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Legacy of Kain: devastação sonora contra a devastação da sociedade

Resenha - Paralelo XI - Legacy of Kain

Por João Dias
Postado em 22 de maio de 2019

Nota: 10

Desde 2016 Karin Serri segue com a superbanda paranaense Legacy of Kain levando com eles uma sonoridade fora de série entre o groove metal e o thrash metal mais tradicional. Nesse período eles lançaram discos como o EP Greta (2016) e o CD I.N.V.E.R.S.O. (2017), sempre com brutalidade, técnica e letras corajosas. Esse ano não foi diferente com o petardo nomeado Paralelo XI.

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Paralelo XI, resumindo a história, é referência a um dos mais terríveis massacres em solo brasileiro, o Massacre do Paralelo 11, ocorrido em 1963 quando homens contratados por uma empresa responsável por extrair borracha na Floresta Amazônica atacaram cerca de trinta membros do povo indígena chamado cintas-larga, matando a maioria deles com requintes de crueldade, além de destruir toda sua aldeia. Esse terrível massacre levou o Brasil a pela primeira vez ser denunciado internacionalmente pelo crime de genocídio.

Essa história, trazida por um ex-membro da banda, Felipe Mata (baixo), foi desenvolvida pela banda, tornando-se um disco conceitual de uma qualidade poucas vezes comparável - os poucos exemplos similares aqui no Brasil que já vi foram os álbuns "Esquadrão de Tortura" (2013) da banda Torture Squad e "Mea Culpa" (2015) do Saint Spirit (esse último fazendo referência a fatos terríveis ocorridos no Hospital Colonial em Barbacena, Minas Gerais). Uma vez li esse ano em algum lugar do Facebook que faltavam bandas com coragem de falar da realidade brasileira nos discos de metal nacionais, pois bem, só nessa review tô falando de um e citei dois também ótimos álbuns - afora alguns outros, é só procurar com cuidado que se acha, o que falta mesmo é a mídia aprender a valorizar o que temos de melhor invés de comercialismo de quinta.

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Voltando ao disco, as letras e vocais animais de Markos Franzmann se encaixam de maneira muito forte com as guitarras e (excepcionalmente nesse disco) baixo do Karin Serri e da batera de Tiago Rodrigues, que se superam de música a música, sendo que meu ver as melhores são This Pain is for me and you, Paralelo XI, Worse days will come, Indigenous Pride e Split in Half, essa última saiu pouco antes como single e tem a participação super especial da vocalista Fernanda Lira (NERVOSA), que deixou o som ainda mais brutal (ela também aparece na faixa exclusiva da versão digital do disco "Get Lucky", um cover metálico curioso - mas muito bom - da banda Daft Punk). A capa e as artes do disco seguem nas mãos capazes de Carlos Fides da Artside Design, que também fez os álbuns anteriores da banda. O grau de realismo e caos da arte do cara é impressionante, você se sente dentro do que foi aquela tragédia de 1963, e numa época em que vemos nossa sociedade se deixar levar por guerras ideológicas que culminam em conflitos imbecis, enquanto o centro do poder persiste em apenas sugar tudo de nós e sorrir enquanto o povo perece e se destrói, "Paralelo XI" tá aí pra lembrar a todos nós que existe muito mais do que interesses pessoais em jogo, existe um país inteiro, uma nação, tudo isso em jogo. E é bom demais poder perceber que existe dentro do metal brasileiro bandas dispostas a sem nenhum pingo de hipocrisia, falso moralismo, politicamente correto ou babação política ou ideológica, fazer um som bruto, consistente, de qualidade, e com letras tão diretas e fortes.

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"Now it's our time to strike
No surrender we fight
You'll see the spirit's might
We'll take revenge tonight"

I - THE NIGHTMARE - 1:01
II -THIS PAIN IS FOR ME AND YOU - 4:42
III - WORSE DAYS WILL COME - 3:03
IV - THE THRONE - 2:52
V - INDIGENOUS PRIDE- 4:47
VI - SPLIT IN HALF - 4:02
VII - BENEATH THE MUD - 3:53
VIII - THE GENOCIDE - 1:53
IX - PARALELO XI - 3:21
X - SILENT GROUND . 3:52
XI - THE PROMISES YOU MADE - 3:08
XII - THIS MEANS WAR - 4:39
XIII - DISEASE - 4:24
XIV - GET LUCKY (Bônus) - 2:32

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Sobre João Dias

Nascido em Pernambuco, licenciado em história pela UFPE. O rock'n roll entrou em sua vida ainda criança, mas somente na juventude passou a se dedicar como músico, divulgador de eventos, e ajudando a cena underground pernambucana e do Nordeste em geral, sendo redator de sites como Metal Land, Metal Cristão, Cristianismo e Underground, Mortifination e, claro, Whiplash.Net. Contatos através do seu site Christian Underground Pernambuco.
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