Eminence: Um soco na cara de se arrancar todos os dentes
Resenha - God of All Mistakes - Eminence
Por Marcio Machado
Postado em 01 de março de 2017
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Saindo do underground de Belo Horizonte para o mundo, O Eminence se consolida com um nome de peso no país e até mesmo no mundo. Conterrâneos do Sepultura, e tendo algumas influências nesses, a banda optou por seguir um caminho diferente, passando mais para o lado groove, com muito peso, vocais extremos e a sonoridade de um prédio inteiro desmoronando na cabeça de alguém.
"The God of All Mistakes" é o terceiro álbum da banda, e traz uma maturidade enorme e um trabalho espetacular, tanto de produção e da sua musicalidade, difícil ficar parado ouvindo alguma faixa do mesmo, e para resumir o que se encontra por aqui, os caras estavam com sangue nos olhos quando gravaram, pois o que temos aqui é uma surra de deixar estirado no chão, todo quebrado, como se um trator passasse por cima.
A música título já abre o disco mostrando ao que veio, groove e peso, sem mais a acrescentar, e está dada a largada para a quebradeira começar. O então vocalista Wallace Parreiras mostra o que sabe fazer, alternando entre guturais extremos, vocais rasgados e até mesmo um refrão em voz limpa que cai muito bem, e desde já palmas para o baterista André Márcio, que simplesmente espanca seu instrumento tirando coisas absurdas dali, seus pedais parecem um caminhão desgovernado passando por cima do que vem pela frente.
"Resistance" parece uma locomotiva ganhando força, que vai só aumentando, ficando cada vez mais pesada e rápida. O guitarrista Alan Wallace distribui acordes de groove, peso e velocidade, em perfeita sincronia entre ele e o baixo, é espetacular uma ponte que se encontra após o segundo refrão, a vontade é de se moshar com o primeiro que surgir na frente, e não há como deixar de se falar de se falar no fuzilamento de pedais que aparece.
Sendo o primeiro single, e ter ganhado um vídeo, "Day 7" é a faixa mais "calma" do disco, mas não se engane, as coisas continuam barulhentas e rápidas, só um pouco mais contida, principalmente em seu refrão que se assemelha ao de bandas de metalcore americanas, mas ainda sendo uma ótima faixa.
E como um louco desvairado, "Devil's Boulevard" vem passando por cima de tudo, e não perde ritmo de seu começo ao fim. Faixa muito rápida e pesada, com vocais insanos, hora gritados, outras urrados, e como Wallace grita, cara parece um demônio encarnado!
"Undermind" começa feito com bateria quebrada e guitarra invocando o fim do mundo, e lá vem mais groove, mais peso numa faixa mais cadenciada, mas dando uma leve escorregada em seu refrão, que novamente trás os vocais limpos, mas parecendo não se encaixar muito bem, mas só um detalhe, a parte instrumental continua valendo a pena,o trecho após o primeiro refrão é um desfile de brutalidade.
"Injected Lies" invoca o Eminence de outras épocas, com efeitos no começo que criam um clima de suspense, e mais uma vez quando é hora do vocal entrar em ação, lá vem mais porrada na orelha, trazendo um tipo meio "rapeado", acompanhada de teclados que apresentam e enriquecem ainda mais, e a única do disco a possuir um solo. Engraçado como lembra algo que o Sepultura viria a fazer futuramente no Machine Messiah.
Logo as coisas voltam para a insanidade com "Written in Dust", seus primeiros acordes já invocam a pancadaria, provável faixa mais pesada do álbum todo, seu refrão é cantado aos berros, acompanhado de muito, mas muito peso, e a quebrada de ritmo no seu meio, invocada pela caixa da bateria consegue elevar a faixa e causar uma confusão no ouvinte e perturbar muito, candidata a melhor.
"Snake Beat" volta para o lado mais cadenciado, onde baixo e guitarra mais uma vez fazem uma dobradinha de muito peso, e de novo temos um vocal ao estilo "rap", e um refrão rápido e de pura loucura, lembra de longe uma faixa do Slipknot.
"Stainer" da destaque ao baixo em sua introdução, e para várias cavalgadas nos pedais, fora alguns contratempos numa forma de arriscar, parecendo ser uma faixa um pouco experimental, boa, mas um pouco sem sal, a mais fraca por aqui.
Fechando o álbum, "Enemy Inside" gasta tudo de seus integrantes, na força de uma muralha, a faixa é uma verdadeira marretada na cabeça. Puta que pariu quanto peso, quanta insanidade, a bateria do refrão parece a qualquer momento explodir de tão rápida, é a junção perfeita de instrumental e voz em uma banda de metal. Wallace simplesmente gasta sua garganta, parecendo querer disputar quem é mais pesado, sua voz ou seus parceiros de instrumento. Um fechamento soberbo, agressivo, de loucura e técnica!
Sem dúvidas alguma, "The God of All Mistakes" é um dos melhores discos já lançados no metal nacional, um soco na cara de se arrancar todos os dentes, agressivo como deve soar uma banda. Simplesmente foda pra caralho!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
Bangers Open Air divulga line-up da próxima edição, com In Flames, Fear Factory e Jinjer
Os 11 melhores álbuns de progressivo psicodélico da história, segundo a Loudwire
Nova música do Megadeth desbanca - temporariamente - Taylor Swift no iTunes dos EUA
Nick Holmes diz que há muito lixo no nu metal, mas elogia duas bandas do estilo
O subestimado guitarrista base considerado "um dos maiores de todos" por Dave Mustaine
A banda de forró que se fosse gringa seria considerada de rock, segundo produtora
Brent Hinds - O ícone do heavy metal que não gostava do estilo - nem de conceder entrevistas
Nicko McBrain compartilha lembranças do último show com o Iron Maiden, em São Paulo
Regis Tadeu detona AC/DC e afirma que eles viraram "banda cover de luxo"
As melhores de Ronnie James Dio escolhidas por cinco nomes do rock e metal
Danilo Gentili detona Chaves Metaleiro e o acusa de não devolver o dinheiro
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
O principal cantor do heavy metal, segundo o guitarrista Kiko Loureiro
A canção proto-punk dos Beatles em que Paul McCartney quis soar como Jimi Hendrix
Max Cavalera elege as cinco músicas que definem a sua carreira
Motley Crue: A primeira impressão de Tommy Lee sobre o Rio de Janeiro
De AC/DC a ZZ Top: Origens dos nomes de bandas e artistas de rock
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
O disco que "furou a bolha" do heavy metal e vendeu dezenas de milhões de cópias



