: "Basket Case"
O trio californiano explodiu com Dookie, álbum que levou o pop punk para as massas. "Basket Case" é o maior símbolo dessa virada: rápida, melódica e cheia de humor ácido, fala sobre ataques de ansiedade de Billie Joe Armstrong.

Com videoclipe gravado em um manicômio, a faixa ganhou vida própria na MTV. Armstrong resumiu: "Eu realmente pensei que estava enlouquecendo. Então escrevi sobre isso - e acabou virando nosso maior hit".

1995 – White Zombie: "More Human Than Human"
Enquanto o grunge dominava, o White Zombie trouxe algo completamente diferente. Em Astro-Creep: 2000, Rob Zombie e sua banda misturaram metal industrial, grooves dançantes e letras sombrias.
"More Human Than Human" se destacou pela slide guitar distorcida e pelos samples inusitados. A canção foi indicada ao Grammy e se tornou a mais conhecida do grupo. "Queríamos algo sujo, sexy e brutal ao mesmo tempo", disse Rob Zombie.
1996 – Rage Against the Machine: "Bulls on Parade"
O segundo disco do Rage, Evil Empire, consolidou o grupo. "Bulls on Parade" atacava diretamente o complexo militar-industrial americano. Mas o que realmente chamou a atenção foi o solo de Tom Morello, imitando scratches de DJ usando apenas a guitarra.

"Eu queria que a guitarra soasse como uma arma ou como um toca-discos arranhado", explicou Morello. O resultado foi inovador e tornou a faixa uma das mais emblemáticas da década.
1997 – Foo Fighters: "Everlong"
No meio de turbulências pessoais, Dave Grohl compôs o que se tornaria a música definitiva do Foo Fighters. "Everlong", parte de "The Colour and the Shape", nasceu de sua relação com Louise Post, do Veruca Salt.


A faixa cresceu ainda mais quando Grohl apresentou uma versão acústica em uma rádio. "É sobre aquele sentimento mágico de estar completamente apaixonado", disse o vocalista. Desde então, virou hino obrigatório nos shows da banda.
1998 – Hole: "Celebrity Skin"
Com o grunge em declínio, Courtney Love reinventou o Hole com uma sonoridade glam rock em Celebrity Skin. A faixa-título ironiza o culto às celebridades e expõe a superficialidade de Hollywood.
Love não economizou nas palavras: "É sobre se sentir consumida e usada, mas ainda assim jogar o jogo da fama". O single rendeu duas indicações ao Grammy e garantiu a transição da banda para uma nova fase.
1999 – Creed: "Higher"
Encerrando a década, o Creed lançou um de seus maiores sucessos. "Higher" virou hit radiofônico mundial, com mensagem de superação que conquistou estádios de futebol e playlists de rock cristão.

"Eu sonhei que podia controlar meus sonhos e acordar renovado", contou Scott Stapp, sobre a inspiração da música. Apesar de dividir opiniões, a faixa consolidou o Creed como uma das maiores bandas de rock comercial do fim dos anos 90.
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