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Saco de Ratos: O Amor É Foda, no primeiro CD

Resenha - O Amor É Foda - Saco de Ratos

Por
Postado em 20 de fevereiro de 2018

Quando eu frequentava o teatro Cemitério de Automóveis, estranhava que naquele grupo de marmanjões se falasse tanto de amor. Porque eu sentia que ali a regra era mais a da ausência de compromisso, e não a do amor. Claro, via pessoas indo e vindo e sofrendo de amor, aqui e acolá. Mas sentia que havia algo de estranho na presença contínua do tema amor nesse ambiente bastante misógino (o Marião, diretor do grupo de teatro, e vocalista e líder do Saco de Ratos, nega esse qualificativo, e ele tem bastante razão).

Foi preciso me afastar, por motivos pessoais, para aos poucos a ficha cair. Realmente nas peças do Marião, assim como nos livros e nas músicas, muito convida a refletir sobre esse sentimento estranho, o amor. Mas deixando de lado aquilo que ficou batido. Deixando de lado o clichê. Deixando de lado também os pudores.

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Esta música, do primeiro CD do Saco de Ratos, banda na época formada também pelo Fábio Brum (guitarra), Marcelo Watanabe (também guitarra), Fábio Pagotto (baixo) e Rick Vecchione (bateria), é uma faixa no mínimo que destoa. Ela não é propriamente cantada. Ela é quase declamada, pelo Marião, como poema. Uma faixa lenta, com letra absolutamente clara, que expressa, em última instância, o título, quase e somente isso. O amor é foda.

Um blues, com baixo marcante e gaita do Flávio Vajman, acompanhado por guitarra e uma batida dura da bateria. Mas algo suingado. Coloco a letra abaixo, para comentar a seguir.

Tem gente que ama muito.
Mas depois quer se livrar do amor.
Pra conseguir um novo amor.
Ou pra conseguir a vida que tinha antes do amor.
Porque o amor muda tudo.
O jeito que você segura o talher.
Ou o jeito que você anda na rua.
O amor incomoda.
O amor é foda.

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Curioso que aqui tenha eu que lembrar da época em que frequentava o teatro. Isso porque sempre via o Marião olhando ao longe tudo, como se fosse quase um espectador. E porque eu não reparava que tudo aquilo era uma espécie de laboratório.

O Marião é um londrinense nascido em 1962 filho de caminhoneiro, que frequentou um seminário na infância, e que fugiu com 12 anos de idade. Para viver uma vida de penúria, mas solenemente dedicada à escrita e à atuação e direção de teatro. Teve uma penca de namoradas, pelo que conta, casou-se (uma vez) e teve (sem querer) uma filha, a Isabela, hoje já adulta.

Nesse seu período de vida perigosa (conviveu com marginalidade, sem se envolver; morou em cortiços de baixíssima fama; se envolveu em muitas brigas e confusões; e em 2011 mais ou menos foi baleado no bar dos Parlapatões, quase morrendo), o Marião pôde conviver com muitas pessoas e histórias, e reparar naquilo que para elas era importante: o amor. Fã de Cassavettes (o cineasta), e de muitos outros escritores e cineastas (como o Domingos de Oliveira, de quem é amigo), o Marião chegou a um estado de suposta placidez no que diz respeito às paixões - e ao amor.

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Esta faixa resume em grande medida o que vemos, ou o que sentimos, quando vemos aqueles marmanjos chegando no bar amando, deixando de amar, sendo largados, ou perdidos - por causa do amor. O meu caso, aliás, foi justamente esse. Eu me envolvi com o teatro em geral e com aquele em particular porque tinha levado um pé na bunda de minha esposa.

Curioso que esse clima blues ao lidar com o amor é bastante coerente com uma espécie de pessimismo com respeito às relações em geral. Mas um pessimismo que no fundo é acomodado. Uma espécie de desastre anunciado. Não à toa muitas das imagens que o Marião usa remetem a catástrofes que é possível evitar mas que a gente não evita. Porque no fundo somos assim.

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Terceira faixa do primeiro CD, O amor é foda apenas prenuncia algo que intui apenas, com minha vida, enquanto lido com as carências típicas de quem virou banana por ter perdido o amor (sabe-se lá por quê), e por não saber mais quem é. Como muitos dos perdidos que chegam naquele teatro bar, ficam a noite toda, dormem por lá e continuam sua sina de seres que mal parecem se acomodar nos próprios pés.

CD do Marião no site dele:
http://www.mariobortolotto.com.br

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Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
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