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Skull and Bones: Sonoridade e vocais deixam muito a desejar

Resenha - Skeletons Exhumed - Skull and Bones

Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 26 de fevereiro de 2011

Nota: 2 starstar

Em meio às novas iniciativas que aparecem quase que diariamente no underground brasileiro, são poucas aquelas que podem ser apontadas como ousadas. A banda SKULL AND BONES, capitaneada pelo multi-instrumentista e vocalista Carlos Fernando "Spartacus" Silva, certamente mostra muita coragem ao concretizar "Skeletons Exhumed" como o segundo disco da sua carreira. No entanto, o projeto independente – apesar de corajoso – esbarra em uma série de falhas técnicas e conceituais. O resultado final está muito longe de ser considerado aceitável, até mesmo para uma banda iniciante.

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Com muita garra e força de vontade, Spartacus compôs todas as músicas de "Skeletons Exhumed" em um período extremamente curto, de aproximadamente dois anos. A gravação, aparentemente realizada em um home-studio bastante precário, infelizmente não mostra versatilidade de Carlos Silva diante da guitarra, do baixo e de uma bateria programada eletronicamente. Entretanto, o maior pecado da obra consiste na atuação de Spartacus diante do microfone. As músicas, que soam muitas vezes desprezíveis em razão da gravação extremamente limitada, possuem ainda a performance duvidosa do cantor, que compromete (e muito) o álbum inteiro.

O repertório de "Skeletons Exhumed" está muito longe de ser o ideal para um disco de metal, sobretudo por causa das melodias rasas e das letras sofríveis encontradas do início ao fim da obra. Spartacus, que parece ser um músico um tanto quanto experiente, não conseguiu repassar o seu conhecimento artístico para as composições. A faixa de abertura – "Waking Up Song" – inicia com um clichê sinfônico das bandas melódicas e mostra guitarras nada pesadas, ao lado de uma bateria mal encaixada. A atuação de Spartacus como vocalista é verdadeiramente fraca e vai se repetir no restante do disco, de "Aztec Slaughter" a "Salomon the King". Certamente, o SKULL AND BONES só irá conquistar certo prestígio a partir do momento que lapidar melhor (e em todos os sentidos possíveis) o seu trabalho inteiro. No entanto, "Rise" possui poucos elementos interessantes no seu instrumental, mas que não chegam a se sobressair às demais falhas de "Skeletons Exhumed".

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O refrão de "Aztec Slaughter" é outro ponto que mostra muito bem como a proposta de SKULL AND BONES não funciona. De qualquer modo, a partir de "Evil God (Dark God)" o trabalho solo de Spartacus toma rumos sofríveis e praticamente vai por água abaixo. As músicas, que se prendem a melodias básicas e passagens de teclados que só atrapalham a harmonia de cada uma delas, provavelmente não agradarão nem mesmo os headbangers mais tolerantes. Nada em "Inquisition" e "Amazon" pode aparecer com destaque na obra. Na verdade, muito pelo contrário. O péssimo resultado é ainda sublinhado pela bateria eletrônica, que não se encaixa (e nunca se encaixou) às bandas de metal. O amontoado de influências existentes em "Skeletons Exhumed" não aproxima a sonoridade do SKULL AND BONES a nenhuma referência mais clara e evidente.

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Em quase uma hora de música, "Skeletons Exhumed" não cumpre a proposta que Spartacus idealizou para o segundo disco da sua banda solo. Embora conte com uma arte gráfica de muito bom gosto, o aspecto mais importante do álbum – a sonoridade – deixou muito a desejar. Não há como consolidar uma carreira com músicas compostas assim. Em um próximo passo, Spartacus precisaria reavaliar todo o seu repertório e repensar a questão de incluir um vocalista de ofício no SKULL AND BONES. A perseverança de Carlos Silva é nítida, falta somente o bom senso para o multi-instrumentista seguir adiante.

Site: www.skullandbones.com

Track-list:

01. Waking Up Song
02. Rise
03. Aztec Slaughter
04. Evil God (Dark God)
05. Inquisition
06. Amazon
07. Mean Woman
08. Domination
09. Dresden
10. Hanibal
11. Skull and Bones
12. Salomon the King

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Sobre Paulo Finatto Jr.

Reside em Porto Alegre (RS). Nascido em 1985. Depois de três anos cursando Engenharia Química, seguiu a sua verdadeira vocação, e atualmente é aluno do curso de Jornalismo. Colorado de coração, curte heavy metal desde seus onze anos e colabora com o Whiplash! desde 2000, quando tinha apenas quinze anos. Fanático por bandas como Iron Maiden, Helloween e Nightwish, hoje tem uma visão mais eclética do mundo do rock. Foi o responsável pelo extinto site de metal brasileiro, o Brazil Metal Law, e já colaborou algumas vezes com a revista Rock Brigade.
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