Dragon's Cry: Temática medieval e competência instrumental
Resenha - Prophecies - Dragon's Cry
Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 11 de abril de 2012
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O metal melódico viveu o seu boom no início da década passada. As bandas novas que nasceram na onda do movimento pouco tinham a acrescentar ao cenário que saturou rapidamente. A prova do tempo foi essencial para que apenas os nomes mais fortes – e criativos – sobrevivessem à avalanche provocada pelo modismo de outrora. Com a maioria dos pré-requisitos necessários para permanecer entre os principais representantes do gênero aqui no Brasil, os catarinenses do DRAGON’S CRY iniciaram em 2007 a sua trajetória. O primeiro disco do grupo – intitulado "Prophecies" – é o primeiro passo de um conjunto que quer marcar o seu nome também entre os expoentes internacionais do estilo.
Embora com pouca experiência e ainda sem um line-up definitivo, Jadson Schlengmann (vocal), Felipe Zaneripe (guitarra e baixo), Jessé Alves (teclado) e Éder Medeiros (bateria) entraram em estúdio em 2011 para gravar o seu primeiro álbum. Com o título de "Prophecies", o debut do DRAGON’S CRY apresenta uma história de temática obviamente medieval e muita competência instrumental – apesar de não contar com o suporte de nenhuma gravadora. Em pouco menos de cinquenta minutos de música, o que prevalece aqui é a vontade do quarteto catarinense em aproveitar ao máximo um imenso conjunto de influências, que passeiam pelo power metal melódico e pelo rock progressivo com muita facilidade. O grupo conseguiu fugir da mesmice imposta por nomes como SONATA ARCTICA e RHAPSODY por dar ênfase a uma fórmula ampla e distante da simples rapidez rítmica e dos coros orquestrais repetitivos já batidos pelo tempo. O debut de Jadson & Cia. se destaca justamente por conseguir ser conciso e heterogêneo ao mesmo tempo.
As melodias típicas do power metal germânico contornam "The One" – a abertura definitiva do disco após a curta e introdutória "Sounds of Darkness". Embora o trabalho em estúdio devesse privilegiar uma sonoridade mais límpida e que marcasse claramente cada um dos instrumentos, os riffs executados por Felipe Zaneripe soam pesados na medida certa e toda a virtuose de Jessé Alves no teclado contorna de maneira extremamente positiva boa parte do repertório. O desempenho do conjunto na parte técnica, que tinha tudo para ficar abaixo da média, pode ser apontado como satisfatório por todo o cuidado empreendido na hora de mixar o material. As influências de nomes como KAMELOT e SYMPHONY X – além do DREAM THEATER sempre que o quarto catarinense investe em um metal verdadeiramente progressivo – confirmam toda a versatilidade de "Prophecies". Na sequência, a atmosfera grandiosa de "Judgment and Justice" dá muita margem para que a faixa desponte como o grande momento de todo o disco.
O primeiro registro do DRAGON’S CRY se mostra muito bem amarrado ao incluir músicas complexas como "King of Zion" e a espetacular (e instrumental) "Majestic New Age". Entretanto, a performance de Jadson Schlengmann é a única coisa capaz de comprometer o resultado final de "Prophecies". Embora seja dono de uma voz potente e extremamente adequada para atingir qualquer tom mais alto, o cantor foi prejudicado pelo trabalho apenas razoável feito em estúdio. A sua qualidade transparece de maneira clara na parte mais cadenciada de "A Voice in the Thunder". Porém, os riffs pesados abafam – e muito – toda a destreza técnica do cara e o torna aparentemente comum ao estilo. O problema é que assim faixas como "Tribes of Issa-El" – e principalmente "Desert" – soem cansativas (apesar de toda a complexidade instrumental).
A qualidade do DRAGON’S CRY se torna ainda mais evidente a partir do momento que a banda assina com a Frozen Empire para colocar "Prophecies" nas lojas da Noruega e com a S.A. Music para disponibilizar o disco também no mercado japonês. O cenário do metal melódico – outrora saturado – aos poucos mostra que ainda é capaz de revelar grupos distintos e dispostos a reverter a lógica da repetitividade e da fórmula já batida. Não há dúvidas de que o quarteto catarinense vai a passos largos pelo caminho certo. Porém, o próximo disco do conjunto necessita manter a mesma ousadia de "Prophecies" e com um cuidado ainda maior no quesito estúdio. O trabalho e a experiência provavelmente devem facilitar o DRAGON’S CRY a vencer a prova do tempo.
Site:
http://www.dragonscry.com
Track-list:
01. Sounds of a Prophecy
02. The One
03. Judgment and Justice
04. King of Zion
05. Majestic New Age
06. Just Like Us
07. A Voice in the Thunder
08. Desert
09. Tribes of Issa-El
10. Fates Traced
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
Fernanda Lira expõe comentários preconceituosos e recebe apoio de nomes do metal
Organização do Bangers Open Air promete novidades; "Vocês não perdem por esperar!"
Megadeth, Anthrax, Trivium e Evergrey apoiarão Iron Maiden em turnê pela Europa
A "melhor banda de rock'n'roll em disco", segundo Bono, do U2
Nick Holmes diz que há muito lixo no nu metal, mas elogia duas bandas do estilo
Nova música do Megadeth desbanca - temporariamente - Taylor Swift no iTunes dos EUA
Jinjer, In Flames e Killswitch Engage confirmados no Bangers Open Air, afirma jornalista
O subestimado guitarrista base considerado "um dos maiores de todos" por Dave Mustaine
Nicko McBrain compartilha lembranças do último show com o Iron Maiden, em São Paulo
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
As 5 melhores bandas de rock dos últimos 25 anos, segundo André Barcinski
A banda que ajudou o Metallica a não acabar após "St. Anger", segundo Lars Ulrich
A banda de forró que se fosse gringa seria considerada de rock, segundo produtora
As melhores de Ronnie James Dio escolhidas por cinco nomes do rock e metal
Os dois erros do "Sgt. Peppers" dos Beatles; "não faria sentido hoje", disse George Martin
Ozzy Osbourne revela sua banda favorita de Heavy Metal
A canção em que os Beatles sofreram para fazer os vocais, e sem Ringo não teriam conseguido
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
O disco que "furou a bolha" do heavy metal e vendeu dezenas de milhões de cópias



