Melhores Álbuns Ano a Ano: Parte 1, 1960
Por Edson Medeiros
Fonte: Besouro Musical
Postado em 13 de outubro de 2015
A princípio como um grande fã de Rock/Metal no inicio da minha adolescência (13-14 anos) quando passei de simplesmente ouvir o que se tocava no rádio ou o que botavam para eu ouvir e me interessar em buscar uma identidade musical, algo com que me identificasse, foi ai que com meu primeiro computador que ganhei nesta mesma idade passei a buscar músicas na internet (na época ainda discada) com muita dificuldade.
Primeiro usando o Youtube ou pesquisas através do Google busquei o pouco que conhecia através da MTV sobre Rock. Coisas típicas de quem está tentando se inserir neste mundo particular da música: Ramones, Guns n’ Roses, Ozzy Osbourne, Nirvana, etc.
Curiosamente muitas dessas bandas não me agradaram logo de cara, então fui buscando meios de poder baixar algumas músicas diferentes em MP3 (um meio recém-descoberto por mim) e poder ouvir diretamente no PC além de gravar meus próprios CDs pirata.
Foi ai que passei a utilizar o LimeWire (que foi uma verdadeira mina de ouro para um leigo), fuçando o programa e sem muito conhecimento sobre bandas simplesmente habilitei opções pré-definidas de busca como "Classic rock", "MP3", "Music" e os resultados foram magníficos.
Passei a conhecer muitas bandas através do LimeWire, sendo que a primeira a de fato chamar minha atenção ao ponto de buscar mais sobre ela foi o Motörhead.
Graças ao som pesado e rápido do Mr. Lemmy Kilmister e seus comparsas de bebedeira minha vida estava tomada pelo Rock & Roll.
Com o interesse crescendo a cada dia, passei a não simplesmente ouvir músicas isoladamente e buscar por álbuns (algo tão menosprezado nos dias de hoje).
Comecei a entender conceitos de trabalho e respeitar ideias por trás de discos completos – hits são bons, mas não há nada como pegar um Tommy da vida e "sentir" todo o árduo trabalho da banda para lançar aquilo como um "pacote fechado".
Álbuns também me ajudaram a entender contextos históricos sobre como andava o mundo anos atrás, uma aula de historia interessantíssima daquelas que o ensino publica brasileiro é incapaz de oferecer.
Comecei a trabalhar aos 16 justamente para poder comprar meus primeiros álbuns originais. Lembro-me da primeira vez que entrei numa loja e comprei meu primeiro CD – na verdade foram dois – Highway to Hell (R$18) e Back in Black (R$23) do AC/DC – curiosamente lembro até dos preços.
Hoje entre vinis e CDs já perdi as contas de quantos tenho porque praticamente todos os meses eu compro algo novo – hobby que não recomendo para quem acha que pode perder o controle do seu lado mais consumista como já aconteceu comigo.
Com o amadurecimento passei a sair do "reduto do Rock" que às vezes pode nos cegar para outras coisas realmente boas e passei a consumir todo o tipo de música (de qualidade claro!).
Gosto de Soul, Blues, R&B, Funk, Jazz, Country, MPB, Samba, Música Clássica sem deixar de amar o Rock/Metal como aquele nosso "primeiro amor" por aquela namorada que não dá pra esquecer.
Agora para quem teve paciência de conhecer um pouco sobre minha paixão por música- imagino que muitos se identificaram – e também para quem pulou direto para cá, vamos ao que interessa.
Vou listar meu Top 10 de grandes discos através dos anos em matérias que provavelmente vão ter algumas edições.
Espero que tenham paciência de acompanhar meu sincero trabalho de pesquisa e audições para determinar grandes discos ano a ano e quem sabe ajuda-los a conhecer coisas novas.
10º Frank Sinatra – Nice ‘n’ Easy
(Classic pop / Capitol Records)
Um grande álbum repleto de baladas milimetricamente pensadas para serem interpretadas por Sinatra. Apesar de não apresentar nada de diferente em relação a seus antecessores, este álbum manteve o alto nível de qualidade nos arranjos e nos vocais. Manteve-se no topo das paradas de sucesso por nove semanas consecutivas.
9º Max Roach – We Insist! Max Roach’s Freedom Now Suite
(Avant-garde jazz / Candid Records)
Disco essencial do virtuoso percussionista Max Roach. Consiste basicamente de uma suíte sustentada por bateria e metais onde são proclamados textos baseado na emancipação e no Movimento dos Direitos Civis.
8º Wes Montgomery – The Incredible Jazz Guitar of Wes Montgomery
(Jazz / Riverside Records)
Álbum que mostra bem a elevada qualidade técnica do guitarrista Wes Montgomery. Simplesmente delicioso para os amantes de guitarristas que sabem imprimir força e delicadeza em cada nota.
7º Joan Baez – Joan Baez
(Folk / Vanguard Records)
Com uma voz doce e uma sonoridade extremamente básica este é um dos melhores registros Folk de toda a história. Repleto de baladas tradicionais foi essencial para a expansão da música tradicional americana e a ajudou a ser respeitada nos grandes centros urbanos do país.
6º Elvis Presley – Elvis Is Back!
(R&B / RCA Victor)
O Rei voltou. E voltou diferente. Depois de passar dois anos servindo o exército Elvis Presley voltou aos EUA musicalmente mais maduro e com a voz potencialmente melhor. Deixou um pouco de lado o Rockabilly que o consagrou e voltou-se para o R&B, mas sem deixar de ser Elvis.
5º Etta James – At Last!
(Soul / Argo Records)
Apesar de ser essencialmente uma cantora Soul, Etta James foi contratada pelos irmãos por enxergarem nela um grande potencial Pop – por isso os arranjos de cordas em algumas faixas. O investimento foi alto, mas obteve retorno. Hoje a canção homônima ao álbum está entre os grandes clássicos da música mundial. Inconfundível.
4º Muddy Waters – At Newport 1960
(Chicago blues / Chess Records)
Registro da apresentação arrasadora de Muddy Waters no Newport Jazz Festival. Com uma banda de respeito interpreta algumas das canções que hoje são consideradas Standards do Blues. Será que Dylan andava escutado este disco quando gravou Highway 61 Revisited? Eletricidade pura!
3º Charles Mingus – Blues & Roots
(Hard bop / Atlantic Records)
Quando foi acusado de fazer uma música com pouco balanço pela critica da época, o contrabaixista Charles Mingus buscou em suas raízes no Blues e no Soul o swing que diziam faltar em sua essência. O resultado é este disco maravilhoso de Hard Bop instigador repleto de alma.
2º John Coltrane – Giant Steps
(Jazz / Atlantic Records)
Com novos conceitos harmônicos desenvolvidos por Coltrane que foram seguidos como cartilha básica pelos saxofonistas de Jazz. Este disco foi tão importante para a música tradicional americana que acabou sendo escolhido pela Biblioteca do Congresso para entrar no Registro Nacional de Gravações como obra-prima fundamental da música.
1º Miles Davis – Sketches of Spain
(Third stream / Columbia Records)
Para mim o maior disco do movimento que ficou conhecido como Third Stream (fusão entre Jazz, Música Clássica e World Music). Traz releituras para peças de concerto para orquestra e balé, tudo muito bem trabalhado pelo genial Miles Davis e rearranjado pelo multi-facetista Gil Evans. Apesar de gravado em NY por um time de músicos basicamente norte-americano, a sensação ao colocar a bolacha na vitrola é que estamos ouvindo um concerto direto da Catalunha.
É isso pessoal. Fiquem com a lista, opinem e discutam nos comentários. Discordar faz parte. Deixe sua opinião! Abraços.
Nota: Prometo ser BEM mais breve nas próximas edições.
Matéria original:
http://besouromusical.blogspot.com.br/
Melhores Álbuns Ano a Ano
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