Ozzy Osbourne: um álbum surpreendente, pesado e moderno
Resenha - Scream - Ozzy Osbourne
Por Ricardo Seelig
Postado em 02 de agosto de 2010
Nota: 9
"Scream", novo álbum de Ozzy Osbourne, é um disco surpreendente. Pesado, moderno, atual, mostra um artista que não se contenta em ficar sentado sobre as glórias do passado. Ao contrário: o que se ouve nas onze faixas de "Scream" é um heavy metal repleto de vigor e energia, como há tempos o próprio Ozzy não fazia.
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Talvez a resposta para essa mudança esteja em Gus G, guitarrista do Firewind escolhido para assumir o posto do antigo comparsa Zakk Wylde. Segundo Ozzy, o motivo da mudança foi por ele estar achando que a única diferença entre seus discos e os do Black Label Society era a sua voz. Outra corrente afirma que a causa real da saída de Wylde foi o fato de ele estar bebendo demais nos últimos anos, e que sua companhia seria extremamente temerária para um alcoólatra como Ozzy. Enfim, o fato é que a substituição deu resultado. "Scream" é o melhor disco de Ozzy desde "Ozzmosis", de 1995 – ou seja, estamos diante do melhor álbum do Madman nos últimos quinze anos.
Ouvindo o play percebe-se que não há nenhum exagero nessa afirmação. Os vocais características de Ozzy embalam canções redondinhas, que cativam na primeira audição. A guitarra de Gus G soa pesadíssima, cuspindo riffs empolgantes, honrando a tradição de nomes como Randy Rhoads, Jake E. Lee e o próprio Wylde. Completam a banda o ótimo baixista Rob "Blasko" Nicholson, o tecladista Adam Wakeman (filho do lendário Rick Wakeman, ex-Yes e um dos ícones do rock progressivo) e o baterista Tommy Clufetos.
A produção, a cargo do próprio Ozzy e de Kevin Churko, deu ao disco uma sonoridade robusta, com ênfase nos tons mais graves, o que realça a característica sombria das composições. Saltam aos ouvidos também alguns detalhes, como batidas nitidamente influenciadas por nomes como White Zombie e o ótimo uso de efeitos, que dão um ar moderno ao trabalho sem fazê-lo soar forçado.
Entre as faixas, destaques para a ótima abertura com "Let It Die" - que conta com uma passagem instrumental muito legal e um ótimo solo de Gus G -, "Let Me Hear You Scream", a pesadíssima "Soul Sucker", a boa balada "Life Won´t Wait", "Diggin´ Me Down" (talvez a melhor do álbum) e a climática "Crucify" - ou seja, quase todo o set list!
A bela arte gráfica também merece menção. O encarte, apesar de simples, traz todas as letras e conta com uma bem sacada aplicação de verniz localizado em algumas partes, o que deu um resultado final bem interessante. E a foto da capa, com Ozzy segurando uma bandeira com ares de conquistador, ficou muito boa.
Concluindo, Ozzy Osbourne mostra que está muito vivo em "Scream". Seu som soa renovado, repleto de energia e alinhado com as tendências atuais do heavy metal. Um feito e tanto para um artista que andava se repetindo de maneira irritante em seus últimos lançamentos, e que agora parece ter reencontrado o rumo de sua carreira.
Bola pra frente, em alto e bom som!
Faixas:
1.Let It Die – 6:06
2.Let Me Hear You Scream – 3:25
3.Soul Sucker – 4:34
4.Life Won´t Wait – 5:06
5.Diggin´ Me Down – 6:03
6.Crucify – 3:30
7.Fearless – 3:41
8.Time – 5:31
9.I Want It More – 5:36
10.Latimer´s Mercy – 4:28
11.I Love You All – 1:03
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