RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

A emocionante canção do Creedence que John Fogerty queria ter gravado de forma diferente

Steve Harris revela como sua matéria favorita na escola influenciou as letras do Iron Maiden

Show de Ozzy Osbourne no primeiro Rock In Rio é lembrado nas redes do Madman

Roger Waters explica porque os shows do Pink Floyd no "The Wall" não foram os melhores

A profunda resposta de Paul McCartney sobre por que suas letras falam sobre mulheres

O dia que Titãs evitou apanhar em Caravana do Chacrinha após dar uma de Silvio Santos

Cristina Scabbia revela o que faz depois de acordar - e é algo que você também faz

A popular música brasileira que serviu de base para uma música famosa do The Doors

O álbum dos Rolling Stones que desapontou Mick Jagger e não vendeu 5 milhões de cópias

Para Flea, do RHCP, somente um músico dos anos 60 ainda continua culturalmente relevante

Ian Hill conta o que sentiu na primeira vez que ouviu Rob Halford cantando

Iggor Cavalera ficou surpreso com público do primeiro show que Sepultura fez fora do Brasil

As diferenças existentes entre James Hetfield e Lars Ulrich, os líderes do Metallica

Os astros da música que deixaram o jovem Kirk Hammett nervoso

O detalhe em capa de disco do Kiss que chamou a atenção do jovem (e peralta) Dave Mustaine


Stamp
Bangers Open Air

Saco de Ratos: O Amor É Foda, no primeiro CD

Resenha - O Amor É Foda - Saco de Ratos

Por Rodrigo Contrera
Postado em 20 de fevereiro de 2018

Quando eu frequentava o teatro Cemitério de Automóveis, estranhava que naquele grupo de marmanjões se falasse tanto de amor. Porque eu sentia que ali a regra era mais a da ausência de compromisso, e não a do amor. Claro, via pessoas indo e vindo e sofrendo de amor, aqui e acolá. Mas sentia que havia algo de estranho na presença contínua do tema amor nesse ambiente bastante misógino (o Marião, diretor do grupo de teatro, e vocalista e líder do Saco de Ratos, nega esse qualificativo, e ele tem bastante razão).

Foi preciso me afastar, por motivos pessoais, para aos poucos a ficha cair. Realmente nas peças do Marião, assim como nos livros e nas músicas, muito convida a refletir sobre esse sentimento estranho, o amor. Mas deixando de lado aquilo que ficou batido. Deixando de lado o clichê. Deixando de lado também os pudores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Esta música, do primeiro CD do Saco de Ratos, banda na época formada também pelo Fábio Brum (guitarra), Marcelo Watanabe (também guitarra), Fábio Pagotto (baixo) e Rick Vecchione (bateria), é uma faixa no mínimo que destoa. Ela não é propriamente cantada. Ela é quase declamada, pelo Marião, como poema. Uma faixa lenta, com letra absolutamente clara, que expressa, em última instância, o título, quase e somente isso. O amor é foda.

Um blues, com baixo marcante e gaita do Flávio Vajman, acompanhado por guitarra e uma batida dura da bateria. Mas algo suingado. Coloco a letra abaixo, para comentar a seguir.

Tem gente que ama muito.
Mas depois quer se livrar do amor.
Pra conseguir um novo amor.
Ou pra conseguir a vida que tinha antes do amor.
Porque o amor muda tudo.
O jeito que você segura o talher.
Ou o jeito que você anda na rua.
O amor incomoda.
O amor é foda.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

Curioso que aqui tenha eu que lembrar da época em que frequentava o teatro. Isso porque sempre via o Marião olhando ao longe tudo, como se fosse quase um espectador. E porque eu não reparava que tudo aquilo era uma espécie de laboratório.

O Marião é um londrinense nascido em 1962 filho de caminhoneiro, que frequentou um seminário na infância, e que fugiu com 12 anos de idade. Para viver uma vida de penúria, mas solenemente dedicada à escrita e à atuação e direção de teatro. Teve uma penca de namoradas, pelo que conta, casou-se (uma vez) e teve (sem querer) uma filha, a Isabela, hoje já adulta.

Nesse seu período de vida perigosa (conviveu com marginalidade, sem se envolver; morou em cortiços de baixíssima fama; se envolveu em muitas brigas e confusões; e em 2011 mais ou menos foi baleado no bar dos Parlapatões, quase morrendo), o Marião pôde conviver com muitas pessoas e histórias, e reparar naquilo que para elas era importante: o amor. Fã de Cassavettes (o cineasta), e de muitos outros escritores e cineastas (como o Domingos de Oliveira, de quem é amigo), o Marião chegou a um estado de suposta placidez no que diz respeito às paixões - e ao amor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

Esta faixa resume em grande medida o que vemos, ou o que sentimos, quando vemos aqueles marmanjos chegando no bar amando, deixando de amar, sendo largados, ou perdidos - por causa do amor. O meu caso, aliás, foi justamente esse. Eu me envolvi com o teatro em geral e com aquele em particular porque tinha levado um pé na bunda de minha esposa.

Curioso que esse clima blues ao lidar com o amor é bastante coerente com uma espécie de pessimismo com respeito às relações em geral. Mas um pessimismo que no fundo é acomodado. Uma espécie de desastre anunciado. Não à toa muitas das imagens que o Marião usa remetem a catástrofes que é possível evitar mas que a gente não evita. Porque no fundo somos assim.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Terceira faixa do primeiro CD, O amor é foda apenas prenuncia algo que intui apenas, com minha vida, enquanto lido com as carências típicas de quem virou banana por ter perdido o amor (sabe-se lá por quê), e por não saber mais quem é. Como muitos dos perdidos que chegam naquele teatro bar, ficam a noite toda, dormem por lá e continuam sua sina de seres que mal parecem se acomodar nos próprios pés.

CD do Marião no site dele:
http://www.mariobortolotto.com.br

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Mandraz


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Andre Magalhaes de Araujo | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Geraldo Fonseca | Geraldo Magela Fernandes | Gustavo Anunciação Lenza | Herderson Nascimento da Silva | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luis Jose Geraldes | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcelo Vicente Pimenta | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
Mais matérias de Rodrigo Contrera.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS