Letall: Gepeto, do Ação Direta, segue vociferando a pancadaria!
Resenha - Maquina de Propaganda - Letall
Por Willba Dissidente
Postado em 31 de maio de 2017
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Não pense que é mais fácil quando um artista já consagrado decide lançar um projeto novo. As comparações são inevitáveis e dão o tom das críticas que serão feitas. Nesse julgamento implacável poucos conseguem escapar. Esse é o caso do quarteto LETALL. Vindo do veterano Punk Rock - Hardcore AÇÃO DIRETA, cujo primeiro registro fonográfico (uma demo) data de 1988, o vocalista Gepeto apresenta seu novo grupo chamado LETALL. Soltando logo um disco completo, o resultado apresenta uma nova faceta do artista; mas que seguramente agradará os fãs do material mais antigo e conseguira novos seguidores.
Baixo, guitarra e bateria em som cru e pesado. O que difere então o LETALL de outras bandas punks? Além, claro, da voz carregada de raiva de Gepeto, o disco "Máquina de Propaganda" tem solos de guitarra (alguns mais na manha, outros bem elaborados) e influências de levadas pós-punk (ou os princípios do Gothic Rock) nos arranjos. Não pense, contudo, que o LETALL é uma banda para se ouvir dançando com a parede. A parada aqui é som de entrar na roda com agressividade.
Um bom exemplo dessa tendência é a faixa de abertura, "No Campo da Ciência". Alguns outros temas, como "Democracia Sepultada" (que letra atual num país sendo governado por um presidente fantoche que veio ao poder por uma golpe de estado!)e "Alerta" soam mais modernas, pós anos 1980, até flertando com o Grunge. "Longe Demais" é a faixa mais leve da bolachinha, mas tem o solo mais virtuoso. Um fato interessante é que a banda "ganhou" algumas horas de gravação sendo selecionada Converse Rubber Tracks. Todavia, foram só dez horas que resultaram em todos as baterias, guitarras guia, dobras e baixo; sendo só a voz adicionada posteriormente. É notório que com essas horas a maioria dos outros selecionados só sacaram um single e um EP, enquanto o LETALL fez o full-length praticamente todo. Obviamente, esse método de gravação - praticamente ao vivo - deixa algumas falhinhas e variações, mas tem mais gás e energia.
"3 mil Voltz", que ganhou clipe, tem o baixo mais legal do trampo, produzido por Jean Donabella e André Kbelo. "Seres obsoletos" é um punk mais clássico sem solo de guitarra; enquanto "Crise de Consciência" é tão "puramente" punk quanto e acaba no solo. Um ponto notório, e que poderia ter sido mais desenvolvido, é que as letras de "Maquina de Propaganda" acabaram sendo mais repetitivas que as do AÇÃO DIRETA. Todavia, ele seguem os mesmos ideias punks anarquista de extrema esquerda que são contra o sistema e a sociedade capitalista.
Um dos destaques do disco é "Senso de Unidade", baseada no livro "Coração Envenenado" que é a biografia de Dee Dee Ramone. Os fãs do quarteto nova-iorquino irão encontrar referências interessantes na letra. Outro tema que chama atenção é "Desumanizados", baseada na obra "Holocausto Brasileiro" da mineira Daniela Arbrex. Foi em Barbacena, em especial na época da Ditadura Militar (que há gente defendendo a volta), que muitas pessoas foram internadas à força como loucas, sem diagnóstico de doença mental, no enorme hospício da cidade, passando por torturas, abusos e mais tratos de todos os tipos.
https://letall.bandcamp.com/releases
Destaque absoluto do trabalho é a faixa-título. Essa, indiscutivelmente a mais pesada do play surge com uma introdução de bateria que leva a uma levada Thrash Metal Crossover. A letra é inspirada no documentário inglês "War You Don't See"; tratando de como a cobertura de impressa inviezada distorce e manipula numa situação tão triste para os pobres como a guerra (que enriquece os já ricos imperialistas).
Finalizando, "Maquina de Propaganda" vem em cd digipack com arte de capa, contra-capa e bandeja contendo fotos e desenhos muito bem sacados. O encarte é de seis paginas no formato poster impresso dos dois lados amplamente ilustrado e cheio de informações pertinentes. Indicando para fãs de Punk Rock, Hard Core e Thrash Metal que não sejam 100% puristas no som e sim na ideologia. O LETALL veio dar um Alerta que o sistema faz propagando para nos tornar obsoletos. Que o choque faça a galera despertar!
Willba Dissidente agradece a Denilson Nascimento.
LETALL:
Gepeto - Voz
Wagner - Guitarra
Gigante - Baixo
Filipe Freitas - Bateria
Discografia:
Máquina de Propaganda (Nacional, 2016, 32 min, Terceiro Mundo Chaos Discos)
01 . Campo da Ciência (03:43)
02 . 3.000 Voltz (03:02)
03 . Democracia Sepultada (03:15)
04 . Longe Demais (03:31)
05 . Alerta (02:48)
06 . Seres Obsoletos (02:59)
07 . Crise de Consciência (03:40)
08 . Desumanizados (03:10)
09 . Senso de Unidade (02:50)
10 . Máquina de Propaganda (03:02)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O melhor disco de heavy metal de 2025, segundo o Loudwire
O maior cantor de todos os tempos para Steven Tyler; "Eles já tinham o melhor"
Para Mikael Akerfeldt (Opeth), o rock/metal progressivo virou regressivo
Fãs de Angra piram: Rafael Bittencourt confirma que Edu Falaschi vai ao Amplifica em 2026
Dave Mustaine fala sobre "Ride the Lightning" e elogia Lars Ulrich: "Um excelente compositor"
Loudwire escolhe parceria feminina como a melhor música de heavy metal de 2025
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
A banda que fez Jimmy Page passar vergonha; "eu não queria estar ali"
Myles Kennedy explica recusa a teste no Velvet Revolver
A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
A melhor música do AC/DC de todos os tempos, segundo o ator Jack Black
Os 5 discos de rock que Regis Tadeu coloca no topo; "não tem uma música ruim"
O cantor sobre o qual Roger Daltrey e Pete Townshend discordavam; "me deu vontade de vomitar"
O padrão que une todos os solos da história do Iron Maiden, segundo Adrian Smith
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
Lars Ulrich elege o maior baterista da história; "Com todo o respeito a Neil Peart"
O ator vencedor de um Oscar que é fã do trabalho de Max Cavalera
A música que Ozzy gravou como piada e ficou apavorado que fosse lançada

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
Coldplay: Eles já não são uma banda de rock há muito tempo



