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Virtual XI: uma franca opinião impopular

Resenha - Virtual XI - Iron Maiden

Por Marcelo R.
Postado em 01 de abril de 2025

Matéria originalmente publicada na página Rock Show

O controverso álbum Virtual XI, dos britânicos do Iron Maiden, aniversariou há poucos dias. Completou 27 anos.

Embora as opiniões sobre esse trabalho, longínquo na linha do tempo da discografia da banda, já estejam consolidadas, penso que o timing não seja completamente inadequado para rabiscar algumas palavras a seu respeito. Aproveito, para tanto, o ensejo, ou o pretexto, de seu recente aniversário.

Envelheceu como um bom vinho? Eis, adiante, a minha opinião.

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Por precaução, peço, desde logo: abaixem as armas, por favor.

Diretamente ao ponto: sou voto vencido. Francamente minoritário. Praticamente isolado. Considero, porém, Virtual XI trabalho magnífico. Simples assim. Talvez, por desconhecimento musical.

De todo modo, para formar minhas impressões, norteio-me sempre, e exclusivamente, pelos sentimentos que um trabalho artístico me avulta. E Virtual XI realmente me comove, num sentido bastante positivo e entusiástico.

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Perdoem-me os detratores, cujas razões, que bem conheço, compreendo perfeitamente. Acho-as plausíveis, inclusive. Apenas não enxergo – ou melhor, não ouço – dessa forma, numa perspectiva puramente pessoal da arte e de como ela, nesse caso, me toca. Sou minoria barulhenta.

Se pudesse resumir, em uma única frase, minhas impressões sobre o Virtual XI, pediria licença para apenas transcrever o autossuficiente título da resenha mais antiga encontrável no site metal-archives sobre esse trabalho: I fail to see what is so wrong with this album (em tradução livre: "eu não consigo enxergar o que há de tão errado com esse álbum").

Tudo aquilo que poderia, e desejaria, dizer está condensado nessa frase, enxuta no tamanho, inteira e potente em significado.

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Não pretendo resenhar propriamente o Virtual XI. Tampouco militar campanha para convencer à mudança da perspectiva geral de impressões sobre esse trabalho. Virtual XI já soma quase 3 décadas e, assim, é amplamente conhecido, em todas as suas nuances. As opiniões, da mesma forma, já cristalizadas. E há muito.

A pergunta que normalmente me faço, diante disso, é: o que me atrai e me instiga tanto nesse material, e a essa estatura?

Não serei leviano em sustentar que Virtual XI esteja à altura da fileira de clássicos que compõe os golden years do Iron Maiden, assim considerados os materiais que se sequenciam desde o álbum de estreia até o Seventh Son of a Seventh Son (embora, franca e respeitosamente, não considere, pessoalmente, o Powerslave essa tão indiscutível e epopeica maravilha, como se apregoa por aí. Mas isso é papo para outra hora e para outro lugar...).

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De todo modo, Virtual XI predomina em bons momentos, com uma única ressalva: The Angel and The Gambler. Excessivamente longa, repetitiva, pouco inspirada, sem peso, sem criatividade e sem qualquer melodia marcante, esse é o [único] ponto de declínio do álbum.

Quanto ao mais, Virtual XI é permeado por ideias interessantíssimas (já escuto, ao longe – ou não tão distantemente –, a saraivada, talvez merecida, de vaias?).

Trata-se, a propósito, de trabalho maduro, obscuro, intrincado, complexo, pesado e prodigamente climático, balanceado, porém, por doses balsâmicas de melancólica beleza (a exemplo, quanto ao último aspecto, de Como Estais Amigos, sobre a qual me debruçarei, com vagar, mais adiante).

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É, em síntese, um álbum triste e soturno, em seu aspecto geral.

No tom correto, Blaze Bayley é afinadíssimo. Possui uma voz limpa, potente e cristalina.

Detentor de um tom mais baixo e grave, seu desempenho vocal, bastante performático, aclimatou-se, com justeza, perfeição e segurança, à proposta de um trabalho como o Virtual XI, norteado por aspectos mais lúgubres, frios e escuro-acinzentados.

Frise-se o óbvio (que, por vezes, também precisa ser dito): Blaze Bayley não é Bruce Dickinson.

A comparação é impossível, inadequada e inoportuna. O cotejo injustiça, cruelmente, Blaze Bayley, suas habilidades e sua biografia, ofuscando as qualidades que o vocalista, em si considerado, detém e domina.

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As virtudes devem ser avaliadas por aquilo que o cantor entrega e agrega, e não com base em juízos hipotéticos de paralelismos.

Arte não é cabo de guerra. Para além disso, o espírito de conflagração já passou (ou deveria estar superado).

Blaze Bayley não está mais na banda. Há décadas. A animosidade movida à época merece ser dissipada. E o trabalho do respectivo período deve ser analisado pelo que representa em si, em suas qualidades intrínsecas, e não pelas comparações do que poderia ser, ou ter sido, em outras circunstâncias ou com base em outras decisões.

Pois bem, regressando ao Virtual XI.

Propriamente sobre as canções em si, Futureal é aquela típica faixa de abertura da donzela. Curta e veloz, é uma composição com padrão já conhecido em outros trabalhos da banda. Atende perfeitamente à sua proposta de inauguração da audição, com os contornos daquela conhecida praxe do Iron Maiden, de abertura dos álbuns com faixas mais curtas e aceleradas, em regra.

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A subsequente The Angel and the Gambler já foi comentada. A mim, o único ponto de declínio desse trabalho.

No mais, as canções seguem estruturas semelhantes, na sua lógica e no seu espírito composicionais.

As faixas são longas, pesadas e densas, estruturadas a partir de introduções climáticas obscuras, sequenciadas, porém, por explosões sonoras imponentes. Alguns andamentos são épicos e viscerais. Outros, mais cadenciados.

Há, porém, a interposição de diversas quebras de tempo, com múltiplos momentos de introspecção que permeiam a intrincada ambiência de Virtual XI.

Essa fórmula conferiu ao trabalho um aspecto multivariado e contrabalançado de peso, agressividade, melodia e imersão íntima. As faixas, em termos gerais, evoluem paulatinamente, em suas longas durações e em meio a diversos arranjos bem trabalhados e bem explorados, que vão se sobrepondo sequencialmente.

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A canção representativa e paradigmática dessas qualidades é, sem dúvidas, The Clansman, ícone que se tornou um dos hinos do conjunto.

The Clansman é, aparentemente, a única música imune, aqui, a qualquer crítica. É ovacionada até hoje, inclusive pelos opositores mais detratores de Virtual XI. Vez ou outra, é, até mesmo, tocada ao vivo.

Praticamente todas as demais composições, contudo, seguem o mesmo padrão virtuoso – trocadilho involuntário! –, a exemplo de Lightning Strikes Twice, When Two Worlds Collide, The Educated Fool e Don't Look to the Eyes of a Stranger.

Finalmente, ao cerrar das cortinas, o álbum é ultimado – e a participação de Blaze Bayley, definitivamente sepultada –, com Como Estais Amigos.

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Com uma abertura melancólica e uma cadência ritmicamente lenta, a faixa se desenvolve num tom dramático e dicotomicamente belo de tristeza – sentimentos que, na arte, nem sempre se repelem, mas, por vezes, se amalgamam –, deixando ao ouvinte gosto e impressão de definitiva despedida.

Ambientada, liricamente, na Guerra das Malvinas, Como Estais Amigos representa sensível homenagem aos soldados argentinos vitimados no referido confronto bélico.

A fonte inspiradora dessa composição explica seu tom descolorido de tristeza, de luto e de perda, sentimentos fielmente transmitidos, em sua dimensão artística, ao ouvinte, numa canção belamente dolorosa.

Uma forma tétrica e fúnebre, mas igualmente balsâmica – em sua própria melancolia –, para o cerrar de cortinas de Virtual XI.

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Em síntese, e encaminhando-me já ao fim: sei que a opinião que aguerridamente sustentei é impopular. Praticamente isolada.

De todo modo, centrando-me apenas nas impressões que Virtual XI me avultam – sem a influência ou a intromissão externa de comparações ou das opiniões majoritárias –, essas são as percepções que o trabalho aniversariante me transmite.

Creio, porém, que um destaque é importante e oportuno, para contextualização (e, por certo, explica, em parte, as considerações que lancei acima): essas são impressões redigidas por alguém que não vivenciou, pessoalmente, a disruptiva época de transição de vocalistas, mas apenas conheceu a história em retrospectiva, alheio, portanto, às naturais emoções do momento.

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De todo modo, arrisco derradeiro comentário (que, certamente, não angustiará ainda mais o ouvinte detrator de Virtual XI que corajosamente chegou até aqui tão longe): creio que Virtual XI ainda receberá alguma espécie de reparação histórica. Pode ser exagero ou apenas ingenuidade, mas não só acredito nisso, como assim o desejo.

Sem criatividade para um apagar de luzes mais digno e adequado a essa sequência de pensamentos, deixo, reflexivamente, o arremate:

I fail to see what is so wrong with this album.

Tracklist:
Futureal
The Angel and the Gambler
Lightning Strikes Twice
The Clansman
When Two Worlds Collide
The Educated Fool
Don’t Look to the Eyes of a Stranger
Como Estais Amigo

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Sobre Marcelo R.

"Marcelo R. é natural de Itu. Da fama de sua cidade, herdou alguns exageros, como o gosto pela música e pela literatura. Ávido leitor e aficionado por uma imensa gama de subgêneros do rock, possui especial paixão pelo metal nacional, do qual é incansável apoiador. É colecionador de discos, já tendo completado algumas discografias, como a do Katatonia e a do Bruce Dickinson. Nas horas vagas, é um despretensioso escritor, aventurando-se especialmente em resenhas de livros e de música. Colabora com a página Rock Show, sediada no site Medium. É formado em Direito."
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