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Demons & Wizards: Grandes vocais e guitarras preguiçosas em III

Resenha - III - Demons & Wizards

Por Thiago Barcellos
Postado em 23 de fevereiro de 2020

Nota: 3 starstarstar

Quando foi anunciado (lá em 1999) que Hansi Kürsch e Jon Schaffer iriam lançar um álbum de um projeto com ambos, a alegria foi instantânea. Como fã assíduo de Blind Guardian e de Iced Earth já ficava imaginando a a obra de arte que estava a caminho.

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O instrumental bem simplista do Iced Earth havia ganho dimensões espetaculares com o trabalho vocal de Hansi, que investiu em arranjos e harmonias bem mais melancólicas e sombrias que costumava usar na sua banda principal. E o primeiro CD, auto intitulado é uma obra de arte do Heavy Metal.

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No segundo CD, "Touched By the Crimson King"(2005) a força já não era a mesma, apesar de algumas ótimas canções não tinham a mesma inspiração que o debut mas ainda assim são clássicas.

Agora, 15 anos depois eles voltam com um novo disco, desta vez com Marcus Siepen e Frederik Ehmke do BG como banda de apoio, com Jake Dreyer (Guitarra) e Joost Van Den Broek(Teclado) completando o time, também ao vivo.

"III" é um álbum que encheu meu coração de esperança, visto que nem Iced nem Blind tem lançado álbuns bons recentemente (na minha humilde opinião), mas... Vamos lá.

"Diabolic" começa com um riff acústico bem típico, arremetendo imediatamente ao primeiro disco, de 1999 sendo que os primeiros minutos são meio que uma introdução, e quando a música começa de fato vem um riff extremamente genérico e sem nenhum punch (e sem a já tradicional palhetada de Jon), broxante demais e quebra completamente o clima da música. A salvação vem nos vocais e no refrão, lindos demais e puramente D&W.

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"Invincible" tem uma levada chata e um riff morto, sem graça e extremamente preguiçoso. Por diversas vezes durante as ouvidas que dei nesse disco eu tive que me certificar que era mesmo Jon Schaffer que está tocando, porque seus riffs estão irreconhecíveis. Mais uma vez as linhas vocais se destacam, mas no caso dessa não foram suficientes para que a música deixe de ser medíocre.

"Wolves in Winter" melhora um pouco, temos aqui uma vaga lembrança de quem está na guitarra, mas ainda assim a música é fraca e entediante. Hansi continua salvando, mas a música não passa de mediana.

Em "Final Warning" nem o vocal de Hansi adiantou, ô música chata do caralho.

"Timeless Spirit" é uma bela canção, aonde o arranjo acústico cria uma atmosfera meio folk que lembram um pouco Uriah Heep, bem como as harmonias. Mas não justifica ter mais de nove minutos, tornando-a cansativa. Mas ainda assim é uma das melhores.

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Na "Dark Side of her Majesty" a coisa continua da mesma forma: música preguiçosa, riffs genéricos sem nenhuma inspiração com linhas vocais e arranjos corais incríveis.

"Midas Disease" tem uma surpreendente levada hard rock, e apesar de continuar simplista e chata, é muito curioso ver como seria uma banda de hard ou AOR com o vocal de Hansi. Mas também não passa disso.

"New Dawn" e "Universal Truth" são ainda piores que as anteriores. Se não gostaram das primeiras, não serão essas que vão mudar sua opinião.

Já "Split" começa bem pra caramba e é uma música boa, mas o riff EXTREMAMENTE preguiçoso (a quantidade de vezes que repeti isso mostra o quão ruim a performance de Jon está) e genérico quebra uma das melhores linhas de voz em todo o disco. Mas ainda assim é a minha favorita do disco, e é que mais se parece de fato com D&W. Porque diabos não abriram o disco com ela?

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Quando "Children of Cain" começa seus belos acordes, você já está de saco cheio de tanta música ruim e percebe que sua duração passa dos 10 minutos, e bate aquela vontade de nem ouvir ela toda. É mais ou menos o mesmo caso da "Timeless Spirit", não tem o porque da música durar tanto. Hansi e Jon enrolam e enrolam por 10 minutos 3 ou 4 levadas e vocais ficam se repetindo, apesar de bons.

É meus amigos, uma das melhores bandas/projetos já criados foi pra cucuia. Esse álbum do D&W é na minha opinião a pior coisa que Hansi e Jon já fizeram, incluindo aí suas bandas originais.

E o pior é que a parte que cabe a Hansi ele faz com maestria. Não que seja surpresa, mas o que ele fez nesse álbum é covardia. O fdp simplesmente nos entregou uma das melhores performances vocais de toda sua carreira.

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Nem tampouco o problema está na "cozinha", pois o resto da banda cumprem seus relativos papéis com competência.

É Jon (pasmem) o elo fraco dessa corrente. Com riffs preguiçosos(de novo), minimalistas e sem inspiração alguma ele simplesmente arruinou aquele que poderia ser um dos melhores álbuns do ano. Irreconhecível, em nada lembra o cara que já criou trocentos riffs memoráveis durante sua carreira. Performance odiosamente ridícula.

Talvez a banda (que retornou aos palcos em 2019) devia ter se concentrado apenas nos shows com as músicas antigas e não ter cometido o engano que é esse "III".

Pelo menos dá pra perceber que Hansi tem muita lenha pra queimar ainda. Infelizmente não mais com Jon ao seu lado.

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Decepcionante.


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Sobre Thiago Barcellos

Analista de TI, músico multi-instrumentista e ainda compra CDs das suas bandas favoritas até hoje.
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