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Doomshine: Epic Doom progressivo e com muita melodia

Resenha - End Is Worth Waiting For - Doomshine

Por Bruno Rocha
Postado em 10 de abril de 2017

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

O Doom Metal encontrou uma nova forma de se expor com o lançamento do clássico "Epicus Doomicus Metallicus" (1986), do CANDLEMASS. Agregando elementos da NWOBHM de ANGEL WITCH e WITCHFINDER GENERAL, com alguma influência do Speed Metal vigente na época e lançando mão de vocais operísticos e dramáticos, com letras narrando contos, o novo Doom Metal foi batizado com o nome do álbum supracitado: Epic Doom Metal. E Leif Edling fez escola. Ensinados pelo CANDLEMASS surgiram outros nomes do Epic Doom como SOLITUDE AETURNUS, SOLSTICE e MEMENTO MORI. E até hoje a safra de bandas de Epic Doom continua crescendo. Um dos principais nomes do gênero na atualidade vem da cidade de Ludwigsburg, Alemanha, e atende pelo nome autodelativo de DOOMSHINE. Recentemente a banda liberou seu terceiro full-length, "The End Is Worth Waiting For", pela gravadora Metal On Metal Records.

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Com um som de altíssima qualidade e nitidez, gravado no estúdio Doomcave, de propriedade do baixista Carsten Fisch, o disco apresenta sete peças do melhor que existe no Doom Metal melódico, como eles se denominam. Nota-se muita influência da banda SOLITUDE AETURNUS nos arranjos das músicas do DOOMSHINE, muito devido ao uso competente de escalas orientais. Neste terceiro álbum, a banda se mostra mais concisa e direta no que se propõe a fazer, diferentemente do antecessor "The Piper At The Gates Of Doom" (2010), um álbum longo e cheio de subterfúgios. Uma peculiaridade do DOOMSHINE são as letras que apresentam, de certa forma, um ponto de vista otimista das coisas e nas histórias narradas, vide o uso constante da palavra "shine" (brilhe).

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Iniciando com "Celtic Glasgow Frost", o álbum apresenta ótimos riffs Doom e solos com muito arpegio, cortesia do guitarra-solo Sven Podgurski, enquanto a letra traz diversas referências à Escócia e a algumas bandas clássicas europeias. Torna-se até divertido (diversão no Doom?) ouvir DOOMSHINE e procurar pelas referências nas letras bem forjadas. Seguem-se os trabalhos com "Witchburn Road", uma música de 10 minutos muito bem composta e que só empolga com sua progressão.

Após a grooveada "Third From Inferno", chega um dos grandes destaques que é "The Alchemist Of Snowdonia", com um riff marcial bastante empolgante, alternando com os vocais de Timmy Holz, dono de timbre limpo e peculiar, que também responde pela guitarra-base. Imagine IRON MAIDEN tocando Doom Metal. Aqui, ocorre a participação do vocalista Sascha Holz, irmão de Timmy. Temos ainda a viagem quase etérea de "Moontiger", o Heavy Metal acelerado de "Shelter Of The Beast" e a pura CANDLEMASS "Shipwrecked At Doom Bar".

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Impressiona a naturalidade com a qual o DOOMSHINE compõe músicas progressivas sem perder a mão ou a empolgação. Cria-se otimismo no ouvinte a ótima qualidade de som, além das excelentes composições em si, que nos fazem esperar com parcimônia os próximos movimentos. Muitos méritos também para a cozinha composta pelo baixista Carsten Fisch e pelo baterista Markus Schlaps. O baixo, por sinal, dá todo um peso primordial ao som.

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Gravado, produzido e mixado pelo próprio baixista e com uma arte cósmica elaborada também pelo baixista mil-e-uma-utilidades, "The End Is Worth Waiting For" mostra que o Doom Metal está mais bem servido do que nunca. Leif Edling (CANDLEMASS) deve se sentir orgulhoso pela escola que criou; John Perez e Robert Lowe (SOLITUDE AETURNUS) são exultantes por darem uma nova e criativa cara ao Epic Doom. E o DOOMSHINE aprendeu direitinho como fazer o tal do Epic Doom. Que continuem brilhando ainda por muito tempo.

The End Is Worth Waiting For – Doomshine (Metal On Metal, 2015)

Tracklist:

01. Celtic Glasgow Frost
02. Witchburn Road
03. Third From Inferno
04. The Alchemist Of Snowdonia
05. Moontiger
06. Shelter Of The Beast
07. Shipwrecked At Doom Bar

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Line-up:

Timmy Holz – vocais, guitarras
Sven Podgurski – guitarras
Carsten Fisch – baixo
Markus Schlaps – bateria

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Sobre Bruno Rocha

Cearense de Caucaia, professor e estudante de Matemática, torcedor do Ferroviário e cafélotra. Entrou pelas veredas do Heavy Metal na adolescência e hoje é um aficionado e pesquisador de todos os gêneros mais tradicionais desta arte e de suas épocas. Tem como forte o Doom Metal, não obstante o sol de sua terra-natal.
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