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Until Rain: álbum com nova formação não supera seu antecessor

Resenha - Inure - Until Rain

Por Victor de Andrade Lopes
Fonte: Sinfonia de Ideias
Postado em 06 de junho de 2017

Nota: 6 starstarstarstarstarstar

Depois de uma profunda troca de membros que fez sobrar apenas o guitarrista Theodore Amaksopoulos e o tecladista Lefteris Germenlis, a banda grega de metal progressivo Until Rain marca 2017 com seu terceiro álbum cheio, Inure, e quatro novos integrantes, incluindo uma vocalista de apoio.

Embora a guitarra e o teclado sejam geralmente os instrumentos fundamentais do gênero, a mudança na formação não passou despercebida de forma alguma. Houve uma evidente mudança no som dos europeus, e não necessariamente para melhor.

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Inure abre com a boa "Progressus in Idem", que acena com uma mistura de Headspace, Myrath e Amassefer (algo que se ouvirá novamente mais tarde no disco, mais precisamente em "Butterfly Invasion"). Sua sucessora "New World Fiction" já vai pra um lado meio pop prog, parecido com o que o Haken fez em "Atlas Stone", do The Mountain. Em outras palavras, tem toques comerciais no sentido positivo do termo. "This Fear", a quarta faixa, faz uma síntese entre as duas primeiras.

"Because Something Might Happen", que recebeu um clipe perturbador, traz em seus primeiros seis minutos um prog impecável, mas o restante da faixa é extremamente arrastado e apenas repete um riff enjoado. Sim, também existe encheção de linguiça na música.

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"Tearful Farewell" pode soar como uma balada acústica genérica ao ouvido destreinado, mas revela-se um trabalho bem tocante - "Broken Wing" segue na mesma linha. A intrincada "This Solitude" retoma os toques mais prog metal do agora sexteto e abre uma sequência melhor de faixas. A ela, fazem companhia a já mencionada "Butterfly Invasion", a bônus morna "Debate" e a faixa título, que nos brinda com 13 minutos de ótimo metal progressivo, passagens guturais e um breve interlúdio sereno à la "The Count of Tuscany", do Dream Theater.

O saldo das nove faixas (dez, se contabilizada a bônus) é positivo, mas quem acompanha a banda sabe que ela já fez melhor. A música do Until Rain ainda capta sua atenção e se destaca no mar de novos nomes progressivos, mas não temos aqueles riffs majestosos, sequências de solos e frases intrincadas que marcavam o grupo antes. Talvez seja preciso tempo para esta nova formação fluir como óleo. Espero que dentro de alguns anos eu possa me referir ao Inure como um álbum de transição, e não de inauguração de uma nova fase.

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Ao mesmo tempo em que não nego a qualidade geral de Inure, eu não o usaria como melhor exemplo de música do Until Rain. Especialmente depois do estupendo Anthem of Creation, de 2013. É um álbum bom, mas ainda pequeno para o talento dos músicos envolvidos.

Abaixo, o vídeo de "Because Something Might Happen".

Assistir vídeo no YouTube

Track-list:
1. "Progressus in Idem"
2. "New World Fiction"
3. "Because Something Might Happen"
4. "This Fear"
5. "A Tearful Farewell"
6. "This Solitude"
7. "Butterfly Invasion"
8. "A Broken Wing"
9. "Inure"
10. "Debate" (faixa bônus)

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Sobre Victor de Andrade Lopes

Victor de Andrade Lopes é jornalista (Mtb 77507/SP) formado pela PUC-SP com extensões em Introdução à História da Música e Arte Como Interpretação do Brasil, ambas pela FESPSP, e estudante de Sistemas para Internet na FATEC de Carapicuíba, onde mora. É também membro do Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil e responsável pelo blog Sinfonia de Ideias. Apaixonado por livros, ciências, cultura pop, games, viagens, ufologia, e, é claro, música: rock, metal, pop, dance, folk, erudito e todos os derivados e misturas. Toca piano e teclado nas horas livres.
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