Seventh Seal: Disco classudo e candidato a um dos melhores do ano
Resenha - Mechanical Souls - Seventh Seal
Por Durr Campos
Postado em 27 de outubro de 2013
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Após os elogiados "Premonition" (2001) e Days of Insanity (2007), eis que finalmente a banda SEVENTH SEAL solta no mercado "Mechanical Souls", sua mais nova investida em estúdio. Marcando a estreia de Leandro Caçoilo (Soulspell, ex-Eterna) nos vocais a bolachinha, lançada nacionalmente pela Shinigami Records, contou com a produção do guitarrista Thiago Oliveira, além da mixagem e masterização certeiras de Brendan Duffey e Adriano Dagga no Studio Norcal em São Paulo capital.
Além da belíssima capa, obra dos artistas Giovanny Gava e Daniel Gava, "Mechanical Souls" traz o melhor som dentre os discos e um conceito inspirado no filme "Blade Runner: O Caçador de Andróides" e, por consequência, no livro "Do Androids Dream of Electric Sheep?" do brilhante Philip K Dick, o qual deu origem ao supracitado filme. Atualíssimo, ambos – livro e filme – versam sobre o controle populacional por parte de grandes empresas, bem como acerca de um mundo devastado pela sujeira, violência e paranoia coletiva. Ou seja, prato cheio se estiver nas mãos certas. Pois está!
O Seventh Seal não só criou letras sensacionais como as musicou de forma muito inspirada. O início com a cativante "Beyond the Sun" prova isso. Quem vem acompanhando as novidades do grupo já a conhecem, pois trata-se do primeiro single do trabalho. O instrumental é complexo, mas sem abrir mão do peso. Os vocais de Caçoilo, nítido apreciador da escola Ronnie James Dio, abrilhanta a faixa e abre alas para "Back to the Game", que se não é melhor que a que a antecede, chega bem perto. Fico a imaginar esta ao vivo devido o ‘punch’ e bom gosto nos solos de guitarra. Coisa fina.
A veloz "Souless Reality" é outra que não abre mão do peso. A rifferama de Tiago Claro e Thiago Oliveira combinou perfeitamente com as harmonias vocais, aqui mais agressivas do que estamos acostumados quando escutamos os outros trabalhos de Caçoilo. Grata surpresa e ótima para nos preparar a um momento mais, digamos, introspectivo no disco. Falo de "Sleepless", uma linda canção influenciada pelo hard rock dos anos 90 – eu diria que temos ali algo entre Harem Scarem e Bad Habit – mas com toques de rock progressivo. Conseguiu situar-se na coisa? E se eu disser que há até influência flamenca e orquestração? Pronto, temos nela uma das mais bem acabadas de todo o track-listing em "Mechanical Souls". Confesso tê-la colocado no repeat. Talvez por conta disso eu não tenha me empolgado tanto com "Imprint Memories", mas não pense que ela está aquém das demais, apenas com a ingrata função de suceder uma candidata a clássico.
Daí vem a que batiza o álbum e o nível vai às alturas, em especial pelo esmero nas guitarras. Os duetos são impecáveis, mas a cozinha está lá, gerando um peso fora do comum. Os "culpados" por isso, isto é, Roberto Moratti e Victorio Prospero, baterista e baixista, respectivamente, não só nessa fizeram seu dever de casa. A dupla está impossível em todo o "Mechanical Souls". Tive a oportunidade de vê-los ao vivo abrindo para o ORPHANED LAND no final de maio deste ano e tive a certeza que dali viria coisa boa. Naquela feita estava menos familiarizado com a proposta dos caras, até porque fazia seis anos desde que ouvi algo deles, mas depois comecei a acompanhar os studio reports que soltaram na Internet e notei que haveria algumas mudanças consideráveis, mas para melhor. Em tempo, relembrem aquela noite no Hangar 110 clicando no link abaixo.
Uma das minha favoritas, no entanto, é "Virtual Ego". Eu diria que esta sintetiza o que o Forbidden, por exemplo, tentou fazer em seu derradeiro lançamento, "Omega Wave" (2010) e não obteve tanto êxito. Sou grande apreciador dos dois primeiros registros de estúdio do quinteto de São Francisco/Califórnia, não me leve a mal, porém precisei fazer esta pequena comparação para situar o caro leitor na situação que, pasmem!, ainda traz novamente algo de hard rock ao contexto. Pulei algumas, mas não poderia deixar de mencionar a que fecha a conta e passa régua: "Dark Chant". Olha, se até aqui não houve interesse de sua parte em ouvir "Mechanical Souls", seja por não curtir o estilo ou pela ligação de Leandro Caçoilo com o white metal – para ficarmos nos mais, talvez, óbvios motivos em se tratando de rejeição, rogo a quem esteja lendo estas linhas que comecem por esta. Há algumas bandas de black metal que não conseguem tamanha "perversidade" como aqui. Parece exagero? Pois escute e retorne para comentarmos. Disco classudo e candidato a um dos melhores do ano!
Seventh Seal - Mechanical Souls
Shinigami Records – 2013 - Brasil
Line-up
Leandro Caçoilo - vocais
Tiago Claro - guitarra
Thiago Oliveira - guitarra
Victorio Prospero – baixo
Roberto Moratti - bateria
Sites relacionados
http://www.facebook.com/seventhsealofficial
https://myspace.com/seventhsealofficial
Outras resenhas de Mechanical Souls - Seventh Seal
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Megadeth anuncia mais datas da turnê de despedida
Os cinco maiores guitarristas de todos os tempos para Neil Young
"Fade to Black" causou revolta na comunidade do metal, segundo Lars Ulrich
"Estou muito feliz pela banda e por tudo que conquistamos", afirma Fabio Lione
Bruno Sutter aposta alto e aluga o Carioca Club para celebrar 50 anos de Iron Maiden em São Paulo
A música inspirada em Soundgarden que virou um hit do Metallica - não é "Enter Sandman"
A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
Os dois guitarristas que são melhores que Ritchie Blackmore, de acordo com Glenn Hughes
A melhor banda ao vivo de todos os tempos, segundo o lendário Joey Ramone
Sweden Rock Festival anuncia line-up com Iron Maiden e Volbeat entre os headliners
A banda que enche estádios, mas para Roger Waters seus shows são "uma piada"
Vocalista original diz que não voltará ao Arch Enemy; "O mistério continua"
"Fui assistir a um show do Angra e aquilo me motivou a montar uma banda", diz Aquiles Priester
Fernanda Lira desabafa sobre ódio online e autenticidade: "não sou essa pessoa horrível"
Kiko Loureiro diz o que o levou a aceitar convite para reunião do Angra no Bangers Open Air
Beatles: Quais as pessoas e objetos da capa do Sgt. Peppers?
Geezer Butler aponta o motivo e o momento em que o Black Sabbath começou a dar errado
A banda dos anos 1990 que Kerry King, do Slayer, não gosta nem um pouco
"Ascension" mantém Paradise Lost como a maior e mais relevante banda de gothic/doom metal
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva



