Dream Theater: Insosso, covarde e ganancioso, mas não ruim
Resenha - A Dramatic Turn of Events - Dream Theater
Por Thiago barcellos
Postado em 10 de outubro de 2011
Nota: 6
Muito se falou sobre Dream theater e Mike Portnoy ultimamente, desde a saída do baterista co-fundador da banda, passando pelo pseudo-reality show promovido pela banda na escolha do seu substituto até um suposto processo que Portnoy estaria movendo contra a banda. Mas eu aposto meus reais que a pergunta mais pertinente na cabeça de fãs hardcore, fãs eventuais (na qual me classifico) e odiadores é: Portnoy fará falta ao DT? Ao meu ver sim, e MUITA.
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Eu confesso que desde que ouvi o primeiro CD da banda, When Dream and Day Unite achei uma banda "mariquinha" e com altas doses de auto indulgência. E mantive minha opinião quando ouvi o Image and Words, Awake e Falling Into Infinity. Porém quando saiu o Metropolis, Pt. 2: Scenes From A Memory em 1999 me rendi ao talento da banda, pois neste CD o DT mudou um pouco sua postura, apostando em agressividade, grandes composições e prezando a música em si mais do que malabarismos musicais, embora seu som ainda fosse extremamente técnico. E desde então o DT vem inovando e se superando a cada CD, até o A Dramatic Turn Of Events.
Aí o bicho pega, porque o que eu ouço aqui é uma banda tentando copiar a si mesma. Não é uma volta às raízes, porque o som do DT nunca abandonou suas raízes e sim evoluiu-as com o tempo, adicionando novos elementos e influências.
Não entendam mal, o CD não é ruim, longe disso. Mas é insosso, covarde e ganancioso. Me pareceu que a banda ficou com medo do que poderia sair sem o Portnoy, e resolveram forçar uma volta ao espírito da época que começaram a surgir para o mundo, leia-se Awake e Images. Para os fãs viúvos dessa época será o paraíso, mas para outros que prezam pela evolução musical apresentada durante os anos (eu incluso) a banda perdeu completamente a relevância.
O CD começa com On the Backs of Angels (que ganhou um clipe bacana) que traz a atmosfera de Imagem And Words de volta. A segunda, Build Me Up, Break Me Down chega a trazer algo diferenciado nos segundos inciais, mas logo se mostra mais do mesmo. E por aí vai, a banda desfila canções muito bem produzidas e arranjadas com ótimas letras, mas tudo "inofensivo". Não tem aquela garra de uma As I Am, não tem nenhum instrumental aloprado e altamente inspirado como Dance of Eternity. O Dream Theater perdeu a ousadia característica da evolução da banda. Mas verdade seja dita, enquanto baterista Mike Mangini manda muito bem, ele domina perfeitamente seu kit de bateria e neste quesito faz jus à vaga de Portnoy. Nenhuma culpa pode ser atribuída à ele. A falta que Portnoy faz e fará é como o compositor, líder, produtor e manda-chuva do DT que sempre foi.
Enfim, se você se enquadra na parte de fãs órfãos do Image and Words, comprará o CD e votará nele para melhores do ano. Se você é daqueles que acha que o Dream Theater ideal é aquele do Train of Thought ou Systematic Chaos (como eu), passe longe.
Pela primeira vez, o Dream Theater deu um passo para trás.
Tracklist:
1 On the Backs of Angels
2 Build Me Up, Break Me Down
3 Lost Not Forgotten
4 This is the Life
5 Bridges in the Sky
6 Outcry
7 Far from Heaven
8 Breaking All Illusions
9 Beneath the Surface
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