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Somba: Digno de um Grammy Latino

Resenha - Homônimo - Somba

Por Victor de Andrade Lopes
Fonte: Sinfonia de Ideias
Postado em 14 de dezembro de 2015

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

Dando continuidade a uma discografia de riqueza musical indiscutível, os mineiros do Somba marcaram o ano da Copa com seu terceiro disco Homônimo - afinal, por que autointitular um álbum quando você pode chamá-lo assim? Esta é apenas a primeira de uma série de tiradas que mantêm um padrão humorístico estabelecido desde o início. No campo instrumental, só resta aplaudir como o grupo continua transitando sem medo entre os mais diversos gêneros, com uma liberdade muito "alicecaymmiana".

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A abertura "Kem Soul", com seu trocadilho anglolusófono, comprova a influência dos Beatles na música mineira, juntamente a "Real One". O rock da terra da rainha também parece ter influenciado "The Ox", com seu ritmo meio Pink Floyd; e "Light Your Fire", uma mistura de Led Zeppelin com os estadunidenses do The Doors. Já "Carne Fraca" pega emprestado lances de rock nacional, e poderia facilmente ser item da discografia do 5PRAStANtAS.

"Vem Pro Meu Lado Negro, Nega!", uma das melhores do trabalho, poderia facilmente ser parte da fictícia rádio de world music WorldWide FM, do jogo Grand Theft Auto V. Ela conquista de imediato com seu riff de metais sampleando a Marcha Imperial de Guerra nas Estrelas - o próprio título já dá a dica da referência.

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"Rocambole" incorpora mais um gênero a esta cozinha: jazz, com toques de MPB. Dão tempero indispensável à faixa as vocalistas convidadas do Caffeine Trio. "Musichat" reforça a sagacidade do grupo com uma letra escrita em "internetês", mesmo que isso não fique claro para quem só escuta - daí a importância de se apreciar o encarte.

O lado zoeira da banda chega ao apogeu em "4:20". Sim, a faixa tem esse título. Sim, ela dura exatos quatro minutos e vinte segundos. Sim, ela consiste unicamente no som de algo queimando. Não, eu não preciso falar mais nada.

Homônimo se encerra com o punk rock cru e satírico de "Eu Queria Fazer Uma Música pra Vender, mas, PQP! Eu Não Consigo". Completam a lista de faixas do álbum as leves "Trânsito" e "Correria" e a lenta balada "By Heart and Soul".

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O Somba é um grupo que nunca se levou muito a sério, o que não quer dizer que não trabalham com profissionalismo. É uma riqueza musical que, por sua diversidade, pode coletar fãs das mais diversas tribos, e isso faz deles um medalhão valioso na música mineira atual.

Arrisco dizer que Homônimo merecia até ter ganho uma indicação ao Grammy Latino. Trata-se de um conjunto com um grande leque de influências, música dosada com humor leve e saudável e, é claro, a indispensável brasilidade. Quer mais alguma coisa?

Abaixo, uma performance ao vivo de "Kem Soul":

Assistir vídeo no YouTube

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Track-list:
1. "Kem Soul"
2. "The Ox"
3. "Carne Fraca"
4. "Trânsito"
5. "Real One"
6. "Vem Pro Meu Lado Negro, Nega!"
7. "By Heart and Soul"
8. "Rocambole"
9. "Musichat"
10. "Carreira"
11. "4:20"
12. "Light Your Fire"
13. "Eu Queria Fazer Uma Música pra Vender, mas, PQP! Eu Não Consigo"


Outras resenhas de Homônimo - Somba

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Sobre Victor de Andrade Lopes

Victor de Andrade Lopes é jornalista (Mtb 77507/SP) formado pela PUC-SP com extensões em Introdução à História da Música e Arte Como Interpretação do Brasil, ambas pela FESPSP, e estudante de Sistemas para Internet na FATEC de Carapicuíba, onde mora. É também membro do Grupo de Usuários Wikimedia no Brasil e responsável pelo blog Sinfonia de Ideias. Apaixonado por livros, ciências, cultura pop, games, viagens, ufologia, e, é claro, música: rock, metal, pop, dance, folk, erudito e todos os derivados e misturas. Toca piano e teclado nas horas livres.
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