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Magnus Rosén: Uma obra prima criada por um músico de heavy metal

Resenha - World Changes - Magnus Rosén

Por Samuel Coutinho
Postado em 06 de setembro de 2016

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

Um músico que possui a mente aberta e não se limita a um só estilo, este sim merece todo o respeito. Por mais que as pessoas achem que o músico fique preso a uma banda, e tem que tocar sempre a mesma coisa, sem poder utilizar suas idéias dentro do grupo, ele pode e tem todo o direito de colocar em prática tudo aquilo que ele sempre teve vontade de tocar, mas não necessariamente dentro da banda. Os álbuns solo são a válvula de escape que estes músicos usam a seu favor. Recentemente pude conferir um trabalho dígino e honesto, perfeito para exemplificar o que foi dito. Como eu já falei em uma outra resenha discos como este agradam quem quer ouvir algo diferente, fora do heavy metal, afim de ampliar sua visão musical.

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Temos a nossa disposição uma grande possibilidade de conhecermos trabalhos diferentes, voltados a outros estilos musicais e encabeçados por músicos de metal. Nesta resenha comentarei sobre um trabalho distinto, mas que não é nada estranho aos meus ouvidos. Lançado em Julho deste ano, o novo álbum do baixista sueco Maguns Rosén não tem nada a ver com rock ou heavy metal, O disco conta com participações de alguns nomes renomados do metal, mas mesmo assim sua sonoridade não traz praticamente nada de rock, exceto em algumas exceções que explicarei adiante. Maguns Rosén é ex-baixista do HAMMERFALL, e atualmente integra a banda brasileira SHADOWSIDE, duas bandas de heavy metal, mas no novo disco do músico, "The World Changes", iremos ouvir Jazz, Blues e Música Clássica.

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O trabalho é instrumental e se baseia em composições voltadas para a melancolia nórdica, algo presente na personalidade do baixista. Maguns é um musico experiente, e como todo baixista técnico, não economiza nas notas. Neste trabalho dá pra se aprofundar melhor nas influencias clássicas de Maguns. A primeira faixa, "Centuries Of Memories", começa triste, o piano deixa o ar pesado, fechado, é uma das faixas que apresenta um pouco dessa melancolia mencionada acima. As partes de piano foram gravadas pelo pianista George Keczán, músico versátil que foi um convidado muito especial no disco. George tem paixão por música autêntica, inspiradora e comovente, foi o braço direito de Maguns neste disco.

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A segunda faixa, "The Bridge From The Past To The Future" já é mais 'feliz'. Novamente com o baixo acompanhado pelo piano. Um som mais medieval, os elementos de música clássica são bem aparentes nesta faixa. É uma música curta, mas que apaga toda aquela melancolia da faixa inicial. Lembrando que em 'The World Changes" as performances são somente de baixo e piano, tendo alguns trechos com a participação da bateria, sax ou voz. (o álbum não é cantado, usa apenas algumas técnicas de vocal lírico). A canção seguinte, "Soul Essence" começa com um elegante som de sax, interpretado por Johan Stengård, e é a primeira faixa que conta com vocal. A soprano Carolina Sandgren leva na bagagem um ótimo aprendizado musical, tendo estuado música em conservatórios como a Royal College of Music e na University College of Opera.

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Na quarta músicas, temos a faixa título "The World Changes", que já começa com uma certa velocidade no desempenho de Magnus, fazendo escalas acompanhadas pelo piano, executando as mesmas notas. A música é um misto de técnica e beleza. Novamente o teor da música clássica predomina, onde o piano se impõe. Na música seguinte, "Celestial Port", Carolina novamente brilha, a canção traz novamente um pouco de melancolia, mas sem muita demasia. As partes em que Maguns executa acordes e o piano o acompanha são legais e trazem um pouco mais de vida à faixa. Sinceramente é uma das faixas que mais gostei no álbum, ela possui variações interessantes, como os acordes no baixo, a voz singular de Carolina e o belo piano de Keczán.

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A sexta canção é a mais agitada do álbum. Se trata de uma versão para o 7º movimento da Suíte Nº 2 em sí menor das 4 Suítes de Johann Sebastian Bach, (The Four Orchestral Suites). "Badinerie" conta com a primeira participação da bateria no disco, desempenhada por ninguém menos que o ex-colega de Magnus no Hammerfall, Anders Johansson. A faixa é uma das que passam perto de ter uma ligação com o rock. Nela a performance de Anders na bateria é característica, com viradas rápidas e um ritimo que poderia ser usado no rock ou metal. Anders faz até um pequeno solo de batera. Mas também não podemos esquecer a desenvoltura da técnica vocal de Carolina que complementa a música sutilmente. Ótima versão de Bach.

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Na sétima faixa, a música começa com tom sensual e sentimentalista. A canção se chama "Ack Värmeland du sköna" e faz parte do tesouro cultural da suécia. É uma canção composta em 1822 com base em uma melodia popular tradicional. Desta vez todas os músicos estão presentes. Anders utiliza batidas simples que é o que a música pede. A oitava música, "The World Wide Blues" já traz no nome o que se ouve já de início. É um blues muito bem apresentado, com uma performance muito bem encaixada de Magnus, Keczán, Stengård e com a adição do baterista Jens Ericson, este que também toca com Magnus em uma banda de covers. "The World Wide Blues" não tem o que falar, é aquela típica canção de blues contagiante que irá agradar muito os seguidores do estilo. O destaque nesta música é a dobradinha entre baixo e sax, o piano fica mais recuado, aparece timidamente.

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Na reta final, chegando na penúltima música do disco, "E Lucevan Le Stelle", é cheia de tranquilidade, meio romântica e reconfortante. Bela performance do saxofonista Johan Stengård, com muita emoção e sensibilidade. O Gran Finale do álbum vem com a décima faixa "The Castle Of Imagination". A participação de Tony Martin (ex-BLACK SABBATH) é muito bem acentuada, esta música é outra faixa que traz um pouco de heavy metal devido a performance de Martin. Na faixa o vocalista também não canta, apenas entoa notas vocais. Enfin, "The World Change" é um disco para quem aprecia o trabalho de um ótimo músico e quer prestigiá-lo independente da música que ele faça. Magnus Rosén apresenta mais uma nova opção para quem quer abrir sua mente e apreciar outro estilo musical.

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"The World Changes" (Furia Music Records)

1 - Centuries of Memories
2 - The bridge from the past to the future
3 - Soul Essence
4 - The World Changes
5 - Celestial Port
6 - Bach Badinerie
7 - Ack Värmeland du sköna
8 - The World Wide Blues
9 - E Lucevan Le Stelle
10 - The Castle of Imagination

Arte da capa: Christin Björk

Informações:
http://furia-music-records.lojaintegrada.com.br/cd-the-world-changes

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Site:
http://www.magnusrosen.com/

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Sobre Samuel Coutinho

Nascido no interior de SP no dia 15/12/1986, em uma cidade chamada Ilha Solteira, Samuel Coutinho se entregou ao heavy metal logo na adolescência. Seu forte sempre foi o heavy metal melódico, variando desde o prog-metal até ao power-metal.
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