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Trust: para saber mais sobre ex-banda de Nicko McBrain

Resenha - Anti Best Of - Trust

Por Dinamar Villa-lobos
Postado em 12 de abril de 2009

Num ambiente em que mesmo o rock mais ameno pena para alcançar modesto sucesso internacional (mesmo assim, restrito à Europa), e onde a cópia de modelos anglófonos é a regra, o Trust despontou, principalmente no início da década de 80, como uma grata surpresa.

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Inicialmente uma banda de covers, grupo se formou ao redor de Bernard Bonvoisin e do guitarrista Norbert Krief, membros fundadores e os únicos nunca substituídos ao longo das diversas formações. Fortemente calcada no Hard Hock e no Heavy Metal que assolavam a Europa dos anos 80, ainda que claramente marcados pela crueza Punk, a energia do Trust veio a calhar numa França sedenta por ouvir em sua língua natal ecos dos terremotos musicais que eclodiam a menos de duzentas milhas dali. Natal do mais comunista dos estandartes do capitalismo europeu, a banda pintava em vermelho seus protestos quando cabível, e fazia as pazes com o capital quando eram os socialistas a governar. Com suas letras irreverentes e ácidas, acompanhadas de simples e densos riffs, variando suas influências entre o AC/DC e a New Wave of British Metal, conseguiram , entre censuras sofridas e guinadas musicais inesperadas, mais do que qualquer outra banda de Metal francesa da penúltima década do século XX.

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O título da compilação aqui analisada não poderia refletir mais o espírito do grupo. "Anti-Best Of" é uma coletânea feita em 1997 pela Sony, durante um dos vários períodos de inatividade do grupo. Justa, tanto quanto possível, ela traduz os roqueiros parisienses em seu melhor e seu pior. Abrange do auge, no álbum "Représsion", ao surpreendente "Rock ‘n Roll", passando mesmo por caça-níqueis feitos às pressas como o "Marche ou Créve". Segundo as próprias palavras de Bernie Bonvoisin, é um convite a ir mais ou menos além na história de um dos mitos do rock francês.

O disco abre com o maior dos hits da banda, "Antisocial", do álbum "Représsion" (1980). Única música de Heavy Metal cantada em francês a emplacar de fato sucesso internacional, a faixa ganhou há poucos anos uma versão cantada pela banda americana Anthrax. Após um simples mas consistente riff inicial, os primeiros versos da canção traduzem a que o Trust viera: "Você se esforça a vida inteira apenas para pagar sua lápide/ Esconde seu rosto lendo o seu jornal/ Caminha pelos corredores do metrô tal qual um robô/ Ninguém te toca, falta a iniciativa(...)/ Você almeja doar seus dois olhos à Justiça/ Mas é impossível violar esta mulher afogada em seus vícios". Apesar de Bonvoisin não ser nem de longe um virtuose, sua garra na condução dos vocais da faixa empolga a qualquer headbanger. Krief, com distorções limpas e pesadas na medida, além de um solo bastante coeso dá o tom perfeito do que veio a ser o maior clássico da banda.

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A partir da segunda faixa, o disco segue ordem cronológica. "Préfabriques", retirada do "Trust I" (1977) não é nada menos que excelente. Seu peso intenso, com velocidade e violência transcritas à perfeição nas guitarras de Krief e Momo Shamlek terminam com um uso algo magistral do pedal duplo por Jean-Emile Hanela. "Le Matteur", terceira faixa, foi retirada do irregular "L’Élite", de 1979, e de certa maneira sintetiza o álbum. Surpreende por ser uma música mais lenta e totalmente embasada em Hard Rock, além de um arranjo de sax muito bem colocado. Entretanto, sem vocação para clássico, demora até empolgar e deixa no ar a dúvida entre a satisfação e a descartabilidade. Segue-se a ela a faixa-título do "L’Élite", crua e potente, apesar de algo irregular em sua composição. Sem dúvida uma boa-faixa de Metal, sem dúvida uma música cliché.

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A tríade que se segue vem do excelente "Répression". "Monsieur Comedie" dividiu atenções quando lançada, sem dúvida devido ao caminho aberto pelo grande hit presente no álbum, faixa inicial do "Anti-Best Of". "Monsier Comedie" é uma música mais leve e limpa, oriunda da veia Hard Rock do Trust. Com uma melodia e riffs grudents, além solos bem executados, faz jus à boa fase da banda. "Fatalité", herança inevitável da admiração da banda pelo AC/DC, dá sequência à melhor parte do disco, com um interessante uso de piano e sax, mas sem perder em nada o destaque positivo dado às guitarras no "Représsion". A sétima faixa, "Le Mitard", mostra-se lenta e arrastada, só passível de ser absorvida com uma boa fluência da língua francesa, o que não necessariamente torna a música satisfatória.

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A partir da oitava faixa a coletânea mergulha num período menos áureo e mais polêmico da história do Trust. Com a dura missão de suceder o álbum mais famoso da banda, "Marche ou Crève" peca pela precipitação, pela falta de retoques decisivos que poderiam tornar este bom, mas comum, em um grande álbum. O destaque principal para os fãs do NWOBM é a presença de Nicko McBrain como baterista tanto das gravações quanto da turnê. A visibilidade alcançada levou Nicko às baquetas do Iron Maiden menos de dois anos depois. A faixa-título deste álbum de 1981 é sem dúvida boa, mas sem dúvida inferior ao que a banda já tinha se mostrado capaz de fazer. Agressiva e visceral, paga bem sua posição de destaque. A algo blues "Ton Dernière Acte" se faz como uma "Le Mittard" piorada, e passa indigesta e sem brilho. "Répression" (a faixa) é uma fotografia empalidecida do álbum homônimo, de um ano atrás. Mais lenta e algo anêmica, traz consigo um solo bem postado, pouco mais além disso.

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"Idéal", do bem-intencionado mas pouco direcionado "Trust IV", mostra uma aproximação definitiva com o Hard Rock e com o próprio Rock ‘n Roll. Agradável aos ouvidos, bem executada mas próxima demais do pop, a faixa mostra-se uma grata surpresa, apesar de representar o início de um processo de descaracterização da banda. "Par Comprimission" segue um estilo aproximado, e apesar de menos distante da sonoridade de então, é também menos agradável. Entretanto, deve-se ressaltar que, apesar de defeitos inegáveis, as faixas elevam muito positivamente o nível da coletânea, talvez representando o segundo melhor momento desta. Uma das satisfações do "Trust IV" é a presença de Clive Burr, ex-Iron, às baquetas.

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As faixas que se seguem são do fatídico "Rock ‘n Roll", de 1984. O abandono definitivo da roupagem Metal, que culminou na separação da banda menos de um ano após este álbum, traz consigo um quê de estranheza. "Serre Les Poings", qualquer coisa pop, muita coisa rock, é realmente boa. Entretanto, não fosse pela marcante interpretação de Bonvoisin, dificilmente um ouvinte mais desatento a atribuíria ao "Trust". Um ponto negativo na música é a equalização mal-feita que ridiculamente ofusca o excelente solo ao final da música ao quase inaudível. "Rock ‘n Roll Star" é um Hard Rock mais leve, que cola pouco, como uma música boa de se ouvir na rádio ,sem que se preste atenção.

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O final do disco conta com "Toutes Barricades", faixa inédita até então, e sem dúvidas uma boa presença. Seguem-se versões ao vivo retirada do "Trust-Live" de 1992, numa das turnês de retorno da banda. "Problem Child/Live Wire" são covers bem executados, mas Bernie como vocalista não tem um décimo do brilho de Bon Scott. A versão ao vivo de "Antisocial", que fecha a coletânea, vale a pena mas soa como um eco distante do que o Trust já representou para o Rock francês.

"Anti-best of", com seus amplos sentidos de socos no estômago, sem dúvidas paga seu preço, e é um retrato fiel de uma das bandas must-know do rock francófono. Caso você aprecie este trabalho, tem mais um motivo para se animar: este ano sai um CD de inéditas do Trust, em sua reunião mais recente (2002), "13 à table". Nada mais pertinente, afinal, uma banda que tem como símbolo punhos cerrados não pode de maneira alguma fugir da luta.

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