Jäilbäit: Sonoridade que ainda é capaz de se fazer relevante
Resenha - Who Da Fuck Are You? - Jäilbäit
Por Fabio Reis
Postado em 15 de maio de 2016
Com o surgimento de muitas bandas focando na proposta de soar old school e executar uma sonoridade que revive as épocas áureas do Metal, muitos apreciadores da música pesada questionam se tais grupos não estariam abrindo mão de possuir uma identidade característica, para se tornarem meras cópias de nomes consagrados.
Acredito que em muitos casos isso realmente ocorre, mas é inegável que em outros, a música apresentada é recheada de referências ao passado, porém de uma forma bem feita, com o toque pessoal dos músicos envolvidos e mesmo apresentando um tipo de som que não é mais novidade pra ninguém, é detentor de muita qualidade e acaba sendo agradável de se escutar.
Se adoramos a sonoridade imposta por bandas clássicas e muitas vezes, reclamamos das mesmas não conseguirem mais reproduzir tal musicalidade, qual o problema de uma banda nova o fazer? Creio que a música para ser apreciada, precisa ser bem feita e fisgar o ouvinte, se isso acontece, não devemos nos importar se é extremamente original ou se nos remete ao que era tocado nos anos 70 ou 80. A qualidade e a capacidade de criar composições interessantes sempre vem na frente de rótulos e estereótipos.
Com a Jäilbäit acontece exatamente o que descrevi acima. Longe de ser um grupo original, executam um Heavy/Rock a lá Motorhead e que não nos encanta por ser original, mas sim pela naturalidade com que os músicos conseguem tecer músicas grudentas e de extremo bom gosto. "Who Da Fuck Are You?" é o primeiro álbum de estúdio da banda e ao fazer a sua audição, fica evidente que a proposta é a de entreter e fazer o ouvinte agitar incessantemente. Pode-se afirmar que este intuito é alcançado com louvor, pois este debut é dos mais vibrantes, energéticos e despojados ao qual tive o prazer de me deparar nos últimos tempos.
Desde o início com a ótima "We Are Jäilbäit", até o encerramento com "Bäit Blues", o que ouvimos é uma compilação de faixas que empolgam, com refrões e linhas de guitarra marcantes e em muitos momentos, uma veia blues que se mescla de forma perfeita ao Rock contagiante apresentado.
Algumas composições são realmente fantásticas e primam por possuírem construções simples, em que a assimilação é imediata e o ouvinte é automaticamente envolto na proposta da banda. Impossível não ser afetado por "Take It Easy", "Going To Wacken", "Born To Win" ou não surpreender-se cantando os versos "I wanna be a great star, I wanna be a great star of rock n' roll" de "Do You Wanna Be A Rockstar?".
Se por um acaso, você é daqueles que curtem colocar um CD pra rolar enquanto toma uma cerveja com os amigos e não aprecia aquele tipo de sonoridade que te faz prestar atenção em cada detalhe e demanda diversas audições para absorver seu conteúdo, mas ama composições que te fisgam pelo despojo e capacidade de adentrar seu subconsciente de maneira natural e agradável, este é sem dúvidas, um álbum obrigatório em sua coleção.
Em 10 excelentes faixas e pouco mais de 37 minutos, a Jäilbäit faz uma estréia convincente, onde não resta dúvida que tal sonoridade ainda é capaz de se fazer relevante. Com influências nítidas do já citado Motorhead e em menor escala, também nos remetendo a outros ícones do porte de AC/DC, Alice Cooper e Girlschool, o álbum "Who Da Fuck Are You?" apresenta o grupo ao grande público, fazendo jus ao seu lema e principal bordão "Nós somos a Jäilbäit e viemos para chutar a bunda de vocês!"
Altamente recomendado!
Integrantes:
Zenitilde Neto (vocal)
Adailton Junior (guitarra)
Wilson Santos (baixo)
Cleyton Alves (bateria)
Faixas:
1. We Are Jäilbäit
2. Going To Wacken
3. Take It Easy
4. Jailbait Squad
5. Just A Boy
6. Do You Wanna Be A Rockstar?
7. Otaro (Sucker)
8. Born To Win
9. Lone Wolf
10. Bäit Blues
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
Os três melhores guitarristas base de todos os tempos, segundo Dave Mustaine
A única música do "Somewhere in Time" do Iron Maiden que não usa sintetizadores
Como James Hetfield, do Metallica, ajudou a mudar a história do Faith No More
A melhor banda de metal de todos os tempos, segundo Scott Ian do Anthrax
Guitarrista do Blind Guardian comemora ao receber seu "CPF"
AC/DC anuncia terceiro show em São Paulo; ingressos estão à venda
A banda que não ficou gigante porque era "inglesa demais", segundo Regis Tadeu
As músicas que o AC/DC deve tocar no Brasil, segundo histórico dos shows recentes
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
Cinco clássicos dos anos 90 que ganharam versões heavy metal
Slash dá a sua versão para o que causou o "racha" entre ele e Axl Rose nos anos noventa
O lendário guitarrista que desapontou Eddie Van Halen por fazer um som "chocho" ao vivo
A música do Yes que Mike Portnoy precisou aprender e foi seu maior desafio
Lars Ulrich e a única banda contemporânea que está à altura do Metallica
A decadência física e mental de Raul Seixas a partir de 1984, segundo Sylvio Passos
Por que Iron Maiden nunca conseguiu fazer um "Black Album", segundo Bruce Dickinson


Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto



