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Pepe Bueno: Um álbum de audição carismática

Resenha - Eu, o estranho - Pepe Bueno

Por Taquito Neves
Postado em 05 de maio de 2016

"Eu, o Estranho" é o título nada esquisito do segundo trabalho solo assinado por Pepe Bueno, um simples músico, compositor, letrista e vagabundo multimidiático paulistano, também baixista da banda de Rock'n' Roll Tomada desde o início deste nosso novo velho século.
Gravado e mixado nos estúdios Área 13 (S.J do Rio Preto) por Alberto Sabella e Junior Muellas. E também no CakeWalking (São Paulo) por Edu Gomes.

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Desta vez mentor absoluto da obra, Pepe compôs todas as oito faixas basicamente sozinho e, além de pilotar seu fiel Rickenbacker, também canta em todas elas e toca algumas guitarras e violões, amparado apenas pela dupla de músicos e produtores Juninho Muellas (bateria) e Alberto Sabella (teclas e cordas) em Rio Preto, com exceção de algumas participações de músicos da capital, essas registradas pelo também músico e produtor Edu Gomes no seu CakeWalking Studios, em São Paulo.

"Se Abra" inicia os trabalhos, coerentemente pole-posicionada, sob vários aspectos. Sugere abertura em termos holísticos, além de explícita homenagem ao grande Renê Seabra, figurinha emblemática na memória roqueira da night paulistana e autor da expressão "Hey bro, liga o PHODALIZER!", única frase do tema instrumental verbalizada por Pepe, também servindo como deixa para seu solo de baixo totalmente entorpecido pelo efeito do mágico pedalzinho, tão adorado pelo saudoso Mr. Utchensky.

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As duas faixas seguintes, "Rotina" e "Vale Dizer" soam como gêmeas, porém parecem também se completar como peças de uma "suite". Puramente extraídas dos folks bretões dos Beatles e do Macca, dos (Small) Faces e, principalmente do Ronnie Lane solo (de quem Pepe é fã incondicional) misturadas ao nosso clássico Rock Brazuca tanto na saturação urbana quanto no êxodo rural, acabam por gerar autênticos híbridos do velho mutante seco e molhado com o novo baiano gerado logo ali, no clube da esquina, onde o sertão já virou mar e vice-versa e inverteram-se os pólos de nosso planeta, agora chamado água. Tudo graças àquela ponta que o Seixas deixou para nós há uns dez milanos atrás...

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"Bem a Vista", com letra à altura e interpretação sempre sincera do Pepe, chega reforçada pelas vozes de Renata Ortunho e Fernando Fish. Também são audíveis nessa faixa as primeiras guitarras distorcidas do álbum, rasgando a marcação forte do Juninho Muelas, com caixa e chimbau simultaneamente acentuados. Alberto Sabella coloca a cereja no bolo, solando seu Hammond à la Purple, em clima bastante tenso.

E assim termina o Lado A de "Eu o Estranho".

"Última Prova" deixa bem claro e sem trocadilhos óbvios o fato de que Pepe conseguiu forjar seu próprio som em meio a um leque admirável de referências e influências sem emular, porém...ninguém! Desta vez tricotando voz e baixo de maneira sublime e com timbre digno de um Baixista de responsa, nosso protagonista mergulha mais uma vez em sua alma psicodélica, levando consigo o mesmo time da canção anterior em devaneios de marca já registrada. Pelo próprio.

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Mais uma incursão ao Folk descrito nas faixas dois e três, "Tudo o que eu Queria" fecha a trinca em alto estilo, com nosso power trio agora acompanhado pelo ímpar Denny Caldeira. O clima da segunda parte é regado ao velho puro feeling de vibe positiva das levadas obrigatórias que correm nas veias de qualquer Rocker que se preze. Não tantos soltos por aí, é verdade, porém únicos e fáceis de se encontrar.

Chegamos ao Blues. À esta altura, Pepe já cruzou o arco íris e encontra-se lá, sempre sob a luz do Sol, lambuzando-se no "Pote de Mel" e tocando sua guitarra havaiana. Solos de Edu Gomes e Pi Malandrino se entrelaçam perfeitamente, bem naquela onda que Hendrix e Clapton surfaram pela primeira vez e que tornou-se elemento chave para os trabalhos guitarrísticos de qualquer grande banda, à sua escolha.

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"O Estranho" encerra a viagem. Coescrita por Débora Camiotto, que também narra seu texto entorpecidamente recitado e perfeitamente sincronizado em meio ao que parece ser uma bagunça das boas, com Xande Saraiva ajudando a deixar tudo aparentemente... normal, mas só pra quem não o é.

Enfim, parabéns a todos os envolvidos neste álbum de audição carismática e, pelos seus menos de trinta minutos, fatalmente repeatable, no ato. Não continue assim não Pepe, vá além e bata sua cabeça louca contra os céus.

1. Se Abra
2. Rotina
3. Vale Dizer
4. Bem à Vista
5. Última Prova
6. Tudo o Que Eu Queria Hot
7. Pote de Mel
8. O Estranho

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Sobre Taquito Neves

O mexicano Taquito Neves nasceu em agosto de 1970 em Vera Cruz, e aos 8 anos de idade veio morar em São Paulo com a família. Trabalha com assessoria de imprensa no Rock brasileiro. Também é webdesigner desde o começo dos anos 90. No Brasil é conhecido como Taquito Disco Clássico, por causa da sua enorme coleção de vinis originais.
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