Vociferatus: Disco deve agradar a qualquer fã de Metal extremo
Resenha - Mortenkult - Vociferatus
Por Fabio Reis
Postado em 20 de novembro de 2016
A música extrema brasileira vem ao longo dos anos apresentando bandas e álbuns que certamente servem como referência em todo o mundo. A qualidade dos trabalhos lançados em nosso país é altíssima e ano após ano, muitos nomes aparecem para mostrar que Metal no Brasil, mesmo sem incentivo, patrocínio e apoio, é feito com muita seriedade e profissionalismo.
O Death Metal sempre foi um dos subgêneros mais fortes de nossa cena e ultimamente, não e fácil se destacar em meio a tantas bandas promissoras no estilo. É necessário ser diferenciado, possuir um "algo a mais" capaz de atrair a atenção do exigente publico. Como todos sabemos, essa não é uma tarefa das mais fáceis e quando a Vociferatus lançou em 2011 o seu EP "Blessed By The Hands Of Flames", ficava nítido que a banda estava no caminho certo, o EP cumpriu bem o seu papel e quem o ouviu, sabe que trata-se de um registro digno e respeitável. O que também ficou claro na época, é que o potencial da Vociferatus ainda não havia sido totalmente explorado e num futuro próximo, o quinteto carioca poderia nos surpreender.
O futuro próximo finalmente chegou e quase cinco anos depois de debutar no cenário nacional, o grupo retorna para apresentar o seu primeiro álbum de estúdio.
"Mortenkult" foi lançado oficialmente no dia 23 de setembro via Eternal Hatred Records e desde então, vem colecionando diversas ressalvas positivas. Esta certamente será mais uma delas, pois para todos aqueles que apreciam a música feia, rápida, suja, crua, visceral e agressiva, aqui está um disco que não pode passar despercebido. Desde a arte da capa criada pelo renomado artista gráfico Marcelo Vasco (Slayer, Dimmu Borgir, Soulfly, Machine Head e outros), até as composições propriamente ditas, a banda apresenta um trabalho praticamente impecável.
A evolução musical é notória com relação ao EP e o primeiro ponto que chama a atenção é a produção de Luiz Freitag e John Marque, a dupla conseguiu captar toda a essência da banda e realizou um trabalho preciso. A masterização ficou à cargo de George Bokos (ex-guitarrista do Rotting Christ) e foi feita no GrindHouse Studios (Grecia), mais uma decisão acertada.
Musicalmente, o disco é violência e brutalidade personificada. Durante as 9 faixas contidas em "Mortenkult", os destaques são muitos, o baixista Lucas Zandomingo e o baterista Augusto Taboransky são responsáveis por uma parte rítmica invejável e altamente funcional, a dupla de guitarristas formada por Luiz Mallet e Filipe Lima despeja riffs cortantes e linhas bem características do estilo. Enquanto isso, o vocalista Pedrito Hildebrando é capaz de impressionar com um timbre potente e variações vocais bem interessantes.
A audição é das mais proveitosas e apesar de todas as faixas serem de extremo bom gosto, algumas das composições trazem uma atmosfera única, casos de "Blood Runs Over Bayt Lahm", "The New Opposition", "Mortenkult" e "Amenti". Todas estas com passagens e climatizações oriundas de referências ligadas ao Black Metal, dessa forma elevando a sonoridade da Vociferatus a patamares impensáveis e mostrando uma identidade original e bem definida. Ainda cito "Where Hope Dies", trazendo ritmos e andamentos mais cadenciados, destoando de forma positiva do restante do disco que é basicamente mais rápido e direto.
Uma outra característica importante e que pode ser notada durante todo o trabalho são os refrões bem definidos e a presença de ótimos backing vocals, encaixados de maneira cirúrgica durante os pouco mais de 36 minutos de duração do álbum.
Basicamente temos um disco que deve agradar a qualquer fã de Metal extremo, tudo nele é acertado e sem exageros. Os timbres estão fantásticos, as músicas são inspiradas, os músicos são competentes e este é um álbum de estréia que realmente me convenceu. Se em 2011 a banda estava no caminho certo, em 2016 mostraram todo o seu potencial. Que venham mais e mais lançamentos como este, meus ouvidos agradecem.
Integrantes:
Pedrito Hildebrando (vocal)
Luiz Mallet (guitarras)
Filipe Lima (guitarras)
Lucas Zandomingo (baixo)
Augusto Taboransky (bateria)
Faixas:
1. Eloi, Eloi, Lama Sabachthani
2. Blood Runs Over Bayt Lahm
3. The New Opposition
4. Storms Are Mine
5. Terrível Coisa é Cair nas Mãos do Deus Vivo
6. Mortenkult
7. Chaos Legions Battlefront
8. Where Hope Dies
9. Amenti
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Como e por que Dave Mustaine decidiu encerrar o Megadeth, segundo ele mesmo
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
A maior banda, música, álbum e vocalista nacional e gringo de 1985, segundo a Bizz
O clássico álbum ao vivo "At Budokan" que não foi gravado no Budokan
Os dois discos do ELP que Carl Palmer disse que deveriam virar vasos
Queen: Bowie, Mercury e a história de Under Pressure
Os álbuns dos Beatles mais possuídos (e os mais cobiçados) pelos colecionadores de discos
Dave Grohl explica porque não toca clássicos do Nirvana ao vivo


"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme



