Pretenders: Álbum curto, rápido, direto e despretensioso honra suas raízes Punk
Resenha - Hate For Sale - Pretenders
Por Gabriel Bezerra Martins
Postado em 07 de agosto de 2020
No ano em que o primeiro álbum de estúdio dos Pretenders completa 40 anos de lançamento, a banda anglo-americana de rock retorna com um disco curto, rápido, direto e despretensioso que honra suas raízes Punk. Lançado em 17 de julho de 2020, o sucessor de Alone (2016) conta com Stephen Street (Morrissey, Blur, The Cranberries) na produção. Com guitarras incisivas e alternando entre baladas e canções mais agitadas, é um trabalho próprio para os dias atuais, nos quais as pessoas pouco podem (ou querem) se dispor a ouvir um disco longo e cheio de nuances. Necessário pontuar que pouco se nota a passagem do tempo para Chrissie Hynde, sendo que a vocalista continua a ter uma voz tão potente quanto nos primeiros álbuns.
O álbum inicia com a explosiva faixa-título, ‘Hate For Sale’. Uma canção bastante acelerada, agitada e, obviamente, barulhenta como uma canção Punk deve ser, além da presença de uma gaita, o que garante um clima descontraído. A faixa remete às canções do início dos primeiros discos e serve como uma boa apresentação, além de introduzir o estilo que seguirá no decorrer da audição. Embora alguns tentem dar alguma conotação política à letra, Chrissie Hynde garante que se trata de uma temática acerca dos relacionamentos amorosos.
‘The Buzz’ é uma balada agitada com uma pegada muito envolvente; trata-se de um dos pontos altos do disco sendo impossível não se sentir instigado pelo som das guitarras. Já ‘Lightning Man’ é uma faixa mais puxada para o reggae e um tanto soturna. Embora quebre um clima que vinha sendo apresentado até então, não deixa de ser uma canção interessante.
Retomando o vigor, temos ‘Turf Accountant Daddy’; uma canção com bastante peso nas guitarras e bastante influência do britpop – com uma sonoridade que lembra em muito o Blur da época de Parklife (será influência do produtor?) -, além de apresentar um baixo marcante nas estrofes e uma bateria pulsante de Martin Chambers. Merece atenção a presença do teclado à la new wave de Carwyn Ellis, que dá um charme à faixa.
Encerrando a primeira metade do álbum e alternando novamente entre passagens efusivas e outros não tão intensas, temos a balada ‘You Can't Hurt A Fool’. Apresentando uma leve influência de soul music, é uma faixa em que Chrissie Hynde interpreta transitando entre momentos suaves e outros de total potência vocal, acentuado o caráter emotivo da canção.
‘I Didn't Know When To Stop’ retoma o ritmo acelerado. Um típico punk permeado por guitarras agressivas, riffs ligeiros. Há também de um solo curto, porém vigoroso. Destaque para Chrissie Hynde cuja intepretação traz um ar de ironia e sarcasmo além da presença certeira da gaita.
‘Maybe Love Is In N.Y.C.’ é uma faixa que lembra ‘The Buzz’, embora seja mais melancólica. A canção alude às baladas de rock dos anos 70 e se apoia na potência das guitarras (destaque para o solo incrível). É certamente mais um ponto alto do disco.
‘Junkie Walk’ soa como se fosse quase uma brincadeira. Com um riff distorcido, simples e um refrão intricado e repetitivo; é uma canção animada, rítmica e, sem dúvidas, a mais dançante do álbum.
Com ecos do hit ‘Don’t Get Me Wrong’ de 1986, ‘Didn't Want To Be This Lonely’ carrega influências do rockabilly e mantém o clima empolgante e dançante da faixa anterior. Com uma percussão cativante e uma guitarra com influências do country, é uma canção que que transporta o ouvinte direto para anos 80 e encanta pela melodia e pelo ritmo; sendo mais um destaque do disco.
E encerrando o álbum, temos a balada ‘Crying In Public’. Regida por um piano e contando com um arranjo de cordas, é faixa mais sentimental do disco, em que Chrissie Hynde expressa toda a sua emoção por meio da sua interpretação marcante. O timbre de Hynde é forte e ideal para canções um pouco mais dramáticas e aqui cai como uma luva ao cantar sobre a solidão feminina, fazendo assim desta um perfeito encerramento.
Por ora, não é possível afirmar que Hate For Sale entregará um hit que será marcante na discografia da banda e para os fãs do quarteto; contudo, é certo de que se trata de um disco coeso, agradável e levemente divertido. É um trabalho em que banda demonstra competência e prova que ainda tem muito a mostrar ao público.
OBS: A gravadora BMG disponibilizou um site especial para o lançamento de Hate For Sale, em que é possível um personalizar um poster baseado na arte gráfica do álbum. Vale a pena conferir!
Link:
https://www.hateforsale.com/
FONTE: Grupo Quinquilharia
https://grupoquinquilharia.com.br/site/critica-pretenders-hate-for-sale/
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