Killing Touch: Kiske, Matos, Lande e outros que se cuidem…
Resenha - Killing Touch - Killing Touch
Por Dehco De La Vega
Postado em 18 de janeiro de 2011
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Sim, você leu certo. Você se perguntou se existe alguém comparando um vocalista a ícones, como "MICHAEL KISKE", "RUSSEL ALLEN", "ANDRE MATOS", "JORN LANDE", entre outros? Sim, existe. Eu. Mas, antes que você ache que eu sou um louco, que estou fora de minhas faculdades mentais, deixe-me explicar. Sou muito fã de todos esses vocalistas, quase um tiete, e, para elevar alguém ao mesmo patamar que eles, esse alguém tem que cantar muito, mas muito, mas muito mesmo. Porém, Michele Luppi é esse cara. Após sua saída do "VISION DIVINE", em 2008, ele fundou o "KILLING TOUCH", que lançou seu debut, conceitual, em 2009, pelas gravadoras Scarlet/Audioglobe. Se você já conhece o trabalho do italiano, mas não conhece esse disco, se apresse. E se você não conhece o vocalista, então se apresse muito!

"One Of A Kind" é o álbum em questão. Comparo Luppi aos citados vocalistas, pois, tratando-se de Heavy Metal Melódico/Hard Rock, o italiano arrebenta. Tem uma extensão vocal no mesmo nível de todos os cantores mencionados, cantando em tons baixos, altos e altíssimos; tem um timbre de voz único, possui excelente técnica, canta muito bem com voz de peito, com voz de cabeça, com voz limpa, com maior agressividade, sussurrando, explodindo em potência; além do que, é muitíssimo bom compositor. Ou seja, possui todas as qualidades necessárias para se comparar aos mestres. Se você acha que é exagero, "puxa-saquismo", ou se você pensou: "esse é mais um fã irracional, que não vê defeitos nos seus ídolos e acha que o cara é o melhor do planeta", então, confira, depois comente...
Além de Michele (que é responsável ainda pelos pianos), o line-up conta com Dr. Viossy e Davide Montorsi nas guitarras, que também não deixam a desejar em nada para muitos grandes por aí. A cozinha é formada por Giorgio Terenzani no baixo e Paolo "Dimitri" Caridi na bateria. A cozinha é bastante técnica e segura tranquilamente a "bronca" ao longo do disco.
A faixa de abertura é uma "porrada". Nos primeiros instantes já se percebe que o álbum foi bem trabalhado e preenchido com arranjos e detalhes de muito bom gosto. Os riffs de guitarra são bem montados e as linhas de baixo se encaixam bem, na maioria das vezes controladas e, quando precisam, bastante técnicas. Talvez ao longo do texto se torne (muito) repetitivo mencionar o vocalista, mas, desculpem, não há outro jeito. Logo no verso inicial já se nota que as linhas de voz são muito boas, mas é no refrão que você entende o tamanho do "problema". Além de melodia e arranjo excelentes, o refrão termina com um agudo assombroso, muito alto e com muita pegada. A seguir, surge uma passagem de piano e voz, muito bem composta, dando sequência a um solo de guitarra na medida exata. Em suma, a música alterna passagens médio-tempo, rápidas e de piano, intercalando-se, funcionando incrivelmente bem. Certamente, está entre as melhores músicas da bolacha.
Na sequencia, vem uma vinheta acústica, muito bonita, com várias vozes sobrepostas, que, na verdade, é uma preparação para a próxima canção, "Wheel of Fortune". Esta é um pouco mais cadenciada, com diversos riffs bem pesados e linhas de baixo de mesma forma. O refrão nos proporciona uma melodia de voz sem agudos absurdos, mas que você fica cantarolando durante uma semana só por ouvir uma vez. Em certo ponto, ela retorna à música passada, à vinheta, mostrando que o trabalho de composição não foi feito às pressas, um dos pontos marcantes do disco.
A quarta música se chama "Mimicking Death". É a mais Hard Rock do álbum. Muito bem produzida, rica em detalhes, você pode escutar violões bem ao fundo, várias vezes, se prestar atenção. Mais um show nas vozes. Além das melodias, sempre surpreendentes, Michelle mostra diversos timbres de voz, dando uma aula de impostação e interpretação.
A seguir, "The Danger Zone", que lembra bastante a época do vocalista no VISION DIVINE. É a mais rápida entre as canções, com o clássico refrão "torado" nos bumbos, como não poderia faltar. As vozes aqui são umas das melhores passagens do álbum. O solo de guitarra é bem técnico e com as notas escolhidas "a dedo". Mais um momento de piano e voz, repetindo o refrão para emocionar até o mais "coração de gelo" ou metaleiro com barba e cara de mau. Uma passagem Hard Rock de novo, outro solo magistral e mais refrão até o final da música.
A faixa título é a balada. Destaque, além da voz, que já é óbvia a este ponto, para o baixo, com linhas muito bem feitas e um solo curto e direto depois do refrão, com um timbre perfeito, parecendo um instrumento fretless as vezes, porém não o é. Mais uma vez, a passagem piano/voz. A verdade é que isso é muito recorrente no disco, podendo ser enjoativo para alguns, mas são tão bonitas que, por mim, poderiam ser feitas até mais vezes. E só para não esquecerem: as vozes arrebentam tudo, como sempre.
"Tommy’s Cane" é rápida e com um toque DREAM THEATER na bateria do último refrão. Boa canção, com um instrumental diferenciado em relação ao que já se viu até aqui, mas sem inovar deveras, verdade seja dita. Agudos sem miséria e milhares de notas nos solos, sem perder a linha do sensato. A próxima é um instrumental de piano, curta. Bonita, mas sem nada surpreendente.
"Walls Of Symphathy" começa com um two hands de baixo bem composto. Bons riffs de guitarra e com alguns agudos bem altos. Um pouco mais cadenciada, veja, entre 2:20 e 2:43, a influência de DREAM THEATER. Não poderia ser uma passagem no meio de "The Glass Prision"? Solo bem PETRUCCI: mecânica complicada e muitíssimo rápido. "Falling Away" é mais um ponto alto. Com riffs que variam do Hard Rock ao Heavy Metal bem pesado, tem um refrão "alegre" e pegajoso. Excelentes mixagens e arranjos de voz. Backing vocals no ponto certo.
"Justify" é a mais "arrastada" de todas. Belo arranjo de violão, piano e voz no meio. O timbre de baixo ideal, com boas frases espalhadas ao longo da canção. O álbum encerra com "Thy Will Be Done". É a música que tem um clima diferente do disco, mas é um bom encerramento. Um tanto experimental ou progressiva, como você quiser rotular. Vozes macabras, alternadas com passagens acústicas muito bonitas, permeiam a composição. Também mostra a influência prog "a la" DREAM THEATER, mais uma vez.
Esse é o resumo, de maneira simplista, do álbum. Se você é fã de Heavy Metal Melódico não perca a chance de escutá-lo. O destaque é, sem dúvidas, para a voz, pelos motivos já explanados. Dr. Viossy se mostra um excelente guitarrista, com bons riffs e solos. O baixo não fica atrás e faz o que é muito difícil de encontrar no metal melódico: linhas que não sejam cópia da guitarra ou cópia do bumbo. Nota 10, já que esse é o máximo.
Antes de encerrar, algumas constatações: FÁBIO LIONE terá que fazer muito tempo de aula de canto para cantar aquilo que Michelle gravou no VISION DIVINE. TOBIAS SAMMET podia convocar o rapaz para uma participação no próximo AVANTASIA. O KILLING TOUCH deveria ter maior exposição na mídia especializada. Luppi esta à altura dos grandes vocalistas no estilo.
Comentários? [email protected]. Todos serão lidos e respondidos, mesmo que demore.
PS: Se você gostou, procure ouvir o que Michelle gravou no VISION DIVINE, sua carreira solo, a banda NEVERLAND e sua participação com o TRICK OR TREAT (já que está lá, veja também a participação de MICHAEL KISKE, vale a pena). E, para dar risada, assista no YouTube ele cantando, em italiano, a abertura do desenho "Hello Kitty".
Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Killing Touch – The Touch – 2009
1 – The Touch
2 – Black Ice
3 - Wheel Of Fortune
4 – Mimicking Death
5 – The Danger Zone
6 – One Of A Kind
7 – Tommy’s Cane
8 – Still Walking
9 – Walls Of Sympathy
10 – Falling Away
11 – Justify
12 – Thy Will Be Done
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Trivium agradece Greyson Nekrutman e anuncia novo baterista
A canção do ZZ Top que, para Mark Knopfler, resume "o que importa" na música
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
Site americano elege melhores guitarristas do metal progressivo de todos os tempos
Após fim do Black Sabbath, Tony Iommi volta aos palcos e ganha homenagem de Brian May
A artista que Ritchie Blackmore chamou de "os Beatles desta geração"
O melhor disco do Kiss, de acordo com a Classic Rock
As 10 melhores músicas do Iron Maiden, de acordo com o Loudwire
Os 75 melhores discos da história do metal, segundo o Heavy Consequence
O álbum do Pink Floyd que David Gilmour acabou detestando por causa do Roger Waters
A banda pioneira do punk que Joey Ramone adorava; "uma das minhas bandas favoritas"
Marcie Free, uma das maiores vozes do AOR, morre aos 71 anos
A banda em que Iron Maiden se inspirou para figurino na época do "Piece of Mind"
As 15 bandas mais influentes do metal de todos os tempos, segundo o Metalverse
O único frontman que Charlie Watts achava melhor que Mick Jagger
A confusão sobre a banda de black metal da Simone Simons, vocalista do Epica
O motivo pelo qual James Hetfield nunca fez carreira solo
A opinião de Regis Tadeu sobre o Radiohead e seu disco muito superestimado

Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental


