RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

Há conexões entre o novo Papa Leão IV e a banda Metallica? Se forçar um pouquinho, sim

Rob Halford explica por que o Judas Priest não estará no show de despedida do Black Sabbath

Por que Kerry King não convidou Gary Holt para sua nova banda? O mesmo explica

O gênero do rock que Caetano Veloso abomina com todas as forças

A opinião de Tarja Turunen sobre suposta rivalidade do Nightwish e Evanescence

A resposta de Rafael Bittencourt após foto de Edu Falaschi, Aquiles Priester e Felipe Andreoli

Crypta se apresenta sem Fernanda Lira em show na França

Matthew Barlow fala sobre a possibilidade de cantar novamente no Iced Earth

A música com que Robert Plant conquistou Jimmy Page em seu teste para o Led Zeppelin

Por que a balada "Silent Lucidity" fez sucesso, segundo o vocalista Geoff Tate

Pub da Galeria do Rock conta o que Kerry King comeu, bebeu e exigiu de trilha sonora

Chitãozinho e Xororó sobre feat dos sonhos; "Curto Linkin Park, Motörhead. Seria inusitado"

Diretor explica por que Os Mutantes foram deixados de fora do documentário de Rita Lee

Marty Friedman: "Era como uma música pop, se você puder chamar assim."

O grande erro do The Doors que fez a banda ficar decadente, segundo Caetano Veloso


Stamp

Eric Bibb: um grande registro de uma época confusa e tensa

Resenha - Migration Blues - Eric Bibb

Por André Espínola
Postado em 10 de abril de 2017

É impossível não politizar um álbum que nos dias de hoje leve o nome de Migration Blues. Eis o novo álbum do cantor e compositor Eric Bibb, que lança o novo disco em meio ao governo turbulento e xenófobo do novo presidente norte-americano, Donald Trump, com propostas cada vez mais mirabolantes para tratar da questão da imigração no país anglo-saxão. O próprio Bibb não poderia deixar sua posição passar de forma indireta. Dessa forma, ele mesmo afirma que Migration Blues é seu álbum mais politizado até hoje: "The way I see it, prejudice towards our brothers and sisters who are currently called 'refugees' is the problem. Fear and ignorance are the problems. Refugees are not 'problems'—they are courageous fellow human beings escaping dire circumstances.", diz Bibb na capa do próprio álbum. É um trabalho que as mentes facilmente suscetíveis a frases de efeito e pensamentos rasos colocariam uma etiqueta: "politicamente correto".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Eric Bibb é um cantor que já possui uma sólida carreira construída, calcada na música americana de raiz. Portanto, Bibb nos entrega mais uma mixórdia de blues, folk, country, baladas, só que agora ele acrescenta esse ingrediente que permeia todo o disco, tornando-o mesmo um álbum conceitual. Esse ingrediente é o respeito à pessoa humana, principalmente àqueles que para sobreviver tem que superar obstáculos inimagináveis. Assim, ele mesmo, um afro-americano, recorre à sua própria história e à história de andanças e sofrimento de seu povo nos Estados Unidos para compreender melhor e, acima de tudo, combater as intransigências e intolerâncias do mundo contemporâneo. Afinal, como o próprio Bibb diz no seu site oficial, "While pondering the current refugee crisis I found myself thinking about the Great Migration […]. Whether you're looking at a former sharecropper, hitchhiking from Clarksdale to Chicago in 1923, or an orphan from Aleppo, in a boat full of refugees in 2016 — it's migration blues.".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

A própria escolha das músicas evidencia essa intenção de valorizar as pessoas, combater sentimentos de ódio e violência em torno das pessoas. Totalmente acústico, Bibb mescla cássicos do folk, como "This Land Is Your Land", de Woody Gutrie e "Master of War", de Bob Dylan, com composições originais focadas no country blues e no gospel, como a tocante "Prayin’ for the Shore", uma balada gospel sobre a crise de refugiados na Síria: "In a ol' leaky boat/Somewhere on the sea/Tryin' to get away from the war/Welcome or not, we got to land soon/Oh, Lord—prayin' for shore." . Já na faixa Refugee Moan, Bibb nos acerta no coração quando se coloca na pele de um desses refugiados e canta: "a road to a peaceful country / Where the people have pity on a homeless man".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

Delta Getaway trata de uma migração bastante conhecida da população afro-americana: a Grande Migração para o norte na primeira metade do século passado, em que a população negra fugia do sangrento sul da Ku-Klux-Klan, do Jim Crow, para as cidades industriais do norte com a promessa de uma vida mais segura e livre. Na letra, o narrador sobre para Chicago para escapar de um linchamento. Essa vida do sul foi retratada na letra de "Blacktop": "everyday seems like muder here", que já foi imortalizada pelo blues do lendário Charley Patton. Outra que trata da Grande Migração é "We Had To Move". Não são apenas os migrantes negros dos Estados Unidos ou os contemporâneos que são lembrados por Bibb. "Diego’s Blues" conta a histórias dos mexicanos que migraram para substituir a mão de obra negra no Delta depois da Grande Migração.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Migration Blues é rico musicalmente, socialmente e politicamente. É, enfim, um grande registro de uma época confusa e tensa, que, no futuro, se constituirá num ótimo disco-manifesto dessa época.

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Manifesto 2025


publicidadeMarcelo Matos Medeiros | Glasir Machado Lima Neto | Felipe Pablo Lescura | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre André Espínola

André Espínola, recifense, estudante de História e apaixonado por música, quer levar um pouco de sua paixão para os outros, resenhando sobre novos lançamentos e pagando tributo aos clássicos e às nossas raízes musicais, sobretudo o Blues, Rock e Jazz, cuja missão básica é dizer aos quatro cantos: "a boa música nunca morrerá!". Possui o blog Filho do Blues, onde escreve e edita textos sobre as novidades musicais do mundo do rock, indie e blues.
Mais matérias de André Espínola.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS