Tristania: um metal cheio de pitadas industriais e alternativas
Resenha - Darkest White - Tristania
Por Carlos Cesare
Postado em 20 de junho de 2013
Nota: 5 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Desde a saída de Morten Veland, o TRISTANIA demonstrou que não conseguiu ainda definir uma sonoridade. Não que o antigo vocalista e guitarrista fosse peça fundamental para a qualidade da banda, tanto que após sua saída foram lançados dois álbuns fantásticos. A questão é que após o Beyond the Veil, a banda parece não ter encontrado (ou redefinido) sua identidade, e isso parece ter evoluído para um problema maior, que é a falta de qualidade de sua sonoridade, evidente nos seus últimos trabalhos. World of Glass, que misturava os elementos sinfônicos dos álbuns anteriores a um metal cheio de pitadas industriais e alternativas, é um ótimo álbum, assim como Ashes, que representou uma mudança abrupta no som da banda ao abandonar os elementos sinfônicos em favor de passagens mais cruas e progressivas.
Foi em Illumination que tudo começou a desandar, com uma sonoridade mais simples e forçosamente pop e em Rubicon (já sem a veterana vocalista Vibeke Stene), que mesmo contando com ótimos vocalistas e músicos, fracassou em registrar qualidade e a outrora banda inovadora e inspirada, com exageros inacreditáveis das linhas vocais e músicas repetitivas. Em seu novo álbum, Darkest White, a banda dá uma polida na sonoridade apresentada no álbum anterior, com um pouco mais de peso e vocais mais encontrados, inclusive por Mary que está bem menos forçada aqui. Porém, apesar de o resultado ser melhor (ou menos pior, dependendo do ponto de vista) que em Rubicon, a banda acaba soando um genérico do próprio gênero que ajudou a construir e engrandecer.
Number inicia o trabalho com muito peso, dominada pelos guturais de Anders, em proporção que não se ouvia da banda desde o Ashes. Os vocais de Mary Demurtas também estão presentes aqui, com boas linhas vocais. Darkest White vem em seguida, fazendo com que a presença de Kjetil faça a música ser muito semelhante a diversas músicas de sua antiga banda, TRAIL OF TEARS. Himmelfall conta com ótimas linhas vocais de Kjetil e Demurtas, apesar dos riffs idênticos e sem sal que permeiam a canção inteira. O clima cansativo desta faixa só é quebrado pela breve aparição de cordas no meio da mesma. Mas nesta terceira faixa você já identifica o grande problema do álbum: se em Rubicon as linhas vocais eram um dos principais pontos fracos, neste álbum é a sonoridade que utiliza o peso de forma extremamente repetitiva e genérica. Apesar disso Requiem, a quarta faixa, é levada de forma competente por Demurtas, agradando em se diferenciar da pegada pesada das canções anteriores e por contar com a melhor interpretação da vocalista desde que entrou no Tristania.
Diagnosis nos traz de volta ao peso e seu instrumental parece uma reciclagem de Mercyside, do álbum Illumination. Cansativa e pouco inspirada, apesar de Mercyside ser uma excelente música. Scarling é um pouco mais melódica, em um momento em que os guitarristas Anders e Gyri não se limitam a desferir riffs repetitivos. Mary e Kjetil fazem o refrão dessa música ser um dos melhores momentos do álbum. A curta Night on Earth retorna com os guturais, com o mesmo andamento escutado há faixas atrás e tão genérica que o ouvinte provavelmente ficará perguntando: "- Será que já escutei isso em algum lugar?". A faixa seguinte, Cathedral, repete a mesma fórmula, com um refrão muito similar à faixa anterior. Lavender felizmente muda um pouco as coisas, um pouco cadenciada, com uma clara influência de rock alternativo e uma fantástica interpretação de Kjetil. Os teclados, outrora tão presentes no som da banda, pela primeira vez neste álbum contribuem com a atmosfera da canção. Em Cypher, por mais incrível que pareça, é que há o primeiro momento em que o peso é utilizado de forma completamente satisfatória, remetendo às ótimas linhas compostas em Ashes. O início quebrado e os vocais de Kjetil que acompanham o crescimento do andamento desta faixa envolvem o espectador. Encerrando o álbum, temos Arteries, faixa bem pesada e com vocais apoteóticos, mas que não inova no andamento.
O Tristania definitivamente já foi uma banda criativa. Hoje em dia, nem a sombra de sua inventividade resta. Se em Rubicon o sentimento de mesmice já era presente, em Darkest White ele é elevado, já que é um trabalho que em nada difere do que já foi extremamente explorado por diversas bandas do gênero. Se o peso em Ashes era comedido, variado e conciso, aqui nós temos uma avalanche de riffs simplórios e linhas pouco inspiradas. Por mais que aqui hajam alguns bons momentos, como em Requiem e Scarling, o Tristania mais uma vez adiciona à sua discografia um trabalho fraco e pouco inspirado, além de extremamente genérico. Se você já escutou os últimos álbuns do TRAIL OF TEARS ou LACUNA COIL, pode ter certeza que já experimentou a essência do que Darkest White oferece.
Tracklist:
Number
Darkest White
Himmelfal
Requiem
Diagnosis
Scarling
Night on Earth
Cathedral
Lavender
Cypher
Arteries
Formação
Mary Demurtas (vocais)
Kjetil Nordhus (vocais)
Anders Hidle (guitarra e gutural)
Ole Vistnes (baixo e backing vocal)
Gyri Losnegaard (guitarra)
Tarald Lie (bateria)
Einar Moen (teclado)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
A banda australiana que não vendia nada no próprio país e no Brasil fez show para 12 mil fãs
Blackberry Smoke confirma quatro shows no Brasil em 2026
O recado curto e direto que Iron Maiden passou a Blaze Bayley quando o demitiu
O álbum que, para Geddy Lee, marcou o fim de uma era no Rush; "era esquisito demais"
E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
Moonspell celebrará 30 anos de "Wolfheart" com show especial no Brasil
Jane's Addiction anuncia que membros fizeram as pazes e comunica fim das atividades
Regis Tadeu coloca Deep Purple no grupo de boybands ao lado do Angra
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Regis Tadeu explica se reunião do Barão Vermelho terá tanto sucesso como a dos Titãs
Será que ele curtiu? O dia que Adrian Smith tocou na guitarra de Kirk Hammett
A crítica de fã a Bruno Sutter que foi tão embasada que ele aceitou e mudou postura
Titãs: o motivo pelo qual Arnaldo Antunes saiu da banda antes de "Titanomaquia"
Cinco formações que duraram pouco tempo, mas gravaram bons discos
Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



