Casa das Máquinas: lenda paulista retorna em plena forma meio século depois
Resenha - Brilho nos Olhos - Casa das Máquinas
Por Victor de Andrade Lopes
Postado em 04 de maio de 2022
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Inacreditáveis 46 anos depois, o lendário grupo paulistano de rock Casa das Máquinas está de volta com um novo disco de estúdio, o quarto de sua carreira: Brilho nos Olhos, aguardado por fãs desde a pandemia. É muito louco pensar que quando eu nasci eles já estavam há 15 anos sem um registro de estúdio.
A banda foi parte de um verdadeiro movimento setentista de nomes nacionais que editaram música de qualidade indiscutível mas acabaram eclipsados com o advento do chamado "BRock" nos anos oitenta. Adotava uma linha de rock and roll clássico com temperos de progressivo.
O quase meio século que os separa do último registro de estúdio (Casa de Rock, de 1976) obviamente faz com que o trabalho não soe como uma sequência óbvia. Entram no jogo outras tecnologias, outros instrumentos, outra bagagem e outra formação (Ivan Gonçalves nos vocais (que anunciou sua saída entre as gravações e o lançamento); Mário Testoni nos teclados (único membro restante da formação original), Cadu Moreira na guitarra e violão, Geraldo Vieira no baixo e Lucas Tagliari bateria). Mas a mudança de sonoridade foi incrivelmente suave, considerando o longo período que separa as duas obras.
Sim, o quinteto segue fazendo um rock temperado com progressivo. Um rock "basicão" na essência, mas com aromas de sofisticação suficientes para "progredir".
Por exemplo, a abertura "Tão Down" e a penúltima "A Nova Casa (Sob Nova Direção)" são bem sessentistas, mas têm umas viradas intrincadas mais progressivas. A segunda poderia muito bem ter sido a primeira: que melhor maneira de abrir o álbum do que uma letra que é um verdadeiro comunicado oficial?
Essa progressão vem com mais força na faixa-título, que mistura momentos bem serenos a la Pink Floyd com passagens intrincadas, bem como "Horizonte" e "Ato Lisérgico" - se esta última não fosse puxada pro progressivo, eu faria manifestação na frente do estúdio.
E o apelo ao rock 'n' roll fica mais em músicas como "A Rua" - que quase paradoxalmente tem um refrão com coro infantil que nos remete a "Another Brick in the Wall, Part 2", uma das maiores pérolas progressivas da história do rock, assinada pelo Pink Floyd lá em 1979.
O retorno do Casa das Máquinas quatro décadas e meia depois é o tipo de coisa tão improvável que ninguém se daria o trabalho de pedir, mas ao mesmo tempo tão desejável que todo mundo aceitaria ouvir com um sorriso no rosto - e um brilho nos olhos, se me permitem o trocadilho.
FONTE: Sinfonia de Ideias
https://sinfoniadeideias.wordpress.com/2022/05/03/resenha-brilho-nos-olhos-casa-das-maquinas/
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Höfner vai à falência e Paul McCartney lamenta em declaração
Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
Iron Maiden confirma segundo show da "Run For Your Lives Tour" em São Paulo
Regis Tadeu explica se reunião do Barão Vermelho terá tanto sucesso como a dos Titãs
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Garotos Podres são indiciados e interrogados na polícia por conta de "Papai Noel Velho Batuta"
O disco que os Beatles chamaram de o maior álbum já feito; "imbatível em muitos sentidos"
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
O álbum conceitual do Angra inspirado no fim do casamento de Rafael Bittencourt
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
Moonspell celebrará 30 anos de "Wolfheart" com show especial no Brasil
A banda australiana que não vendia nada no próprio país e no Brasil fez show para 12 mil fãs
Thor da Marvel tenta tocar bateria com banda estourada de metalcore e dá ruim

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional


