Bruce Dickinson: magia, ocultismo e as interpretações de "Rain on the Graves" (vídeo).
Por Tchelo Emerson
Postado em 25 de abril de 2024
O canal Metal Musikast no Youtube deu início a uma nova série de vídeos com análise completa do mais novo disco solo do Bruce Dickinson, "The Mandrake Project". A série terá um total de 10 vídeos com resenhas detalhadas. São muitas informações e curiosidades sobre cada uma das músicas e letras do novo trabalho de estúdio do vocalista do Iron Maiden.
O segundo vídeo conta com análise da letra de "Rain on the Graves", que foi o segundo single do álbum e foi acompanhado de um vídeo na ocasião do seu lançamento.
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Bruce Dickinson declarou que a inspiração para a letra veio de uma visita que fez ao cemitério de Grasmere, no Lake District, quando foi a um casamento e aproveitou para ver o túmulo do poeta William Wordsworth. O dia estava chuvoso e Bruce passou a criar a ideia de um pacto com o diabo, lembrando da lenda de Robert Johnson, ícone do blues sobre quem recaiu sempre a acusação de ter feito tal pacto.
O vocalista do Iron Maiden costuma partir de uma certa ideia e desenvolver toda uma letra que contém diversas expressões de sua convicção pessoal. Ele já declarou que sempre busca contar uma boa história, mas sem descuidar de colocar muitas de suas opiniões nas letras.
Seguindo esta linha de raciocínio, e considerando a trajetória lírica de Bruce Dickinson no Iron Maiden e em sua carreira solo, é possível extrair um leque mais aberto de interpretações de "Rain on the Graves".
Veja a resenha completa no player de vídeo a seguir.
Bruce Dickinson é fã declarado do ocultista britânico Alster Crowley que, por sua vez, acreditava ser a reencarnação do maior ocultista do séc. XIX: Eliphas Lévi. Este foi quem compilou os símbolos que compõem a figura conhecida como Baphomet. A imagem de tal figura espiritual foi inspirada em imagens de divindades de povos ancestrais. Uma delas era Baal, que os babilônios acreditavam ser o deus da fertilidade, inclusive da fertilidade da terra, motivo pelo qual aquele povo fazia sacrifícios para obter a chuva que irrigava as terras e dava prosperidade.
É bem possível que Dickinson se refira à chuva na letra exatamente como uma referência oculta da figura citada acima, que era venerada por Crowley, ídolo do vocalista.
E a referência da chuva que cai nas sepulturas ("graves") vem da ideia da magia negra utilizada pelo ocultista inglês, já que aqueles que a praticam acreditam que realizam encantamentos para acessar as energias ou as consciências dos mortos. Assim, "Rain on the Graves" (Chuva nas Sepulturas) oculta as referências cruzadas de Baal e necromancia, temas muito caros ao ídolo religioso de Bruce Dickinson.
Não à toa o personagem da letra está no cemitério num dia chuvoso para fazer um pacto com o diabo. Não é uma aparição com a qual o personagem se apavora, como na letra da música Black Sabbath, por exemplo. Na letra de Bruce Dickinson, embora o personagem esteja de mãos trêmulas ("Trembling hands"), é ele mesmo quem vai procurar contato com o tinhoso.
Este é o universo lírico que Bruce Dickinson propõe em "Rain on the Graves".
A resenha completa pode ser assistida no player de vídeo a seguir
O vídeo é o segundo da série "Explicando The Mandrake Project", que vai abordar curiosidades sobre toda a história contada pelo vocalista do Iron Maiden nesse novo projeto de sua carreira solo.
METAL MUSIKAST no Youtube é um novo canal para os fãs de metal encontrarem muita informação e histórias sobre as principais bandas de várias vertentes do metal.
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