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David Coverdale: O magnífico "Into The Light"

Resenha - Into The Light - David Coverdale

Por Ronaldo Celoto
Postado em 27 de dezembro de 2013

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Sempre haverá motivos para sorrir. Sempre haverá luzes em meio à escuridão. A alegoria da caverna, constituída por PLATÃO no "Livro VII" de sua obra "A República", traz uma metáfora que deve ser aplicada a DAVID COVERDALE e o que ele enfrentou nos anos 90, tendo lançado apenas dois discos com o WHITESNAKE, para depois renascer maravilhosamente "a partir da luz".

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I - Introdução

Mas, vamos a um pouco deste texto: - "Imaginemos todos os muros bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade. Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza".

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É exatamente com esta sensação de não pertencer aquele momento, e, sentir-se esmagado por toda uma "onda" grunge e pós-grunge que perdurou por quase uma década, que DAVID COVERDALE uniu forças para sair da escuridão e retomar-se como músico, e, em seguida, reconstruir o WHITESNAKE de forma maravilhosa com os futuros trabalhos. Mas isto é assunto para outras resenhas, pois agora, temos em mãos, justamente um álbum cujo título também faz menção a esta "volta para a luz": "Into The Light" (2000).

II – Luzes na Ribalta

DAVID COVERDALE não precisa ser bajulado por ninguém para que ele mesmo saiba que é uma das mais belas vozes. Não tem o alcance lírico dos vocalistas do chamado "metal melódico", mas tem uma alma, um coração e uma voz madura, que o colocam na condição de frontman que transborda realeza, elegância, como se fosse um LANCELOT que, em vez de lutar para defender o Rei, canta para defender o blues com toda alma, dentro do rock.

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A primeira faixa nasce para dar nome ao disco. "Into The Light" traz premissas sonoras em pouco mais de um minuto de duração que remetem à sutilezas iniciais trazidas pelo LED ZEPPELIN em sua fase mais mística (com direito a guitarra tocada pelo próprio COVERDALE e teclados sussurrantes trazidos por DEREK HILLAND), para, em seguida, oferecer um petardo em forma de canção. E é justamente isto que ocorre com "River Song", uma canção com requintes de PLANT/PAGE, mas muito superior a tudo que o LEZ ZEPPELIN fez desde o aclamado álbum homônimo. COVERDALE trouxe um lirismo tão formoso nesta ode às sutilezas e às soturnidades das lendas e fábulas urbanas, que poucas vezes uma canção desceu tão suavemente "soul" em nossos ouvidos e nossa alma. A começar pelo dedilhar de um riff inicial com um requinte bluesy maravilhoso, para depois mergulhar na sua grande influência de épocas do WHITESNAKE setentista, revivendo com o órgão cortante de MIKE FINNIGAN, o saudosismo do inesquecível JOHN LORD. Uma canção que costumamos chamar de "sonzeira", que pega carona no efeito sempre fantástico de músicas como "Blind Man", "Ain’t No Love In The Heart Of The City", e, tantos outros épicos do WHITESNAKE, que dura mais de 7 minutos e traduz de forma impactante aquilo que esperávamos há anos: o reviver através da luz, a saída de uma escuridão plantada pela febre grunge sobre uma década que ficou quase perdida, e, onde COVERDALE e WHITESNAKE quase nada lançaram. E de repente, ele chega, sem pedir licença, e diz: eu ainda sou um cantor de blues, minha banda ainda toca rock, e, não importa o gênero que esteja na moda, eu vou fazer o que sempre gostei. Eu não preciso de apresentações: eu sou DAVID COVERDALE!!!

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E então a rítmica e um tanto ‘southern’ faixa intitulada "She Give Me" pede passagem, com um poder inicial semiacústico muito bem oferecido, dando a impressão de que estamos a misturar "Gallow’s Pole" (LED ZEPPELIN) com o poder de "Slow and Easy" (WHITESNAKE), por exemplo. Uma canção despretensiosa e que, por isto mesmo, é ótima. Os efeitos lisérgicos da guitarra ficam por conta do sempre ótimo REEVES GABRELS, conhecido por ser o guitarrista "oficial" de DAVID BOWIE. O fato é que a música tem uma sensualidade própria, daquelas em que os casais apaixonados imaginam-se entrecruzando beijos, abraços e desejos em ritmo alucinante. É uma boa música, sem excessos, e, que cumpre bem o seu papel dentro do álbum.

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"Don’t You Cry" (uma das mais lindas do disco) é uma balada que traz uma interpretação maravilhosa de COVERDALE e uma letra totalmente inspirada, uma mensagem positiva de renovação e autoestima para que jamais se perca as esperanças, pois sempre haverá motivos para sorrir e prosseguir na estrada da vida.

"Se o sol se recusa a brilhar...E você está cansada da tentar...Quando não conseguir mais conter as lagrimas...Eu estarei aí... (...)...Se você sentir o amor esfriando...Quando o frio alcança sua alma e coração...Se você precisar de uma mão para segurar...Pense em mim...(...)... Então não chore...Enxugue as lágrimas em seus olhos...Esqueça todo e qualquer adeus...Oh, baby, não chore", diz o fiel cavaleiro (COVERDALE), enquanto a melodia perfeita construída pelos teclados de JOHN X. VOLAITIS, a guitarra de DYLAN VAUGHAN, o baixo de TONY FRANKLIN, o pandeiro de BJORN THORSUD e os backing vocais harmonizam-se todos com a bateria de DENNY CARMASSI, transformando-a numa linda e suave sinfonia.

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Neste instante, fica difícil alguém imaginar que, entre a pureza de um céu azul que conforta, e, diante das nuvens que trazem sombra a um coração cansado, de repente, o fiel cavaleiro arriscaria, após pedir à princesa amada para não chorar, dizer que o amor é cego. Mas, COVERDALE gosta de se arriscar, e, uma vez mais, acerta, com a também bela "Love Is Blind", com pitadas do bom e consagrado blues sentimental, que, bem sabemos, poucos no mundo sabem cantar e compor dentro deste estilo como DAVID COVERDALE. Esta é uma das canções que foi escolhida como música de trabalho, e, mostra um COVERDALE muito honesto, cru, regado a violões e belíssimos arranjos de cordas de JAMES SITTERLY e RUY FOLGUERA. Linda, linda canção.

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"Slave" dá sequência ao clima deliciosamente "blues". Alguém aí se lembra de "Help Me Thro The Day" (1979)? Pois, estamos a falar de uma canção com esta pegada inicial, o que não a diminui em hipótese alguma, ao contrário. E de repente, ela ganha a força de um rock pulsante com as tradicionais batidas do WHITESNAKE e os falsetes cortantes de um COVERDALE a proclamar: "Se por acaso quiseres que eu te cubra de rosas...eu irei querer ser teu escravo novamente...Eu quero ser teu escravo novamente". É o blues do homem cansado de aventuras, que senta defronte à porta de sua antiga paixão e se declama: "E cá estou eu esperando para ver você, baby...empilhando rosas em frente à porta da tua casa". É o amor que não vergonha de dizer: "eu quero voltar". No mais, a música tem um belíssimo trabalho de guitarras e bateria, impactante!!! Com sabor de "quero mais"!!!

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E "Slave" foi apenas o necessário primeiro aperitivo para que então, o bom e velho rock’n’roll se elevasse feito uma deriva de continentes, separando o lado mais "blue" do disco, e, permitindo-se chegar sem pedir licença, com a deliciosa "Cry For Love", com deliciosos refrões e riffs carregados do melhor southern e boogie. É a canção extremamente WHITESNAKE, nos bons tempos de "Long Way From Home" (1979) entre tantas outras , e, também permitem ao ouvinte passear, imaginariamente, dentro de um clipe do Z. Z. TOP, pois ela também é sexy, vibrante, harmoniosa como as belas curvas de uma belíssima mulher. Digam o que quiserem, COVERDALE acertou em cheio nesta música, em parceria com EARL SLICK e DOUG BOSSI!!! E, para melhorar, ele permitiu-se tocar guitarra nesta canção, e, chamou para acompanha-lo ninguém menos que JIMMY Z, no trabalho de harmônica. Grande momento!!!

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E, por falar em amor (já que a palavra "love" está presente em todo o disco), chegamos à muito linda "Living On Love", com uma voz que retesa qualquer ouvinte feminina, com um COVERDALE inspirado, a parecer um menino de 18 anos, com a alma de um cavaleiro de 60 anos, a serviço de sua majestade, o blues. Suntuoso trabalho de ‘slide guitar’ para uma canção semiacústica esplêndida em toda a sua forma, que, na metade, ganha requintes de uma bateria pulsante à lá JOHN BONHAN, e, sendo introduzida por um maravilhoso solo de EARL SLICK e DOUG BOSSI. Não há como ficar inerte à tamanha musicalidade e, melhor, tamanha felicidade, como ouvinte, de ver COVERDALE renascer, feito fênix, na cinza do novo século, de forma ímpar. E lá se vão mais quase sete minutos de um épico.

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Mas, já é hora de brindar à meia noite. E, nada melhor do que uma canção "blue" com requintes românticos, chamada de "Midnight Blue", acompanhada do piano de MIKE FINNIGAN, e, as palavras de COVERDALE a dizer, como que nos ouvidos da pessoa amada:

"Dentro da fria luz do amanhecer,
Eu assisto o sol nascer lentamente
Eu fecho meus olhos e vejo você lá
E o silêncio tira o meu fôlego
Eu não posso esperar mais outro dia para vê-la
E, pela tarde, quando o Sol se põe
Eu tento alcançá-la, mas você não está por perto,
Você preenche de cores o meu mundo
Minha meia-noite azul
Então, o que um homem como eu pode fazer
Com todo o amor que eu sinto por você?
Venha e faça a minha meia-noite azul
Aqui estou eu, esperando por você,
Quando eu estava abatido e sozinho
Você incandesceu sobre mim".

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Boa canção, bom refrão, rock simples e direto, no mesmo estilo de "All In The Name Of Love", do bom álbum "Resstless Heart", de 1997.

Para não perder o bom ritmo pelo qual o disco está a ser conduzido até agora, COVERDALE trouxe uma canção já testada no ano de 1997 no disco supracitado: a sempre boa aposta chamada "Too Many Tears", composta por ele em parceria com ADRIAN VANDENBERG. Não é preciso dizer muito sobre ela, a não ser o fato de ter recebido alguns adicionais de teclado e ganhado, na releitura, uma intimidade mais acústica nesta versão (e por isto eu pessoalmente gostei muito mais), mas é uma música que tem em si o lirismo e a sonoridade suave e marcante de "Is This Love", guardadas as proporções comparativas entre uma e outra, obviamente. É uma canção que fala por si, pois é realmente, belíssima.

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Chegamos à penúltima música, chamada "Don’t Lie To Me", de novo um rock’n’roll pulsante, ao estilo do WHITESNAKE setentista, com COVERDALE a utilizar falsetes e a contar com o apoio de JOHN X. VOLAITIS nos vocais duplos. Para quem (como eu) aprecia músicas como "Standing In The Shadow" (1984) ou "Bloody Luxury" (1979), temos aqui um pouco desta vertente "rocker" de COVERDALE. E o riff é muito bom, diga-se de passagem. Bela parceria de COVERDALE com EARL SLICK.

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E o final, mais do que apropriado, chega feito um aconchego. Com o doce sussurrar angelical da voz de LINDA ROWBERRY, antes da entrada de COVERDALE de forma limpa e utilizando mais o tom grave, temos "Wherever I May Go", uma linda composição acústica, com letra inspirada, daquelas que conquistam qualquer ouvinte. Vamos a um pouco da inspiração:

"Você significa o mundo para mim,
Mais do que eu consigo expressar
E quando eu olho para você
Eu perco todo o meu fôlego
Eu olho em teus olhos
E vejo todo o amor por mim
Mais uma vez eu percebo
Não há nenhum outro lugar
Em que eu deseje estar
E quando minha vida acabar
Quanto meu tempo se esgotar
Eu ainda estarei te amando
Você é tudo o que eu quero
Tudo que eu preciso
E quando eu olho pra você
É fácil ter fé
Não importa o que você diga
Não importa o que você faça
Aonde quer que você vá
Meu coração estará com você".

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Além de tratar-se de uma canção que serve como hino a muitos casais apaixonados (e certamente será tema de casamento para tantos outros), o dueto vocal de COVERDALE e LINDA, e, o trabalho de harpa de JOHN X. VOLAITIS e de guitarra espanhola de MARCO MENDOZA (que também contribuiu em todo o disco com belos backing vocais, ao lado dos guitarristas mencionados) dão um tom lírico medieval, e, ao mesmo tempo, moderno. É uma música para fazer sonhar, e, também, para inspirar alguém que encontra-se numa situação de declarar-se ou não ao seu amor, poder respirar e finalmente dizer tudo o que sente.

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Um disco preciso, lírico, blues, rocker, inspirado e carregado de refrões, melodias e fusões no tempo certo. É "Sir" COVERDALE a subir novamente, a escada para o altar dos grandes cavaleiros da música. E, para quem quiser adquirir a edição com bônus, ainda terá a chance de ouvir mais três canções, entre as quais, a também acústica e muito bonita "All The Time In The World", mais um magnífico momento romântico e puramente inspirado para todos os corações que buscam, no silêncio, músicas que respondam ao que estão a sentir.

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No mais, vale mencionar o time de músicos que participou do álbum. Vejam a lista:

DAVID COVERDALE – vocal; guitarrra em "Into the Light" e "Cry for Love";
DOUG BOSSI – guitarra, backing vocais;
EARL SLICK – guitarra;
MARCO MENDOZA - baixo, backing vocais e guitarra espanhola em "Wherever You May Go";
DENNY CARMASSI – bateria;
DEREK HILLAND - teclados em "Into the Light", "Living on Love";
MIKE FINNIGAN – órgão & piano;
JOHN X. VOLAITIS – teclados e percussão em "She Give Me", teclados & vocais em "Don't You Cry" & "Don't Lie to Me", teclados em "Too Many Tears", harpa em "Wherever You May Go";
REEVES GABRELS – guitarra solo em "She Give Me";
DYLAN VAUGHAN - guitarra em "Don't You Cry";
TONY FRANKLIN – baixo em "Don't You Cry";
BJORN THORSUD - pandeiro em "Don't You Cry";
JAMES SITTERLY - cordas "Love Is Blind";
RUY FOLGUERA – arranjo de cordas em "Love Is Blind";
JIMMY Z - harmonica em "Cry for Love";
LINDA ROWBERRY – dueto de vozes em "Wherever You May Go".

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III – Conclusão: O Amor é "Blue"...e o Rock é "Soul"

E assim finalizamos, com as devidas honras, este magnífico trabalho solo de uma das maiores almas vivas do rock. Inspirador de muitas vozes, e, também inspirado por vozes do passado, DAVID COVERDALE testa-se ano após ano, como se pudesse permitir-se morder a maçã de tudo que é contra a sua essência, para, em meio a qualquer época, poder afirmar, com propriedade, que o amor por ele cantado é e será sempre mesclado ao "blues" e ao romantismo dos icônicos tempos, e, para ele, cantar e compor rock, é ter, antes de tudo, "alma".

Pudera...para quem nunca teve medo do escuro, COVERDALE precisava (e conseguiu) entrar no século XXI com uma luz e uma energia para além de qualquer escuridão que pudesse ameaça-lo. Foi o seu melhor trabalho, certamente, antes de retomar o WHITESNAKE e brindar a todos com pérolas como "Good To Be Bad" e "Forevermore". Mas isto é assunto para novas e novas resenhas...e novas e novas aventuras musicais ao som de uma das mais belas vozes que já existiu no Planeta Terra.

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Sobre Ronaldo Celoto

Natural do Estado de São Paulo, é escritor, professor, poeta e consultor em direito, política e gestão pública. Bacharel em Direito, com Mestrado em Ciência Política, atualmente cursa Doutorado em Direito, Justiça e Cidadania pela Universidade de Coimbra. Além destas atividades, dedica diariamente parte de seu tempo à pesquisa e produção de artigos científicos, contos, romances, matérias jornalísticas, biografias e resenhas. Seus interesses pessoais são: cinema, política, jornalismo, literatura, sociologia das resistências, ética, direitos humanos e música.
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