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Pandemmy: Mais um passo significativo em "Dialectic"

Resenha - Pandemmy - Dialectic

Por Thiago Pimentel
Fonte: Hangover-Music
Postado em 27 de maio de 2012

O quinteto de thrash/death metal pernambucano Pandemmy não tira o pé do acelerador. Desde a fundação do grupo - em 2010 -, a banda mantém a boa média de um lançamento por ano e, em "Dialectic", os músicos arriscam mais um passo significativo em suas carreiras.

Se em "Idiocracy" (2011) a banda já mostrara uma evolução latente em relação ao lançamento anterior - a demo 'Self-Destruction', de 2010 -, neste EP o processo evolutivo do grupo fica ainda mais evidente. Deixo claro: a evolução predomina, principalmente, no aspecto mais importante para quem deseja ser músico, a composição.

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A audição do EP inicia-se com "Shatter the Soul" que, resumidamente, trata-se de uma introdução instrumental bem estruturada cuja base gira em torno dos riffs e linhas de baterias. Além disso, há a inserção de teclados que, em conjunto com alguns elementos melódicos, ajuda a transmitir uma carga grande de suspense, ou seja, uma composição sob medida para servir de introdução aos shows da banda. Boa forma de abrir o álbum e, principalmente, um excelente cartão de visitas para o novo baterista dos caras, Ricardo Lira.

Logo em seguida, vem uma já presente nos últimos setlists da banda, "Common is Different Than Normal'. A faixa trata-se de um death/thrash tradicional centrada no refrão. Os vocais de Rafael Gorga mostram-se mais eficientes e melhores gravados que em 'Idiocracy'; contudo, quem rouba a cena nessa faixa é o baixo de Augusto Ferrer... em determinado momento o músico encarna Joey DeMaio ('Manowar') e simplesmente 'debulha' um solo de baixo (palhetado) bem interessante. Pouco previsível, no mínimo. Enfim, uma boa música, porém normal. As maiores surpresas ainda estão por vir.

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Na terceira faixa ("Heralds of The Reckoning"), o nível de peso e agressividade eleva-se e com uma influência notória do melodic death metal europeu. Destacam-se as guitarras - de Pedro Valença e Diego Lacerda -, a performance vocal e, principalmente, o refrão que é bem grudento. Característica esta às vezes rara em grupos que utilizam vocalizações guturais. Apesar de boa, é uma pena que seja uma composição bem curta (não atinge nem os três minutos). Após essa 'paulada', o EP tem seu encerramento com duas das melhores e mais diferentes composições do 'Pandemmy', "The Age of Mammon" e "Entrapment".

A primeira citada chama a atenção pelos riffs de sua introdução, pois traz elementos neoclássicos a lá 'Malmsteen' (com o uso de nota pedal, sendo específico)... algo não muito comum no death metal. O teclado, realizando uma boa ambientação, novamente se faz presente. Mais uma vez, os riffs e os refrões destacam-se. Com essa composição, a banda arrisca elementos novos e apontam uma nova direção para o seu trabalho, pois essas características mais melódicas ainda são pouco praticado pelas bandas do metal extremo Brasil. Por fim, destaco o excelente solo de guitarra: bem melódico e cadenciado.

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Já a segunda ("Entrapment"), exibe características bem distintas, atípicas ao que se espera da sonoridade do "Pandemmy"; trata-se de um 'épico' refleto de riffs arrastados - próximos ao doom metal - , uso de violões e vocais em coros. Tudo isso desenvolve-se e, em seu final, apresenta o ápice com vocais limpos em harmonia. Definitivamente, um dos melhores momentos, até agora, do "Pandemmy".

Por fim, completa a obra a arte do designer paraíbano Adjair França que, nas palavras da banda, representa os conflitos relacionados as constantes mudanças e reflexões do ser humano relacionadas com as influências de elementos externos. Uma capa com um conceito bem interessante e que casa com a proposta musical do trabalho.

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Em suma, "Dialectic" apresenta um ótimo material de uma banda nova que já demonstra sinais de amadurecimento e, como já fora anunciado, também é uma prévia para o almejado debut - cujo lançamento está previsto para 2013. O lançamento oficial ocorreu durante a participação do quinteto na vigésima edição do 'Festival Abril Pro Rock', no Recife. Para quem gostou, vale a pena conferir, comprar e apoiar o trabalho dos caras.

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Formação:

Rafael Gorga - vocais
Pedro Valença - guitarra
Diego Larcerda - guitarra
Augusto Ferrer - baixo
Ricardo Lira - bateria

Tracklist:

01 - Shatter the Soul
02 - Common is Different than Normal
03 - Heralds of The Reckoning
04 - The Age of Mommon
05 - Entrapment (Death of All Kings)

Informações adicionais:

http://hangover-music.blogspot.com.br/2012/03/apresentando-pandemmy-download_20.html
http://www.pandemmy.blogspot.com

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Sobre Thiago Pimentel

Tenta, desde meados de 2010, escrever textos que abordem as vertentes da mais peculiar - em seu ponto de vista - manifestação artística do ser humano, a música. Para tal, criou o blog Hangover-Music e contribui no Whiplash.Net. Além disso, é estudante de jornalismo, guitarrista e acredita que se algum dia o Deus metal existira, ele morreu em 13/12/2001.
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