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Jethro Tull: Gerald Bostock ficou velho para o Rock & Roll

Resenha - Thick as a Brick 2 - Ian Anderson

Por Luiz Carlos Barata Cichetto
Postado em 02 de maio de 2012

Há quarenta anos, um dos maiores discos da história do Rock era lançado. Nessa época, Ian Anderson tinha vinte e poucos anos e um alter-ego de oito considerado um prodígio. O Rock era prodigio também, em 1972, um adolescente de menos de vinte anos. Agora tanto o Rock quanto Ian estão um tanto mais maduros, passaram dos cinquenta um, e sessenta o outro. Há quarenta anos, Little Milton, ou Gerald Bostock ou Ian Anderson ou o Jethro, falavam sobre a odisséia do ser humano, crescendo, envelhecendo, sobre o que seria a visão de uma criança sobre a velhice, a maturidade e a sabedoria.... Bla, bla,bla... Ah, então...

Bruce Dickinson

Antes de começar a escutar Thick as a Brick 2 sabia que não ia gostar... Ortodoxo? Possivelmente! Achando que era um golpe de Marketing? Provavelmente! Quando li a listagem das musicas, 17 em lugar de apenas um dividida em duas partes, a desconfiança aumentou. E, não, não era um disco do Jethro Tull. Era um disco de Ian Anderson... Mas, os discos do JT sempre foram de fato discos de Ian, dirão alguns... Sim, é fato, até certo ponto, sim. Mas o que estaria tramando o gnomo agnóstico escocês??? Na época da primeira encarnação de Little Milton, Ian ainda tinha longos cabelos, pouco dinheiro e uma usina criativa dentro da cabeça... Agora, os cabelos sumiram e sua conta bancária aumentou muito, tanto pelos milhões de discos vendidos, quanto como o maior produtor de salmão da Escócia...

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Mas, e como andaria a usina criativa??? Bostock não é mais um garoto, tem quase cinqüenta anos... Mas seria ainda um prodígio? Como estaria encarando ficar "velho demais para o Rock'n'Roll e jovem demais para morrer"? Seria isso, velho demais para ser prodígio? Jovem demais para ser sábio? Hein??? Os sábios ainda, depois de tanto tempo ainda não saberiam o que é ser "burro feito uma porta"? E os poetas, tão desacreditados e debilitados nos dias que correm, ainda ergueriam suas canetas feito espadas?

Em 1972, a odisséia de Bostock era noticia de jornal, e agora, quando o papel deu lugar aos bytes, o St.Cleve Chronicle virou o St. Cleve.com.. E a manchete é a pergunta que muitos de nós, que acompanhamos o crescimento, que vimos Little Milton se transformar em adulto, tínhamos em mente: "O que aconteceu com Gerald Bostock?" Estaria ele, feito aquele que o criou, milionário? Seria ainda um gênio? Poderia ainda criar outro épico perfeito?

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E enquanto apertava o "play" dando inicio a primeira audição de "Thick As a Brick 2" comecei a escrever. Não numa Olivetti Valentine como fizera com a letra da primeira encarnação, mas no computador. Estamos todos modernos, Gerald! Queria que as impressões e as emoções do disco penetrassem em mim conjuntamente, que fosse a primeira audição aquela que ensejasse meu texto. E a abertura era a uma repetição dos acordes finais do primeiro. Hummm, sei... Nada mal... Ah, mas é uma continuação... "Ah, deixa de ser ortodoxo... Chato, seu ranzinza". Os tempos mudaram. A flauta está li, em muitas das faixas, sim... A marca de Ian. O menestrel ainda está na galeria, sim. Ah, sim, "Mas não tem aquela coisa paranóica, vibrante, tensa...?" Não, não tem! "O que temos então?"

O que temos é um disco nostálgico, cheios de referências à música dos anos 70, com todos os elementos conhecidos e esperados: arranjos acústicos, baladas, rock básico, folk, a flauta mágica de Ian Anderson... Todos os elementos que fizeram a sopa deliciosa do progressivo, o caldo maravilhoso que nos nutriu a alma... Mas falta algo... Onde está o sal? Onde está a pimenta? Onde está o ácido??? Ácido na sopa?? Hein?

"Ah, deixe de levar as coisas tão a sério, estamos em 2012 e não em 1972", sei que dirão alguns. "Você é quem está velho... Para o Rock'n'Roll. Vai jogar dominó", dirão outros. Eu estou velho demais para morrer e jovem demais para o Rock'n'Roll... Sim, não que eu diga que Ian Anderson deveria ir pescar salmões, coisa que ele faz bem, mas Thick as A Brick 2 é, em minha opinião, a obra de quem sempre considerou Ian Anderson um dos maiores e mais criativos músicos da história do Rock, uma espécie de colcha de retalhos de tudo que o Tull fez, hora soando como "A", hora como "Stormwatch", outras como "Songs From The Wood" ou "Heavy Horses". E em alguns momentos até mesmo como o genial "Thick as a Brick"... Soa apenas como velhas canções do Jethro Tull recicladas. Mas, não, não tem a força, o carisma, e principalmente a criatividade do original. Um bom disco, apenas. E os sábios ainda continuam não sabendo o que é ser burro feito uma porta...

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E sendo bem cruel com Ian Anderson, mas verdadeiro comigo e fiel ao espírito santo do Rock: ainda bem que ele não lançou esse disco como sendo de Jethro Tull, mas como disco solo. Assim mantemos imaculada a imagem de uma das mais espetaculares e criativas bandas da história do Rock. Os tempos mudaram e parece que a coragem de criar coisas novas também. E comercialmente é muito mais palatável criar um disco divididinho em várias canções curtas e blá-bla-blá... Nada de correr riscos... "Seu pão e água esfriando, seu cabelo é curto e impecável". Little Milton deixou uma armadilha embutida dentro de sua primeira obra, que o próprio Ian não percebeu: "Eu os julgarei a todos e terei certeza de que ninguém me julgará / Você torce seus dedões dos pés de brincadeira enquanto sorri a todos / Você conhece os olhares fixos, não imagina que suas tarefas ainda não acabaram"

Bruce Dickinson

Agora, eu pergunto: Quem irá "cantar sobre os perdedores/ Que vivem na rua enquanto o último ônibus passa"??? Estamos em um mundo onde "As calçadas estão vazias, nas sarjetas escorre o vermelho / Enquanto os tolos brindam seu deus no céu?"...

E antes que aqueles de sempre falem, adianto: não, não é "pecado" ter dinheiro, não é errado enriquecer fazendo música ou criando salmões. O erro e o pecado não estão no dinheiro. Pecado é o comodismo e a falta de coragem, no fundo a mesma coisa, que o dinheiro traz.

01. From A Pebble Thrown
02. Pebbles (Instrumental)
03. Might-have-beens
04. Upper Sixth Loan Shark
05. Banker Bets, Banker Wins
06. Swing It Far
07. Adrift And Dumfounded
08. Old School Song
09. Wootton Basset Town
10. Power And Spirit
11. Give Till It Hurts
12. Cosy Corner
13. Shunt And Shuffle
14. A Change Of Horses
15. Confessional
16. Kismet In Suburbia
17. What-ifs, Maybes And Might-have-beens

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Lineup:

Ian Anderson – Vocal / Flauta / Violão
John O’Hara – Hammond / Piano / Teclado
David Goodier – Baixo
Florian Opahle – Guitarra
Scott Hammond – Bateria


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Sobre Luiz Carlos Barata Cichetto

Sou Barata, nascido Luiz Carlos, no dia do Anti-Natal, do ano da Graça do nascimento de Madonna, Michael Jackson, Bruce Dickinson, Cazuza e Tim Burton. Sou poeta, escritor, produtor e apresentador de Webradio, produtor de eventos e procuro pagar as contas trabalhando com criação de sites. Crescí escutando Beatles, Black Sabbath, Pink Floyd e Led Zeppelin. Participei da geração mimeógrafo nos anos 1970, mas quando chegaram os filhos, deixei de ser poeta e fui tentar ser homem, o que no entender de Bukowiski é bem mais difícil. Escrevo poemas desde que comecei a criar pêlos.... nas mãos. Trabalhei como office-boy, bancário, projetista de brinquedos e analista de qualidade. No final do século XX, acordei certo dia de sonhos intranquilos e, transformado em um ser kafkiano, criei um projeto cultural na Internet nos moldes dos antigos panfletos mimeográficos. Mesmo antes de meu processo de metamorfose, nunca deixei de cometer poemas, contos e crônicas. E embora tenha passado dos três dígitos o numero de textos escritos, nunca ganhei um prêmio literário. Fui apaixonado por Varda de Perdidos no Espaço, Janis Joplin, Grace Slick e Sonja Kristina; casei quatro vezes e tenho dois filhos, Raul e Ian. Atualmente sou também editor, costureiro e colador de livros, num projeto de editora artesanal.
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