The Spirit, o fortalecimento do Black Metal Melódico em seu álbum de estréia
Resenha - Sounds From The Vortex - Spirit
Por Oscar Xavier
Postado em 17 de março de 2025
Formada na Alemanha no ano de 2015 por Manuel Steitz (bateria) e Matthias Trautes (inicialmente guitarra e vocal), THE SPIRIT é uma banda de Black Metal Melódico que já acumula 4 álbuns de estúdio em sua carreira, sendo seu álbum de estreia intitulado "Sounds from the Vortex" o nosso foco de hoje.

Lançado em 2017, o álbum contém uma arte de capa feita pela alemã Rebecca Wæik, que traz um vórtice (em alusão ao nome do álbum) com tonalidades azuladas que nos remete a clássicos do gênero como "Storm of the Light’s Bane" dos suecos do DISSECTION e "In the Nightside Eclipse" dos noruegueses do EMPEROR.
A faixa de abertura é um belíssimo instrumental que leva o nome do álbum. Ela começa com um som ambiente e logo é incorporada um dueto de guitarras com um andamento bem cadenciado. Nesse primeiro momento já fica perceptível a influência de álbuns como "Reinkaos" (DISSECTION) e "Lawless Darkness" (WATAIN).
A segunda faixa, intitulada "Cosmic Fear", começa com pé no acelerador. Tão logo a música desacelera e os blast beats dão lugar a um ritmo mais cadenciado, onde os primeiros versos casam-se perfeitamente com riffs que percorrem bem pelas cordas da guitarra, construindo um trabalho técnico que quebra o padrão de riffs que utilizam apenas as últimas cordas do instrumento, simplesmente impecável.
A faixa seguinte, "The Clouds of Damnation", é a mais longa do álbum. Também começa de forma acelerada e mantém esse andamento na maior parte da música. A influência das bandas suecas logo surge novamente, com solos cadenciados que podem ser perfeitamente assobiados, tal qual os solos de Michael Amott (ARCH ENEMY), mas sem perder a atmosfera soturna típica do Black Metal. Mais especificamente aos 05:06 da música, é tocado um dos riffs mais cativantes do álbum, provocando uma quebra de expectativa extremamente criativa. Confira o Lyric Video da canção logo abaixo:
A quarta faixa, intitulada "Cross the Bridge to Eternity", começa com guitarras limpas e logo mostra que os integrantes da banda fizeram um excelente trabalho ao conciliar impecavelmente os instrumentos. A velocidade dos instrumentos está em perfeita harmonia, inclusive quando o vocalista Matthias Trautes inicia os primeiros versos da música a lógica estrutural da bateria muda, fazendo com que as linhas vocais ganhem mais destaque, vocais esses que se assemelham mais do que nunca aos de Jon Nödtveidt (DISSECTION). Sim, pode ser uma lógica musical um tanto óbvia, mas que é construída de maneira ímpar na música. Confira o Lyric Video da canção logo abaixo:
"Illuminate The Night Sky", quinta faixa do álbum e minha favorita, é uma das faixas onde Manuel Steitz mais se destaca, cujo pedal duplo está bem presente. Na metade da música surge um interlúdio com guitarras limpas, muito comum e bem-vindo nas bandas do gênero. Confira o videoclipe oficial da canção logo abaixo:
A sexta faixa do álbum, intitulada "The Great Mortality", começa com um riff que se encaixaria perfeitamente no álbum The Somberlain (deixando claro novamente a influência do DISSECTION nas composições), um "prato cheio" para os saudosistas de plantão. A música mescla riffs e andamentos de bateria perfeitos para um headbanging, bem como um belíssimo solo de guitarra com harmônicos artificiais. Trata-se de uma canção que funciona perfeitamente ao vivo.
"Fields of the Unknown", última faixa do álbum, é onde a cozinha apresenta uma técnica mais refinada, onde as linhas de baixo estão em maior evidência e em perfeita comunhão com os demais instrumentos. A música vai se encerrando de maneira grandiosa, cadenciada e com um lick de guitarra tão melódico que pode ser tranquilamente assobiado, dando a entender que se encerra ali uma grande obra.
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