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Megadeth: vinte anos depois, será que Risk é mesmo tão ruim?

Resenha - Risk - Megadeth

Por Mateus Ribeiro
Postado em 09 de janeiro de 2019

Se você tem mais de trinta anos, e acompanhava o metal no final da década de 1990, possivelmente se recorda de todo o barulho que foi feito quando o MEGADETH lançou "Risk", seu oitavo álbum de estúdio.

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Para início de conversa, o primeiro baque foi sentido na formação da banda.Depois de quatro álbuns, era a primeira vez que o MEGADETH lançava algo sem a formação clássica, uma vez que o saudoso Nick Menza havia sido substituído por Jimmy DeGrasso. Também foi o último disco com Marty Friedman nas guitarras.

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Obviamente, o que mais chocou os fãs não foi a mudança na formação, mas a sonoridade. Depois de discos sólidos, rápidos e pesados, as coisas haviam mudado um pouco de figura em "Cryptic Writings", mas nada que fosse muito assustador. O susto real ficou por conta de "Risk".

Logo quando ouvi o álbum, minha primeira impressão foi algo cdo tipo "...a birra que Dave Mustaine tem com o Metallica é tamanha que ele até resolveu fazer um disco xarope como o Load...". Confesso que um tempo depois esse pensamento foi passando. E olha que eu nem era daqueles headbangers mais "sangue nos olhos", que não consegue ouvir nada que não for True. Eu só achava tudo aquilo muito esquisito. Depois de ouvir discos como "Youthanasia" e "Rust In Peace", nem o mais sonhador dos fãs imaginaria que a banda pudesse fazer algo parecido alguns anos depois.

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Porém, conforme o tempo foi passando, eu fui crescendo, fui conhecendo outras coisas, e então, um belo dia, resolvi ouvir o disco como se fosse o lançamento de uma outra banda qualquer. A experiência foi muito boa, e mesmo com aquela aberração horrenda chamada "Insomnia" (que conseguiria ser uma música ruim sendo composta por Deus ou pelo Diabo), pode se afirmar categoricamente que se "Risk" não fosse um disco do MEGADETH,seria considerado um bom lançamento. Mas aí é que mora o problema, já que o MEGADETH possui fãs que são tão complicados quanto Dave Mustaine foi em um passado não muito distante.

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De fato, existem alguns bons momentos no disco, casos de "Prince Of Darkness", "I´ll Be There", "Seven", "Wanderlust", "Ecstasy", 'Crush´Em", e até mesmo "Breadline", que nasceu para tocar em rádio FM. Acontece que todas essas músicas, como qualquer outra do disco, não são exatamente Metal. E você sabe como fica a cabeça do pessoal mais radical quando alguma de suas bandas do coração foge um pouco das raízes, né?

Pois bem, e Risk está quase completando vinte anos. Depois dele, a banda se separou, voltou, Dave Mustaine contratou, dispensou, inúmeros discos foram lançados. Muita coisa aconteceu, mas "Risk" continua sendo o patinho feio da carreira da banda.

Dito tudo isso, vamos falar um pouco dos lançamentos pós "The System Has Failed", que foi o álbum que marcou a volta da banda. O disco de retorno apresentava uma banda (contratada) muito coesa, composições bem trabalhadas e variadas. Um disco agradável, e com uma aura mais pesada.

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Já o (na minha opinião) fraco "United Abominations" mantinha a veia mais pesada, porém, não era nada que empolgasse muito. A eomplgação voltou com "Endgame", um disco com temas marcantes, casos de "44 Minutes" e "The Right To Go Isnane", que de certa forma, podem ser consideradas clássicos da fase mais recente da banda.

Desse ponto em diante, acompanhei a banda com afinco, mas sem o amor de outrora. Basicamente, fiz a mesma coisa da época de Risk, e comecei a ouvir a banda mais com o ouvido do que com o coração, mas diferente daquela vez, não foi minha cabeça que mandou eu fazer isso com as músicas, mas foram as próprias músicas que me causaram um sentimento que chega próximo da indiferença. Os shows mecânicos que assisti em 2014 e 2016 ajudaram a fazer eu largar mão da banda (não que isso faça diferença pra eles,mas pra mim, atualmente, a banda faz menos ainda...).

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É claro, óbvio e evidente que a minha opinião não é parâmetro, mas é nítido que alguns momentos pós 2009 chegam a ser constrangedores, como o disco "Super Collider", que é uma das coisas mais constrangedoras que a banda já lançou. Aproveito o espaço para dizer que mesmo com toda a alegria gerada em alguns com a entrada de Kiko Loureiro, "Dystopia" está longe de ser um dos melhores momentos da banda, e a faixa "The Threat Is Real" chega a ser torturante, muito pelo fato de seguir uma tendência da banda que se tornou irritante com o tempo: os solos intermináveis e que aparecem a todo momento. Mas não tem problema, isso tudo é Metal, e "Risk" não é, não é mesmo?

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Não estou aqui para falar o que é bom e o que é ruim, até por não ser crítico musical, e ser apenas um fã corneteiro, como qualquer pessoa que esteja lendo aqui. Mas fica a minha dúvida: será que se hoje, músicas como "The Doctor Is Calling", "Time: The End", "Ecstasy", "Prince Of Darkness", e até mesmo "Breadline" fossem parte integrante de um disco lançado sem tanto alarde em cima, seriam consideradas as desgraças que algumas pessoas consideram? Fica o questionamento...

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Por fim, gostaria de agradecer a paciência de quem leu até aqui, e responder a minha própria pergunta: "Será que "Risk" é mesmo tão ruim?"

Resposta: Na minha opinião, não.

Um abraço, e até a próxima.


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Sobre Mateus Ribeiro

Fã de Ramones, In Flames e Soilwork. Ouve (quase) tudo, desde rock clássico até black metal.
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