Deny Bonfante: Obra coesa e muito técnica ao mesmo tempo
Resenha - Midnight Star - Deny Bonfante
Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 11 de fevereiro de 2012
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Embora pouco disseminada pelo país, a música instrumental vem aos poucos aumentando o seu número de adeptos. O guitarrista DENY BONFANTE, que construiu uma carreira sólida ao lado do PERPETUAL DREAMS, é mais um exemplo e o disco "Midnight Star" é o primeiro fruto do seu projeto paralelo dedicado às seis cordas. Com um repertório que passeia pelo rock e pelo metal com a mesma facilidade que absorve influências do blues e do jazz, o debut solo do músico catarinense tem tudo para figurar entre os melhores do gênero.
Por mais que DENY BONFANTE seja o principal destaque de Midnight Star, a banda que o acompanha, formada pelo tecladista Jan Findeiss (também integrante do PERPETUAL DREAMS) e pelos bateristas Julio Kuhlewein e Rike Frainer (que se revezam durante o repertório), molda o disco de maneira excepcional do início ao fim. Com isso, o primeiro álbum solo do artista catarinense – que assina todos os instrumentos de corda – não acaba se tornando apenas um grande emaranhado de solos de guitarra executados a toda velocidade. O que existe por trás de "Midnight Star" é um verdadeiro intuito coletivo no sentido de criar uma obra coesa e muito técnica ao mesmo tempo. O resultado final é mais do que satisfatório.
O groove que contorna boa parte de "Midnight Star" é provavelmente uma das grandes virtudes da obra. Com um toque bem típico do jazz e do blues, "The Alligator’s Jam" alia à eletricidade da guitarra o que de mais refinado os instrumentos de sopro (saxofone e trompete) podem oferecer. O resultado dessa mistura é uma faixa nada enjoativa e que evidencia todo o seu aspecto mais vibrante. O trabalho realizado de maneira impecável em estúdio é também uma das principais marcas do álbum e pode ser conferido na maneira límpida em que os espetaculares riffs de DENY BONFANTE soam em "Miss Misunderstood". A capacidade do guitarrista catarinense em casar ótimas bases a solos inspiradíssimos é outra característica do material – e em especial da faixa "Why" – outro ponto alto do repertório.
O sucesso da música instrumental – dentro do rock e do metal – depende praticamente de um único fator: o cuidado para não transformar todas as linhas de guitarra em uma sequência cansativa de acordes estridentes. O repertório de "Midnight Star", que bate na marca de quarenta minutos e não ultrapassa esse número, mostra o quanto que DENY BONFANTE é um guitarrista consciente e inteligente. O álbum até conta com faixas emotivas: "Sacred Palce" é a sua principal representante. Porém, com pouco mais de três minutos, até mesmo o que há de mais técnico não excede o limite do bom gosto. O mesmo pode ser dito a respeito de "The Wizard’s Ride", justamente a faixa que mais aproxima o trabalho de DENY BONFANTE ao gênero tipicamente melódico/veloz capitaneado por ninguém menos do que YNGWIE MALMSTEEN.
A interessante "At Sunrise" funciona de maneira perfeita como encerramento da obra. Com ótimas bases e certa influência da música atmosférica executada durante a década de oitenta, os sete minutos da música passam rápido e ainda mostram que DENY BONFANTE se sai bem também com o baixo. O solo de teclado assinado por Jean Findeiss – que é outra constante dentro da obra – deixa claro o entendimento que o guitarrista tem da música instrumental: a complexidade sonora deve privilegiar todos os instrumentos. Para muitos, "Mignight Star" pode até ser uma agradável surpresa. Entretanto, o disco na verdade comprova que todo o sucesso de DENY BONFANTE – com o PERPETUAL DREAMS ou agora em carreira solo – não é por acaso.
Site: www.denybonfante.com
Track-list:
01. The Alligator’s Jam
02. Miss Misunderstood
03. Magic Circle
04. Why
05. Sacred Place
06. Passion
07. The Wizard’s Ride
08. Escape in GM
09. At Sunrise
10. Miss Misunderstood (Video)
11. The Wizard’s Ride (Video)
12. Sacred Place (Video)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Nicko McBrain admite decepção com Iron Maiden por data do anúncio de Simon Dawson
As 5 melhores bandas de rock dos últimos 25 anos, segundo André Barcinski
Os três álbuns mais essenciais da história, segundo Dave Grohl
A opinião de Tobias Sammet sobre a proliferação de tributos a Andre Matos no Brasil
Não é "Stairway" o hino que define o "Led Zeppelin IV", segundo Robert Plant
O guitarrista consagrado que Robert Fripp disse ser banal e péssimo ao vivo
A única banda de rock progressivo que The Edge, do U2, diz que curtia
O guitarrista do rock nacional que é vidrado no Steve Howe: "Ele é medalha de ouro"
O guitarrista que Mick Jagger elogiou, e depois se arrependeu
As duas músicas que Robert Plant e Jimmy Page apontam como o auge do Led Zeppelin
A banda que Alice Cooper recomenda a todos os jovens músicos
O disco do Queensryche que foi muito marcante para Kiko Loureiro e para o Angra
O artista "tolo e estúpido" que Noel Gallagher disse que "merecia uns tapas"
Site aponta 3 desconhecidos supergrupos dos anos 1970 com membros famosos
Sebastian Bach e o maior arrependimento que lhe trouxe a amizade com Axl Rose
Renato Russo fazia questão de remunerar bem os músicos que acompanhavam o Legião Urbana
Rick Wakeman sobre Jon Lord: "Se aquilo não é progressivo, não sei o que é"
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
Os 50 anos de "Journey To The Centre of The Earth", de Rick Wakeman



