Judas Priest: "não faremos outro disco como o Nostradamus"
Por Ricardo Stephansson
Fonte: The Quietus
Postado em 19 de fevereiro de 2009
John Doran, do The Quietus, conduziu recentemente uma entrevista com o vocalista do JUDAS PRIEST, Rob Halford, que falou, dentre outras coisas, sobre sua sexualidade e o alcoolismo.
Sobre o quanto o chateia ouvir histórias de pessoas sendo maltratadas por serem gays:
"Se puder diga para aquele garoto que compreendo as coisas pelas quais está passando e que ele não está sozinho. Eu me tornei meio que um modelo no cenário metal para todos os bangers gays e isso é algo que levo muito a sério. Ele deveria poder entrar na Internet; há várias formas de interação lá, ou com sorte encontrar um amigo com quem possa conversar quando precisar. Mas é isso. Olhe, estamos em 2008 e há esse jovem headbanger que está passando exatamente pelas mesmas coisas pelas quais eu passei quando era um adolescente no meio de um processo de auto-aceitação. É uma experiência muito difícil, dolorosa e solitária, e você se sente uma aberração, embora não o seja. Você não é uma aberração; você é perfeitamente normal. Está tudo certo com você. Mas você se sente tão isolado que em certos casos isso pode até ser perigoso. Então é importante que ele compreenda que não está sozinho e que as pessoas que lhe enchem o saco por sua orientação sexual são um bando de idiotas. Eles são burros e ignorantes. Então ele deve fazer o que quer que precise fazer para cuidar de si próprio".
Sobre ser um alcoólatra em recuperação:
"Eu lembro do primeiro show que fiz sóbrio na vida com o PRIEST no Tingley Coliseum em Albuquerque, New Mexico. Foi em 1986. Era o primeiro show da turnê do álbum 'Turbo' e também a primeira vez que subia num palco sem ter uma boa quantidade de bebida sob o cinto. Antes disso eu tomava umas três ou quatro doses de vodka com tônica ou algo do tipo e já ficava com um pouco de zumbido antes mesmo de subir no palco. Mas, pela primeira vez, lá estava eu, limpo e sóbrio em cima de um palco, e esse foi para mim o melhor show da minha vida, porque de repente a música tinha virado a minha droga. A música estava me dando tudo o que eu não tinha percebido que ela me dava, pois eu estragava tudo com a bebida e as drogas. Mas você consegue. Eu tenho uma porrada de amigos que bebem; todos na banda bebem, mas isso não me afeta. Eu certamente evito a tentação por ser um alcoólatra em recuperação, e não há nenhum alcoólatra no PRIEST. Então, quando eles querem beber, eles bebem, mas comigo, eu teria de beber para ficar bêbado e tudo o mais".
Sobre se ele tem orgulho de o JUDAS PRIEST ter apostado em algo tão ambicioso como o álbum conceitual "Nostradamus" enquanto outras bandas cedem à tentação de se manter fiéis à fórmula:
"Bom, não acho que vimos isso como uma aposta. Penso que estávamos apenas bastante animados por finalmente havermos decidido fazer algo que vínhamos querendo fazer há um bom tempo. Por causa do nosso ritual de escrever, gravar e embarcar em turnês mundiais, nos levou uma era para finalmente conseguirmos reservar tempo suficiente para esse projeto, já que era algo que demandaria uns dois anos. E também para encontrar o tema ideal. Daí finalmente 'Nostradamus' apareceu e nós tivemos todos os recursos para fazer um bom álbum. Então na real nós o fizemos para nós mesmos. Nós queríamos fazê-lo fazia um tempão e finalmente fizemos acontecer. A reação geral foi sólida e certa, e foi mista em alguns cantos. Alguns metaleiros só querem saber de 'Painkiller', 'Painkiller', 'Painkiller' ou 'British Steel', 'British Steel', 'British Steel', mas não é disso que se trata estar numa banda, principalmente para nós. Nós queremos ver do que somos capazes. Esse é um momento fantástico para o PRIEST e para nossos fãs, e ainda estamos curtindo a fase inicial de apresentação das músicas que constituirão um show completo, com todo o álbum tocado na íntegra".
Sobre se ele consegue se visualizar fazendo o que faz indefinidamente:
"Bom, você tem que ser prático. Não estamos rejuvenescendo nem um pouco mas isso não está nos atrapalhando. A energia e a empolgação ainda estão lá. Ainda amamos tocar juntos como uma banda. Somos bons camaradas. Sabemos que podemos escrever boa música. O time de compositores é muito forte, como todos acabamos de constatar com 'Nostradamus'. Temos força de vontade e determinação. Se e quando decidirmos que acabou, não iremos alardeá-lo para o mundo. Provavelmente vamos só... desaparecer gradativamente (cai na gargalhada). Mas não estamos desaparecendo ainda; estamos fortes, ainda brilhando no céu do metal! (mais gargalhadas)".
Sobre se ele acha que o PRIEST fará outro álbum no estilo de "Nostradamus" da próxima vez que forem gravar:
"Pessoalmente, creio que não. Acho que certas coisas só se fazem uma vez. Não sei o que faremos a seguir, mas será com certeza outro disco de Metal do JUDAS PRIEST. É uma idéia muito empolgante saber que haverá algo no horizonte".
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