Arandu Arakuaa: "Wdê Nnakrda", Tupi Metal dos bons!
Resenha - Wdê Nnakrda - Arandu Arakuaa
Por Tarcisio Lucas Hernandes Pereira
Postado em 23 de setembro de 2017
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O Heavy Metal é sem sombra de dúvida o estilo musical mais aberto à experimentações, inovações e misturas de todos os tipos. Do ponto de vista estritamente musical, é possível mesclá-lo com qualquer outra coisa. Olhando para a cena atual e passada, vemos que existe praticamente de tudo: bandas que misturam metal com jazz, metal com música erudita, metal com música latina, metal com new age... e, claro, metal com música indígena.
Até aí nada de novo. O Sepultura há décadas havia feito isso com o emblemático "Roots".
Dito isso, chegamos ao "Wdê Nnâkrda", segundo álbum do Arandu Arakuaa, banda de Brasilia cuja a proposta é ir (realmente) fundo nessa mistura. Trata-se de um folk metal, mas um folk metal 100% tupiniquim.
Para quem não conhece ou ainda não ouviu falar, a principal característica do conjunto é o fato de todas as letras serem escritas em alguma linguagem indígena (tupi, xerente e xavante).
Só esse fator seria suficiente para despertar a curiosidade, mas o Arandu vai além: realmente entra de cabeça nessa mistura. Ao lado de vocais rasgados, quase Black metal, temos cânticos indígenas. Ao lado de guitarras pesadas, temos a viola caipira. Ainda que o disco "Roots" possa ser tomado como nosso referencial, compete aqui dizer que a banda tem sua própria personalidade e diferenciação.
Esse segundo lançamento difere do primeiro na medida em que aqui os contrastes entre as partes pesadas e as partes mais "folk" são mais demarcadas. De maneira geral, todas as músicas são repletas de contrastes, podendo ir do mais pesado Black/death metal a um som de florestas e cânticos em questão de segundos.
Deve-se ressaltar a qualidade musical do conjunto e dos músicos, individualmente. Não é apenas a estranheza da proposta que sustenta as músicas apresentadas. Trata-se, isso sim, de músicos de qualidade insuspeita, e de composições bem estruturadas e bem cuidadas.
A produção do disco, ainda que não tenha a mesma qualidade que os grandes nomes e medalhões do metal, não compromete de forma alguma, estando em um nível bastante aceitável.
É um disco para qualquer um? Certamente não. Headbangers mais tradicionais podem estranhar e torcer o nariz, uma vez que tudo soa realmente diferenciado. Mas para todos aqueles em busca de novidades e desafios, fica registrado essa dica.
Vida longa ao Arandu Arakuaa!
Tracks:
1."Watô Akwe" 2:09
2."Nhandugûasu" 4:34
3."Hêwaka Waktû" 4:50
4."Dasihâzumze" 4:08
5."Padi" 4:12
6."Wawã" 3:27
7."Ĩwapru" 3:50
8."Nhanderú" 3:03
9."Ĩpredu" 5:02
10."Sumarã" 4:45
11."Povo Vermelho" 5:25
Banda:
Nájila Cristina – vocais, maracá
Zândhio Aquino – guitarra, viola caipira, vocais, instrumentos indígenas, teclado
Saulo Lucena – baixo, vocais de apoio, maracá
Adriano Ferreira – bateria, percussão
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
O álbum conceitual do Angra inspirado no fim do casamento de Rafael Bittencourt
Regis Tadeu explica se reunião do Barão Vermelho terá tanto sucesso como a dos Titãs
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
Como um telefonema permitiu a participação do Twisted Sister no Bangers Open Air
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
O que diz a letra da clássica "Roots Bloody Roots", segundo Max Cavalera
O disco que os Beatles chamaram de o maior álbum já feito; "imbatível em muitos sentidos"
A banda australiana que não vendia nada no próprio país e no Brasil fez show para 12 mil fãs
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
Moonspell celebrará 30 anos de "Wolfheart" com show especial no Brasil
Blackberry Smoke confirma quatro shows no Brasil em 2026
Steve Harris admite que sempre foi "acumulador" de coisas do Maiden, e isso salvou novo livro
A banda clássica de rock em que Ozzy Osbourne era viciado: "Eles são como carne e batata"
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Pearl Jam: A verdadeira origem do nome da banda
AC/DC - Perguntas e respostas e curiosidades
Cannibal Corpse: vocalista não entende interesse dos internautas por seu largo pescoço

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



