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Subsignal: um dos melhores prog dos últimos tempos

Resenha - La Muerta - Subsignal

Por Breno Rubim
Postado em 31 de maio de 2018

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Quem acompanha de forma mais detida a cena do rock/metal progressivo sabe que se trata de um dos gêneros mais diversificados que existem. A todo instante, surgem novas bandas, fazendo com que muitas delas se percam nessa "vala comum" do mais do mesmo, sem se destacar frente às demais.

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Não é o caso, porém, dessa banda alemã que descobri por acaso, o Subsignal, cujo mais recente álbum, "La Muerta", lançado no mês passado, é o que de melhor o gênero progressivo produziu nos últimos tempos, a meu ver.

A banda foi originalmente formada em Munique, Alemanha, como um projeto paralelo, pelos membros do Sieges Even, o holandês Arno Menses (vocal) e Markus Steffen (guitarras). Depois que sua banda principal se desfez, Menses e Steffen recrutaram antigos membros do Dreamscape, Ralf Schwager (baixo) e David Bertok (teclados). Roel van Helden, baterista do Sun Caged, foi o primeiro baterista da banda, mas foi substituído em 2012 pelo baterista do Dreamscape, Danilo Batdorf.

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Com uma proposta de um rock progressivo com pitadas de metal em determinados riffs mais pesados, ou hard rock e até pop em certos refrões mais pegajosos, o grupo começou a ganhar destaque por esse "neo-prog" recheado de muita melodia. E é em "La Muerta", quinto álbum do grupo, que a melodia atinge o seu ápice.

A faixa introdutória, "271 Days" é breve, com uma voz falando em espanhol que logo cede lugar à sonzeira de bateria e guitarra, com tempo quebrado e firula de teclado como todo bom prog tem que ter. Logo emenda com a faixa-título, "La Muerta", que é uma delícia de se ouvir: embora seja uma faixa técnica, consegue dosar de forma genial a técnica e a melodia. Tem um riff de peso meio rock alternativo, tem harmonias vocais que nos remetem ao AOR anos 80, tem tem um belo tema de guitarra que sucede os refrões, tem um trabalho marcante de bateria (com bumbos bem audíveis), e, se é prog que você quer, tem um solão virtuoso de teclado seguido de um de guitarra. Ufa! Enfim, uma faixa completa, com todos os elementos que uma boa música de neo-prog deve ter. Simples e complexa ao mesmo tempo.

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"The Bells Of Lyonesse" é mais acessível, começando singela, baseada em (mais um) tema de guitarra, mas explodindo num poderoso refrão, um dos melhores do álbum. Daqueles de encher o peito e cantar junto mesmo, digno de alguma balada de hard rock.

"Every Able Hand" é uma das mais progressivas da bolacha, iniciando-se com uma tecladeira "a la Yes". Aliás, o teclado é o principal destaque aqui, dando um ar meio de comédia teatral à melodia, percebendo-se claramente a influência do rock progressivo clássico dos anos 70 sobre os caras.

"Teardrops Will Dry In Source Of Origin" é uma pausa na sonzeira: pouco mais de 2 minutos com apenas um violão singelo, introspectivo, e absolutamente emocionante.

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"The Approaches" se inicia com uma melodia vocal que nos remete a "Letter To Dana" do Sonata Arctica. (Só eu achei parecidas algumas harmonias vocais nesse álbum com as dos power-metallers finlandeses?). Aqui é um hard rock direto, mais uma vez com refrão marcante, quebrado apenas por um virtuoso solo de teclado e guitarra sincronizados. Outro registro de bom, digo, excelente gosto.

"Even Though The Stars Don't Shine" é a mais pop do registro, tendo sido liberada como primeiro single. Lembra até um Foo Fighters ou algo por aí - me remeteu a "Everlong" em suas estrofes. Apesar do som radiofônico, no meio aparece um solo com tema de teclado adicionando uma pitada de complexidade (prog!), fazendo a faixa, que já era de pop competente, saltar ainda mais para fora do lugar comum do gênero.

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E eis que entra uma das melhores (senão a melhor) faixa do álbum: a extraordinária "The Passage". Que música! Começa com um tema grandioso de teclado em meio aos acordes de guitarra, depois o peso se dissipa, dando lugar a acordes de violão. A voz de Arno entra em seguida, encoberta por um piano singelo. Tudo executado com absoluta maestria e melodia. O refrão é baseado naquela parte de acordes de violão, novamente com aquelas harmonias vocais bem encaixadas, mostrando que os caras não estão pra brincadeira. Pois bem, quando o ouvinte, já satisfeito, aceita que a música pode acabar aí, de repente entra um instrumental com um solaço de teclado, à medida que os demais instrumentos crescem. Após esse interlúdio instrumental, volta novamente o tema de teclado inicial e a calmaria com o violão e o refrão inicial, numa típica estrutura muito utilizada pelo rock progressivo. Que prog! Que melodia, que refrão, que execução dos instrumentos! Uma das músicas de rock progressivo mais criativas e inspiradas que já ouvi em muito tempo.

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"When All The Trains Are Sleeping" e "As Birds On Pinions Free" seguem mais ou menos a mesma fórmula: pop rock competente que nos remete até mesmo ao moderno pop rock brasileiro em alguns momentos (vide Frejat, por exemplo). É repetitivo, mas necessário dizer: que lindos refrões todas essas músicas trazem, especialmente esta segunda.

Um ouvinte fanático pelo rock progressivo poderia se perguntar: onde está o prog nessas últimas músicas? A banda abandonou de vez o gênero nessas últimas faixas? No totalmente. Um interlúdio instrumental em "As Birds On Pinions Free", por exemplo, traz um baixo pulsante permeado por uma guitarra que imediatamente nos remete à introdução de "Red Sector A" do Rush. Olha aí a influência do trio canadense sobre os caras!

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O play se encerra com "Some Kind Of Drowning", um singelo dueto de Arno com a cantora russa Marjana Semkina, rodeados por apenas um piano ao fundo. Melodia em nível máximo. Absolutamente tocante.

O que mais dizer sobre este trabalho? Dados os tantos elogios que fiz acima, só nos resta dizer que se trata de um álbum feito com muito esmero: bem gravado, bem produzido, bem mixado. Todos os instrumentos bem audíveis, por mais "mediano" que seja o fone de ouvido. Oitiva obrigatória pelos fãs de rock progressivo, por mais "xiitas" que sejam, isto é, por mais que prefiram o som mais complexo/virtuoso. Não é está a proposta do Subsignal, que privilegia canções mais diretas, mas muitos elementos do rock progressivo estão espalhados em suas músicas, em maior ou menor medida.

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Resenhas são coisas muito pessoais, eis que refletem as impressões muito particulares de quem as escreve. De toda forma, aos amantes do prog rock, como eu, que este texto sirva para que despertem seus ouvidos para esta excelente banda, que, infelizmente, permanece no limbo do "underground". Mas é justamente aí que reside um tesouro a ser garimpado.

SUBSIGNAL - LA MUERTA (2018)
Gravadora: Gentle Art Of Music

1. 271 Days
2. La Muerta
3. The Bells Of Lyonesse
4. Every Able Hand
5. Teardrops Will Dry In Source Of Origin
6. The Approaches
7. Even Though The Stars Don't Shine
8. The Passage
9. When All The Trains Are Sleeping
10. As Birds On Pinions Free
11. Some Kind Of Drowning (com Marjana Semkina)

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