Arandu Arakuaa: com mais homogeneidade, banda lança seu melhor álbum
Resenha - Mrã Waze - Arandu Arakuaa
Por Victor de Andrade Lopes
Fonte: Sinfonia de Ideias
Postado em 17 de outubro de 2018
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Foram necessários 15 anos para que uma banda brasileira acertasse a peteca levantada pelo clássico Roots, do Sepultura. Refiro-me à mistura de heavy metal com música indígena, algo que ninguém fez consistentemente até o surgimento do Arandu Arakuaa, grupo brasiliense capitaneado pelo vocalista, guitarrista e violista Zândhio Huku, que cresceu em contato com a cultura xerente. Em 2011, eles subiram ao palco pela primeira vez e, dois anos depois, lançaram sua estreia Kó Yby Oré.
Passados cinco anos, o quinteto - com uma formação totalmente nova, exceto por Zândhio - lança seu terceiro álbum, Mrã Waze, e não são necessárias muitas audições para concluirmos que é o melhor do grupo até agora.
Como se adentrássemos a Floresta Amazônica e nos aproximássemos de um ritual indígena, "Sy-Guâsu" abre o disco com uma levada ainda totalmente orgânica, sem heavy metal. É em "Guâiupîá" que a viagem musical começa de fato, e muito bem.
Daí em diante, temos 40 minutos do mais típico Arandu Arakuaa, termo que aqui significa "faixas com guitarras de heavy metal contracenando com cânticos e ritmos indígenas brasileiros, vez ou outra intercaladas com peças totalmente acústicas como 'Danhõ're', 'Ko Kri' (instrumental) e 'Gûaînumby'".
Mesmo assim, nota-se uma evolução óbvia com relação aos discos anteriores, talvez capitaneada pela reciclagem quase total dos membros. Mrã Waze leva a mistura inusitada do Arandu Arakuaa a um novo patamar de homogeneidade. Com efeito, nós não temos mais simplesmente uma riffagem de metal enfeitada com chocalhos, violas e cânticos. Temos guitarras que efetivamente incorporam os padrões rítmicos indígenas em seus acordes, o que fica claro na já mencionada "Guâiupîá" e em "Jurupari".
A banda abre mais espaço para o heavy metal tradicional em detrimento do thrash/death que lhe são costumeiros - uma sábia decisão, pois torna o som mais palatável e deixa a mistura de estilos menos heterogênea. Ademais, as mudanças constantes de dinâmicas são suficientes para constatarmos até elementos progressivos no trabalho, vide o encerramento "Rowahtu-Ze".
Provando mais uma vez que o heavy metal não conhece barreiras culturais, o Arandu Arakuaa lança mais do que um álbum: trata-se praticamente de um ato de resistência, numa era em que índios lutam para terem seus direitos reconhecidos e em que aquilo que foge ao óbvio é rapidamente julgado.
Abaixo, o vídeo de "Huku Hêmba":
Track-list:
1. "Sy-Guâsu"
2. "Guâiupîá"
3. "Îasy"
4. "Danhõ're"
5. "Huku Hêmba"
6. "Ko Kri"
7. "Jurupari"
8. "Gûaînumby"
9. "Îaguara Kûara"
10. "Abaré Angaíba"
11. "Rowahtu-Ze"
Fonte: Sinfonia de Ideias
http://bit.ly/aranduarakuaa
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
We Are One Tour 2026 anuncia data extra para São Paulo
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
Os onze maiores álbums conceituais de prog rock da história, conforme a Loudwire
Como foi lidar com viúvas de Ritchie Blackmore no Deep Purple, segundo Steve Morse
Para criticar Ace Frehley, Gene Simmons mente que ninguém morre devido a quedas
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
O baterista que parecia inatingível para Neil Peart; "muito além do meu alcance"
As 5 melhores bandas de rock de Brasília de todos os tempos, segundo Sérgio Martins
O primeiro supergrupo de rock da história, segundo jornalista Sérgio Martins


"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme


