Krisiun: CD é o maior álbum de metal já feito por brasileiros
Resenha - Forged In Fury - Krisiun
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 03 de agosto de 2015
O maior nome do Death Metal nacional – quiçá mundial – o KRISIUN lança essa semana seu mais recente álbum de estúdio, ‘Forged In Fury’, através do selo Century Media.
Tão logo se ouve a primeira faixa do álbum – ou a qualquer uma delas, caso você esteja ouvindo ao trabalho em modo aleatório – uma impressão já se estabelece: nunca, nenhuma outra banda brasileira de qualquer gênero, contou com uma produção que desse tanta atenção e esmero à qualidade do áudio.
Verdade seja dita, a banda não poderia ter escolhido melhor produtor para ‘Forged In Fury’ do que ERIK RUTAN, que já havia trabalhado com o grupo quase 20 anos atrás, no CD que foi o grande breakthrough internacional dos gaúchos, ‘Conquerors of Armaggedon’, gravado em 1999 e lançado em 2000. Rutan teve passagens por uma das grandes influências do trio, o MORBID ANGEL, e com certeza sabe extrair toda a musicalidade que os irmãos Kolesne nem sempre têm a oportunidade de exibir.
‘Forged In Fury’ tem uma mixagem que beira a perfeição [creditada também a Rutan] e que faz exatamente o que a mixagem de um disco de Death Metal [gênero que exige demais dessa etapa do processo da fonografia, uma vez que aliar coesão no som ao mesmo tempo em que se detalha a individualidade de cada instrumento é de uma alquimia complicada] deveria fazer: sintetizar todo o punch e a raiva das composições e performances com amplitude e profundidade, contudo sem podar as nuances, detalhes e timbres das trilhas isoladas.
Os vocais de ALEX CAMARGO nunca estiveram tão bem condensados em um master final como o de ‘Forged Fury’, e justiça seja feita, sua dicção e pronúncia em inglês tampouco. O baixista e vocalista da banda atinge aqui seu melhor momento, e é ele a maior surpresa do álbum.
Outra surpresa é a bateria do contumaz triturador de tímpanos MAX KOLESNE, que já não tinha mais nada a provar para ninguém, mas que aqui se revela um músico bem mais variado, e isso não fica evidente apenas no cover para ‘Electric Funeral’ do BLACK SABBATH, mas também a cada faixa. Chovendo no molhado, a mixagem do som da bateria merece um documentário em vídeo à parte com um tutorial conduzido por Rutan – o resultado é impressionantemente ‘limpo’, no melhor sentido possível do adjetivo.
O guitarrista MOYSES KOLESNE segue como um dos 5 maiores guitarristas de Death Metal na cena mundial e está completamente sozinho no que faz quando se fala da cena nacional. Com influências tão ricas como sua performance [os licks em ‘Forged In Fury’ são sua contribuição para que esse CD finque a banda em patamar superior], o axeman mostra porque é que o Krisiun, desde muito cedo em sua trajetória, optou em ser um trio e não um quarteto: seria redundante ter outro guitarrista com Moyses a bordo.
Individualidades à parte, tal como o LED ZEPPELIN, o Krisiun é a força derivada da integração de três músicos que estão em regime de total concentração desde que nasceram, e não há muitas bandas na indústria musical sobre as quais se possa dizer o mesmo. É esse nexo artístico que alicerça a ‘Forged In Fury’, um disco que pode vir a ser a obra pela qual o trio será lembrado no futuro, assim como lembra-se do mesmo Led Zeppelin pelo ‘Volume IV’ ou do METALLICA pelo ‘Black Album’.
Atenção Century Media! Isso aqui merece um Hi-Res 24/96!
Outras resenhas de Forged In Fury - Krisiun
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps