Morbid Angel: o novo álbum é de fato tão ruim?
Resenha - Illud Divinum Insanus - Morbid Angel
Por Ricardo Seelig
Postado em 14 de junho de 2011
Nota: 4 ![]()
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O anúncio de que o Morbid Angel estava gravando um novo álbum, o primeiro a contar com os vocais de David Vincent em mais de dez anos, naturalmente causou uma expectativa gigantesca. Afinal, estamos falando de uma das principais bandas da história do death metal, um grupo que ditou várias das regras do som extremo durante anos, influenciando enormemente o heavy metal.
Mas bastou "Illud Divinum Insanus", novo disco dos caras, vazar e cair na rede para que uma avalanche de reações negativas invadisse sites, fóruns e todo e qualquer lugar frequentado por headbangers. A pergunta que se faz, logicamente, é a seguinte: o novo álbum do Morbid Angel é de fato tão ruim assim? Infelizmente, a resposta é sim.
Ao contrário da maioria dos fãs de metal, vejo com bons olhos a inserção de novos elementos na tradicional e fechadíssima estrutura do estilo. O fato é que fazer isso com qualidade é para poucos, muito poucos. A questão nesse novo álbum do Morbid Angel vai além da inserção das batidas eletrônicas e elementos industriais que desagradaram imediatamente os fãs. O fato é que, de uma maneira geral, não temos boa música em "Illud Divinum Insanus", independente de qual gênero ela se enquadre.
O álbum varia entre dois lados bem contrastantes. Em um deles temos composições com as já citadas influências industriais e batidas eletrônicas, e do outro faixas mais tradicionais, dentro da estrutura do death metal. O principal problema é que, em ambos, as canções são, no geral, muito fracas. As faixas mais metal soam, em sua maioria, apenas genéricas, o que é inadmissível para uma banda com a história e importância do Morbid Angel.
Essa alternância entre sonoridades tão diferentes entre si parece refletir duas visões distintas dentro do grupo, e provavelmente elas vem do baixista e vocalista David Vincent e do guitarrista Trey Azagthoth, indiscutivelmente as mentes criativas por trás do som do Morbid Angel. O que transparece é que os caras se reuniram apenas pela grana que isso geraria, e que atualmente não possuem a afinidade artística que tiveram no passado, com cada um querendo trilhar um caminho próprio. Resta saber qual prefere o que.
Há também em "Illud Divinum Insanus" uma desnecessária auto-referência ao próprio passado, como se a banda quisesse reafirmar a sua importância para os fãs. Faixas como "Too Extreme", "Profundis – Mea Culpa" e "I am Morbid" são exemplos disso, e soam meio forçadas.
Ainda que seja um disco decepcionante de maneira geral e com composições que variam entre o fraco e o mediano, "Illud Divinum Insanus" tem alguns bons momentos, como "Blades for BAAL", "10 More Dead" e "Beauty Meets Beast", todas com uma pegada bem metal, não soando estranhas aos ouvidos mais tradicionais. Mas, ironicamente, a faixa mais forte do álbum é "Radikult", repleta de batidas eletrônicas e onde o grupo soa como um cruzamento de Rammstein com Slipknot. Bem superior às demais músicas, "Radikult" não tem nada a ver com o que o Morbid Angel fez antes em sua carreira, contrastando violentamente com o death metal que consagrou a banda.
Concluindo, as reações negativas a "Illud Divinum Insanus" são completamente justificáveis. O álbum é fraco, muito abaixo do que o Morbid Angel já provou ser capaz de fazer. Como já disse antes, o problema não está no fato de a banda ter inovado e experimentado novas sonoridades, mas sim em não ter acertado a mão na maioria das faixas, que, seja lá em que estilo possam ser classificadas, são no geral fracas, constrangedoras e derivativas. E isso, para uma banda com o background do Morbid Angel, é inaceitável.
Faixas:
1 Omni Potens
2 Too Extreme!
3 Existo Vulgoré
4 Blades for Baal
5 I Am Morbid
6 10 More Dead
7 Destructos vs. the Earth / Attack
8 Nevermore
9 Beauty Meets Beast
10 Radikult
11 Profundis - Mea Culpa
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