Nuclear Blast Allstars: há caça-níqueis e caça-níqueis
Resenha - Into the Light - Nuclear Blast Allstars
Por Maurício Dehò
Postado em 30 de abril de 2008
Nota: 9 ![]()
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Há caça-níqueis e caça-níqueis. Aqueles lançamentos em que a gravadora ouve banda, investe e faz um material diferenciado, como boxes, CDs duplos e coisas do estilo. Mas há aqueles que são meros recolhedores de alguns trocados a mais para a empresa que o lança. A gravadora alemã Nuclear Blast acertou a mão ao apostar num trabalho diferenciado para os seus "clientes", na comemoração de 20 anos de existência.

A gravadora soltou o "Nuclear Blast Allstars – Into the Light", em que convocou dois integrantes do Rage: o guitarrista Victor Smolski foi o responsável por escrever todas as composições, e o baixista/vocalista Peavy Wagner ficou com as letras de quase todas as faixas. Para cada música, foi então chamado um vocalista do cast de estrelas da gravadora, dando origem a um interessante CD, que traz nomes que vão de Andi Deris e Hansi Kürsch a Schmier, todos numa pequena batalha de Victor: adequar os vocalistas ao Rage ou as suas composições "ragianas" às suas vozes.
O fato é que, quaisquer que sejam os desafios desta "batalha", o resultado foi muito bom, até porque os fãs tem a rara oportunidade de ouvir seus ídolos em cenários diferentes dos usuais em suas bandas. O primeiro convidado é Tobbias Sammet (Edguy), que experimenta uma dose extra de peso, ao seu tradicional Heavy Melódico. A faixa é densa e apresenta o alemão se arriscando em tons um pouco mais graves do seu usual, com um belo resultado.
A segunda é bastante curiosa, já que a participação é do próprio Peavy Wagner e o baterista é... Andre Hilgers. Sim, justamente o trio que atualmente está no Rage, após a retirada de Mike Terrana. A faixa é ainda mais especial pois, segundo Peavy conta no encarte, "Terrorizer" foi a primeira faixa que os três fizeram juntos. Vale salientar que a composição, bem no estilão Heavy do Rage, é exclusiva deste play, portanto "Terrorizer" não aparece no mais recente álbum da banda, já com Andre, "Carved in Stone".
Victor soube combinar bem seu estilo com o de Tony Kakko, do Sonata Arctica. Numa música meio direta, meio épica, levada nas guitarras mas com boas passagens de teclado e trabalhos de voz, ele mais uma vez tem sucesso. Já o ex-Therion Mats Levén apresenta o momento mais soturno, experimentando muito e fugindo dos seus mais comuns agudos. Ele faz parceria com a vocalista Jen Majura e aposta até em sussurros dos mais macabros. Do sombrio, o disco vai para o peso, com Victor provando que daria um bom guitarrista de Thrash, na participação de Schmier, do Destruction.
Como se vê, é difícil não falar das faixas individualmente, ainda mais quando o lado progressivo do guitarrista se junta com o de Hansi Kursch, frontman do Blind Guardian. A faixa é quebrada, combinando elementos limpos e outros mais pesados. Boa também é a história da composição, já que ela havia sido planejada para o Mind Odissey, outro trabalho de Victor, que voltou recentemente. Já chegando ao fim, Andi Deris (Helloween) canta na faixa que melhor parece ter se adaptado ao seu intérprete, com um casamento de Power e Hard Rock que tem tudo a ver com o alemão. Depois disso vem a mais cadenciada "Eternally", com Oddleif Stensland, da banda norueguesa Communic, e Marco Hietala, do Nightwish, mandando ver em "Inner Sanctuary", mais uma com boas levadas de Prog.
Para fechar, ninguém menos que a diva (tudo bem, diva é exagero!) Tarja Turunen – ela é a única que não está no cast da gravadora, participando como convidada. O problema é que, apesar da chance de fechar o play e ainda pegar a música mais longa e pomposa, a finlandesa não empolga. Muitas vezes ela sai daquela característica lírica que a fez famosa e, mesmo nas partes em que ela volta ao usual, falta um certo brilho.
Fora o encerramento, que não tira a qualidade do restante, este disco é realmente especial para os fãs dos vocalistas em questão, que mostram talento fora de seus "habitats naturais".
Além disso, há um disco extra com faixas de outras bandas do cast – algumas músicas são raras. Destaques para o Helloween, com a sombria "The Madness of the Crowds", um bônus japonês do "The Dark Ride", e "El Traidor", versão em espanhol de "Anytime, Anywhere", do Gotthard. Aparecem também o já extinto Ride the Sky e ainda Threshold, Amorphis e Candlemass, com "Devil Seed", outra boa escolha. Boa opção para fãs e colecionadores!
CD1:
1. Dirty Wings (Tobias Sammet - Edguy)
2. Terrified (Peter "Peavy" Wagner - Rage)
3. Ruling the World (Tony Kakko - Sonata Arctica)
4. Death is Alive (Mats Leven - ex-Therion)
5. Bloodsucker (Marcel "Schmier" Schirmer - Destruction)
6. Slaves to the Desert (Hansi Kursch - Blind Guardian)
7. A Perfect Day (Andi Deris - Helloween)
8. Eternally (Oddleif Stensland - Communic)
9. Inner Sanctuary (Marco Hietala - Nightwish, Tarot)
10. In the Picture (Tarja Turunen - ex-Nightwish)
CD BÔNUS:
1. Hammerfall - Hearts on Fire
2. Helloween - The Madness of the Crowds
3. Gotthard - El Traidor
4. After Forever - Sweet Enclosure
5. Ride the Sky - New Protection
6. Thunderstone - Forevermore
7. Threshold - Slipstream
8. Amorphis - The Smoke
9. Candlemass - Devil Seed
10. Sirenia - The Other Side
Lançamento Nacional
Nuclear Blast/Rock Brigade Records/Laser Company
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